“Zero”. Um jovem do Senegal vive na Itália. Um negro na Europa tentando sobreviver. Trabalha como entregador numa pizzaria. Uma história comum, não é? Tristemente comum, inclusive o racismo. A série original da Netflix homenageia super-heróis e quadrinhos, mas, sobretudo, critica o racismo, a xenofobia e a gentrificação. Isso é o melhor dessa produção que peca em muitos aspectos, mas, em especial no seu início, consegue tocar em pontos importantes de crítica social.
O elenco é bom, carismático, e traz aquela turma do bairro que a gente adora. Eles fazem de tudo para proteger a vizinhança. Enquanto isso, Zero tem que lidar com as diferenças que tem com o pai e a descoberta de um dom que possui. Além disso, acaba encontrando um amor, de outra classe social, de outro estilo.
Ao longo da primeira temporada, o protagonista vai ganhando mais confiança e entendendo melhor seu poder. Ele pode ficar invisível. Mais uma metáfora para o imigrante negro na Europa. Entretanto, a apresentação dos personagens no geral é pífia e rápida demais. Superficial mesmo. Nenhum personagem ganha um aprofundamento, nem mesmo o protagonista. Tudo bem, existe todo um mistério por trás dos poderes que vai sendo desvelado, mas não é o bastante para que sobreponha a todo o resto.
Apesar da agilidade excessiva na forma como as relações ocorrem e criam laços fortes – não muito críveis, a série pode entreter e tem seus momentos.
Por fim, os episódios são curtos e é fácil de maratonar até um final que… cria expectativas para a próxima temporada. Mas não muitas.