Mais um dia da 4ª MFM Mostra Filmes de Montanha 2020. É possível ver o montanhismo por um outro lado, ainda mais nas exibições desse fim de semana. De um homem que deixa sua família pelo sonho de um cume que pode ser mortal, até a primeira montanhista cadeirante a chegar acima de 6.000 metros
Primeiramente, Sen o Nandze (Dream of Nanga), um filme da Polônia, de 2018. Um curta-metragem de 12 minutos que trata daquela velha história de porque um homem insiste em escalar. Tomek é divertido, irreverente, vivo. Deixa a família no Natal e vai. Ele tem uma meta específica, o Nanga Parbat, no inverno. A senhora está cheia de raiva porque ele todo ano faz aquilo e fala algumas palavras do fundo do coração.
É um dos filmes de montanha mais interessantes que já vi por mostrar um pouco de um outro lado, não tão feliz, e faz pensar nas escolhas que fazemos, e até onde vale a pena. Os depoimentos de Tomek, o escalador de alta montanha, sobre porque faz o que faz, a energia e a felicidade que sente… Justificam?
A gente pode tudo
Julietti – Uma Vida nas Montanhas, de 2019, era um dos filmes mais aguardados por mim. São 25 minutos de uma história de amor e superação. “Aonde você quiser ir eu vou te levar”, disse Guilherme Simões, montanhista e engenheiro, para sua esposa, Juliana Tozzi, após o diagnóstico da doença neurológica dela.
Em seguida, começou a missão de fazer dela a primeira montanhista cadeirante do mundo a subir uma montanha de mais de 6.000 metros. O filme é uma história real emocionante. A determinação, a força do Guilherme é de fazer envergonhar tantos que vivem reclamando. A missão da equipe é em La Paz, na Bolívia. Em seguida, a preparação dos equipamentos, a adaptação da cadeira, que ganha esquis.
Primeiramente, a missão é o cume do famoso Chacaltaya. Já estive nessa montanha em 2017, mas não no cume. Inclusive, depois de lá sofri um pouco. É muito frio, uma altitude ferrenha. Senti os efeitos e fiquei quase um dia todo de cama. Imagino o quanto foi exaustivo para aquela equipe de guerreiros. Porém, era só para aclimatação. O negócio era chegar no Acotango, acima de 6.000 metros de altitude.
Algumas falas de Guilherme emocionam verdadeiramente. Lembrei ainda que, outro dia, um amigo me disse que 35 anos já era uma idade avançada para voltar ao mercado de trabalho, ou recomeçar. Só seria possível abrindo um negócio próprio ou mudando de profissão. Acabei ligando ao que vi nesse filme. Tudo é possível, não importa o que essa sociedade limitante diga.
A saber, no domingo (20/09), tem debate via plataforma digital com Wiland Pinsdorf, diretor de Julietti e Adriane Ferreira, do Por Falar em Montanhismo.
Aula de montanhismo
Becoming a Guide, é um longa-metragem da Alemanha, que acompanha a formação para se tornar guia de montanhismo. Ainda traz imagens dos pioneiros nessa profissão. É um grande estudo de como ser guia de montanda e vale bastante para os que tem curiosidade sobre isso ou vontade, pois traz um aprofundamento nos ensinamentos. São conhecimentos partilhados por diversos profissionais, inclusive, a primeira mulher guia da Alemanha. Uma grande aula de montanhismo.
Por falar em Montanhismo (Brasil, 2019, 3′) é curto e basicamente consiste em alguns depoimentos sobre esse modo de vida.
Montanhas são Deuses – Everest Base Camp Trek (Nepal, 2019, 5′) fecha essa sequência da mostra apresentando rapidamente uma aventura de 8 brasileiros por 16 dias pelo Everest.
Afinal, para conferir os filmes é só visitar e se inscrever no mfmbrasil.wixsite.com/home
Serviço:
Data: de 23 de agosto a 04 de outubro
Evento online e inscrições gratuitas. Vagas limitadas.
Inscreva-se pelo link www.sympla.com.br/mfm2020