Nessa entrevista, o percussionista Zinho Brown não foge da polêmica e assume a criação do Tecnomacumba com Rita Benneditto, mas diz que não ter recebido os créditos. A princípio, Zinho saiu de Salvador e caiu no Brasil buscando os ritmos africanos. Como bom professor, nesse papo, explica cada instrumento e seus papéis no encaixe dos ritmos.
Zinho Brown procurou descobrir em suas pesquisas de que nações específicas são as batidas usadas nas casas de candomblé como Ketu, Jeje, Efon e Angola. Ele tem doutorado em História e Cultura Afro-folclórica Brasileira e Africana. Além disso, também realizou um trabalho de estudo na Universidade Federal do Rio Grande do Norte dentro do grupo parafolclórico. Zinho explica sua visão da natureza, a espiritualidade e o papel do Ogan em conjunção com a percussão na ritualística religiosa.
Epistemologia do conhecimento da natureza: Candomblé
Aliás, Zinho coloca o candomblé como epistemologia do conhecimento da natureza. Inclusive, ele morou nos Estados Unidos e tocava os ritmos do candomblé em Nova Orleans com a galera da Soul Music. O percussionista buscou estudar para entender como mesclar a parte científica e orgânica da musicalidade. Um dos seus grandes desafios foi recriar e conservar os conhecimentos deixados pelos ancestrais.
Enfim, o músico traz ainda todo o aprendizado dos ritmos latino-americanos como um viajante da percussão e fala sobre suas aulas nas oficinas de Candomblé na Maracatu Brasil com toda sua irreverência e simpatia. Ao fundo do bate-papo é possível escutar o Jazz Brasil, projeto de Zinho Brown que une percussão brasileira com os instrumentos do jazz.
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Música de fundo: Jazz Brasil, de Zinho Brown
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