O Aprendiz se destaca como um bom retrato da ascensão de Donald Trump em uma Nova York dos anos 1970 e 1980. A direção eficiente de Ali Abbasi consegue manter o público envolvido, com uma narrativa bem amarrada. As atuações eficazes de Sebastian Stan, Jeremy Strong e Maria Bakalova são destaque. A química entre os protagonistas, especialmente na dinâmica entre Trump (Stan) e Roy Cohn (Strong), é um dos pontos altos, mostrando a complexidade das relações de poder e ambição. E, talvez, de amor?
A princípio o roteiro de Gabriel Sherman mantém um ritmo que equilibra tensão e drama, com toques de humor, permitindo ao espectador acompanhar de perto a transformação do jovem Trump. Além disso, mostra bem o narcisismo que domina Trump e como seu ego cresce sem limites.
A direção de arte e a fotografia de Kasper Tuxen são fundamentais para transportar o público à Nova York de décadas passadas. A atmosfera de uma cidade caótica, decadente, mas, ao mesmo tempo, cheia de oportunidades, é muito presente. As escolhas de locação, figurinos e detalhes visuais recriam fielmente a estética da época. Isso é ótimo para o espectador, que se sente imerso nas ruas e prédios que moldaram a ambição de Trump. Esse capricho com a precisão histórica enriquece demais a película, reforçando o impacto das mudanças sociais e econômicas que ocorreram na cidade e influenciaram a trajetória dos personagens.
Aliás, veja o trailer de O Aprendiz, e continue lendo:
De certa forma, diria que O Aprendiz funciona como um filme de origem de vilão, ao mostrar a formação de uma das figuras mais controversas da atualidade. A trama nos conduz pelas intrigas e pelos bastidores que fizeram Trump ser o que ele é, destacando como seu mentor, Cohn, influenciou e guiou suas estratégias de manipulação e poder.
Na rede social Truth Social, Donald Trump deu sua opinião sobre o filme:
“Espero que um filme fajuto e sem classe sobre mim, chamado ‘O Aprendiz’, fracasse. É uma produção barata, difamatória e politicamente nojenta, lançada estrategicamente antes da Eleição Presidencial de 2024 para tentar prejudicar o maior movimento político da história do nosso país.”
A estreia ocorre em 17 de outubro de 2024 e promete provocar debates acalorados, especialmente por abordar uma figura tão polarizadora e por tocar em questões que muitos prefeririam manter fora das telas.
Afinal, é um filme que, além de entreter, oferece uma reflexão sobre capitalismo, as raízes do poder e suas consequências.
Por fim, veja:
O2 traz Francis Ford Coppola ao Brasil para lançamento de ‘Megalópolis’