A adoção do veganismo e do vegetarianismo tem raízes profundas em diversas tradições espirituais. Desde os ensinamentos da cultura indiana até referências bíblicas e reflexões contemporâneas de líderes religiosos, essa escolha alimentar é frequentemente apresentada como um caminho de compaixão e respeito à vida.
Na tradição hindu, o conceito de ahimsa – a não-violência – é um dos princípios centrais do dharma, a ordem cósmica e moral do universo. Textos como os Vedas e o Bhagavad Gita destacam a importância de evitar o sofrimento de seres vivos.
O Mahatma Gandhi, influenciado por esses ensinamentos, reforçava que “a grandeza de uma nação pode ser julgada pela forma como trata seus animais”.

O Jainismo, outra tradição espiritual da Índia, leva o princípio da não-violência a um nível extremo, incentivando um estilo de vida que evita qualquer dano a seres sencientes. Os monges jainistas, por exemplo, evitam até pisar em insetos, demonstrando uma consciência profunda sobre a interconexão entre todos os seres vivos.
O Veganismo na Bíblia e o O Despertar da Compaixão
A Bíblia também apresenta trechos que favorecem uma alimentação sem sofrimento animal. No Gênesis, Deus oferece aos primeiros humanos uma dieta baseada em plantas:
“E disse Deus: Eis que vos tenho dado toda erva que dá semente, que está sobre a face de toda a terra, e toda árvore, em que há fruto de árvore que dá semente; ser-vos-á para mantimento.” (Gênesis 1:29)
Esse trecho sugere que a alimentação original da humanidade era essencialmente vegetariana, sendo a carne introduzida apenas após o dilúvio. O profeta Isaías também prevê um tempo futuro de harmonia, onde os animais não serão sacrificados:
“O lobo habitará com o cordeiro, e o leopardo se deitará junto ao cabrito; e o bezerro, o leão novo e o animal cevado andarão juntos, e um menino pequeno os guiará.” (Isaías 11:6)
Essas passagens indicam um ideal de coexistência pacífica entre os seres vivos, reforçando a visão de que a compaixão deve se estender a todas as criaturas.
No livro O Despertar da Compaixão, de Paulo Cesar Rosa da Conceição, conhecido como Padre Vegano, há uma forte defesa da alimentação livre de sofrimento animal, alinhada à mensagem de amor e misericórdia pregada por Cristo. O autor argumenta que Jesus, ao multiplicar pães e peixes, estava apenas compartilhando os recursos disponíveis à época, mas que seu ensinamento maior era de respeito à criação divina:
“Se Deus é amor, como pode ser aceitável a exploração cruel de animais, que também são obra de suas mãos? O amor verdadeiro não compactua com a dor.” (O Despertar da Compaixão)

Essa reflexão leva a um questionamento ético sobre a responsabilidade dos cristãos em relação ao consumo de produtos de origem animal. Apesar de poucas igrejas falarem sobre isso, ao longo da história do cristianismo, diversos santos adotaram o vegetarianismo como parte de sua prática espiritual, enfatizando a compaixão e a ascese. Entre eles, destacam-se Santo Hilarião e Santo Antão, que seguiam dietas à base de vegetais e pão como forma de purificação.
São Francisco de Paula chegou a praticar o veganismo, abstendo-se completamente de produtos de origem animal, enquanto teólogos como Clemente de Alexandria e Orígenes também são citados como vegetarianos. Outros nomes relevantes incluem São João Crisóstomo e São Basílio, o Grande, que defendiam uma alimentação simples e sem crueldade.

Esses santos viam o vegetarianismo como um meio de elevar a espiritualidade e praticar a não-violência, em sintonia com a mensagem cristã de amor e compaixão. Além disso, muitas ordens monásticas incentivavam uma dieta baseada em vegetais como disciplina ascética, promovendo a purificação do corpo e da alma. O hábito de evitar carne refletia não apenas uma escolha alimentar, mas um compromisso com a humildade e a reverência pela criação divina.
Jesus, por exemplo, seguia as leis alimentares judaicas, evitando alimentos considerados impuros, como carne de porco e frutos do mar. Sua dieta era composta por alimentos naturais e não processados, refletindo os hábitos alimentares da época.
Fisiologia da Alma
O livro Fisiologia da Alma, de Ramatis, ditado mediunicamente a Hercílio Maes, traz uma perspectiva espiritualista sobre a relação entre o vegetarianismo e a evolução do espírito. Segundo Ramatis, a alimentação baseada em carne interfere na vibração energética do ser humano:
“Os alimentos de origem animal impregnam o perispírito de fluidos densos, dificultando a elevação vibratória do ser e contribuindo para a manutenção de hábitos inferiores.” (Fisiologia da Alma)
Ele argumenta que os espíritos mais evoluídos, em sua maioria, evitam o consumo de carne, pois essa prática está ligada a vibrações de sofrimento e medo:
“Quando o homem consome carne, absorve não apenas os nutrientes, mas também as energias emocionais do animal sacrificado, o que pode influenciar seu campo psíquico.” (Fisiologia da Alma)

Essa visão encontra eco em diversas correntes espiritualistas, que defendem que a alimentação tem um impacto direto no equilíbrio espiritual e na saúde física.
Conclusão
As tradições espirituais, tanto do Oriente quanto do Ocidente, fornecem muitas bases para a adoção do veganismo e do vegetarianismo como escolhas alinhadas a valores de compaixão, não-violência e respeito à criação. Seja na filosofia indiana, nas escrituras bíblicas, nos ensinamentos cristãos modernos ou na perspectiva espiritualista de Ramatis, o chamado é o mesmo: uma alimentação que promova o bem-estar de todos os seres vivos. Faz sentido?
Para ler gratuitamente o capítulo de Fisiologia da Alma sobre o Vegetarianismo, acesse: https://institutoherciliomaes.com.br/wp-content/uploads/2020/12/Fisiologia-da-Alma-PRIMEIRO-CAPITULO.pdf
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