Em primeiro lugar, “O Espaço Infinito” aborda a questão da internação em uma clínica psiquiátrica. A princípio, isso permite refletir sobre a importância do tratamento adequado para indivíduos que sofrem de transtornos psicológicos. A internação de Nina sugere que ela está enfrentando dificuldades emocionais e mentais que requerem um ambiente controlado e profissionais especializados para ajudá-la a lidar com seus problemas.
O filme retrata a jornada de Nina (Gabrielle Lopes) em seu próprio inconsciente, e entra numa representação simbólica do processo de autoconhecimento e exploração psicológica. Ao adentrar no inconsciente, Nina busca compreender suas emoções, desejos e medos mais profundos, o que é fundamental para o trabalho terapêutico.
O espaço infinito do inconsciente
O que eu achei interessante no filme é que Nina procura um caminho para a realidade compartilhada, ou seja, quer a integração de diferentes partes de sua personalidade. Essa busca pela harmonia interna é um tema recorrente na psicologia e é fundamental para o desenvolvimento saudável do indivíduo.
Além disso, a jornada no inconsciente revela a presença de conflitos internos e possíveis traumas não processados. Esses elementos podem ser explorados através de técnicas da psicoterapia, como a psicanálise, por exemplo, onde o paciente busca acessar seu inconsciente para trazer à tona lembranças, desejos reprimidos e traumas.
Aliás, em seguida confira o trailer de “O Espaço Infinito”, e siga lendo:
Determinada a encontrar uma maneira de se curar e retornar à realidade compartilhada com os outros, Nina embarca nessa jornada interna, confrontando seus medos, demônios interiores e traumas. Dessa forma, mergulha nas profundezas de sua mente. Enquanto navega por sua própria psique, Nina encontra personagens simbólicos que representavam diferentes aspectos de sua personalidade. Sendo assim, ela conhece a sombra, uma figura sombria e assustadora que representava seus medos e inseguranças. Também conhece o Sábio, uma figura inteligente e compassiva que a guia em sua jornada. Com a orientação do Sábio, Nina começa a entender que sua jornada não era apenas sobre encontrar respostas, mas também sobre aceitar a si mesma.
A jornada de Nina é uma experiência transformadora que a ajuda a abraçar sua própria singularidade. Descobre assim que a realidade compartilhada não se trata apenas de se encaixar, mas sim de ser verdadeiramente autêntica consigo mesma, e, acima de tudo, aprende que a cura e a redescoberta de si mesmo são possíveis, mesmo nos lugares mais escuros de nossa mente.
A atuação de Gabrielle Lopes como Nina é de fato digna de elogio. É notável a sutileza com que a atriz retrata as nuances da doença mental, mergulhando na psicologia de sua personagem e trazendo à tona a complexidade das emoções humanas.
Leo Bello, diretor de “O Pequeno Pé Grande” e “Retratos da Alma”, entre outros, estreia em direção solo de longas com “O Espaço Infinito”. Com produção da Machado Filmes, a obra chega aos cinemas brasileiros em 10 de agosto, com distribuição da Pandora Filmes.
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