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Crítica

A História É Uma Istória | Texto clássico de Millôr Fernandes chega na era do TikTok

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A História É Uma Istória’ - Comédia de Millôr Fernandes estreia dia 5/5 no Sesc Tijuca, com direção de Ernesto Piccolo

O clássico texto de Millôr Fernandes segue contemporâneo, mas ganha uma atualização após o download de Ernesto Piccolo. “A História É Uma Istória” está de volta em nova montagem. Estive na estreia, dia 5 de maio de 2022, no Teatro II do Sesc Tijuca (Rua Barão de Mesquita, 539), onde está em cartaz essa comédia que se intitula “histórico-histérica”.

Encenado pela primeira vez no ano de 1976, o texto é extremamante político e se fortalece no intimismo do teatro do Sesc Tijuca, onde o público fica bem próximo, cara a cara, com o elenco. A “istória” aborda uma linha do tempo que começa na pré-história e segue até atualmente.

A ironia ferina de Millôr ganha uma força jovem com o trio de atores, Bruno Ahmed, Bruno Suzano e Paula Barros, cuja química e expressividade corporal impressionam. A peça exige bastante disposição, foco e atenção, e eles não deixam cair. Como em toda estreia, certo nervosismo podia ser sentido, e os poucos erros passaram batidos, logo corrigidos pela capacidade de improvisação e inteligência dos integrantes.

Os atores transformam-se em figuras historicas como Napoleão, Hitler, e religiosos. Em seguida, viram animais, objetos, e tudo o mais que se possa imaginar, provocando questionamentos em cima de ídolos e “grandes” momentos da história humana. Um exercício e tanto para esses jovens que demonstram habilidades para encarar novos desafios futuramente.

TikTok

A reflexão é constante, sempre entre sorrisos, mas não gargalhadas. Músicas famosas também entram pontualmente e a direção musical e sonoplastia de Cyrano Sales é um dos grandes destaques. Além disso, o espetáculo ganha mais força toda vez que traz coisas específicas desse tempo em que vivemos, como os smartphones e o famigerado TikTok. São situações que, claramente, aproximam o espectador, o que é perceptível nas reverberações que provocam instantaneamente.

Aliás, impossível não exaltar esse novo fôlego que o texto ganha, sem citar a visão do diretor Ernesto Piccolo, cuja versatilidade é conhecida e reconhecida. Afinal, foi indicado diversas vezes ao Prêmio Shell e tem incontáveis espetáculos e filmes em seu currículo como diretor, entre eles: “Divã”, “Mais Uma Vez Amor”, “Os Difamantes”, “A História de Nós 2” e “Doidas e Santas”.

Por fim, a temporada segue até 29 de maio de 2022, de quinta a sábado, às 19h; e aos domingos, às 18h. “A História É Uma Istória” é um dos contemplados no Edital Sesc RJ de Cultura 2022.

FICHA TÉCNICA:

Texto: Millôr Fernandes

Direção: Ernesto Piccolo

Elenco: Bruno Ahmed, Bruno Suzano e Paula Barros

Direção de Produção: Bruno Ahmed e Paula Barros

Produção Executiva: Ricardo Fernandes

Assistente de Produção: Paula Trovão e Aline Monteiro

Iluminador: Gabriel Prieto

Diretor Musical e Sonoplastia: Cyrano Sales

Figurinista: Marcela Treiger

Cenógrafo: Diogo Venturieri
Direção de movimento: Antônio Negreiros

Design: Igor Ribeiro

Fotógrafo: Victor Senra

Idealização: Bruno Ahmed e Paula Barros

Realização: B&A Empreendimentos e Cultura

SERVIÇO:

A HISTÓRIA É UMA ISTÓRIA

Estreia: 5 de maio de 2022.

Temporada: De 5 a 29 de maio de 2022.

Horários: de quinta a sábado, às 19h; e domingo, às 18h.

Local: Teatro II – Sesc Tijuca

Endereço: Rua Barão de Mesquita, 539, Tijuca.

Bilheteria – Horário de Funcionamento: De terça a domingo, das 9h às 19h.

Duração: 60 minutos.

Telefone: (21) 4020-2101

Valores: R$30 (inteira), R$15 (meia-entrada), R$7,50 (Credencial Plena) e Grátis (PCG)

44 lugares. 12 anos.

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Cinema

‘Jogos Vorazes – A Cantiga dos Pássaros e das Serpentes’ é uma longa jornada com alguns bons momentos

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novo jogos vorazes a cantiga dos pássaros

Um filme, independente de pertencer a uma franquia de sucesso, deve ser uma experiência em si, que atenda tanto aos seus fãs, como aquele expectador comum, não conhecedor daquele universo e que deseja apenas viver uma experiência cinematográfica. O novo Jogos Vorazes – A Cantiga dos Pássaros e das Serpentes , em cartaz nos cinemas atende a esse propósito. A obra se passa antes do primeiro Jogos Vorazes lançado nos cinemas e como filme de origem, situa os marinheiros de primeira viagem ao mesmo tempo em que traz referências para quem acompanha a saga.

“Jogos Vorazes – A Cantiga dos Pássaros e das Serpentes” está nos cinamas com sessões em XPLUS, 4DX, DE LUX e também IMAX. Na UCI, os fãs ainda podem garantir uma super lembrança do filme com o combo especial com balde de pipoca exclusivo do filme e duas bebidas.

O longa, dirigido por Francis Lawrence e baseado em mais um livro de Suzanne Collins, mostra a origem de Coriolanus Snow, antes de se tornar o tirânico presidente de Panem, então com 18 anos. Ele vê uma chance de mudar sua sorte quando se torna o mentor de Lucy Gray Baird, o tributo feminino do Distrito 12. A Cantiga dos Pássaros e das Serpentes É um razoável produto de entretenimento que através da sua narrativa levanta questões mais sérias, que em alguns momentos ficam ofuscadas por conta da própria trama, que em nenhum momento nos deixa esquecer que se trata de um blockbuster.

Comovente

O filme “Jogos Vorazes: A Cantiga dos Pássaros e das Serpentes” apresenta uma mistura de pontos positivos e algumas ressalvas, oferecendo momentos envolventes e até comoventes em sua narrativa. Um dos aspectos que merecem destaque é a atuação excepcional da atriz Viola Davis, que se transforma de maneira surpreendente para dar vida à Doutora Volumnia, a organizadora dos jogos, contribuindo significativamente para a qualidade do filme.

A escolha consciente das cores na cinematografia é outro elemento notável. A utilização marcante do vermelho no figurino dos mentores cria um contraste impactante com o cinza dos distritos, evocando visualmente a atmosfera opressiva e reminiscente dos campos de concentração. Essa decisão estética não apenas ressalta a disparidade social no universo da história, mas também enriquece a experiência visual do espectador.

Entretanto, o filme não está isento de críticas. Poderia ter 30 minutos a menos, o que auxiliaria a falta de ritmo em alguns trechos, apesar de não chegar a ser um ponto que compromete totalmente a experiência. No entanto, é elogiável que a longa duração do filme seja justificada pela necessidade de explorar a complexidade da trama, dividida em capítulos. Isso indica um esforço em construir uma narrativa sólida e detalhada, o que pode ser apreciado por aqueles que valorizam uma história mais densa e aprofundada.

Enfim, apesar das críticas pontuais, a obra consegue cativar e oferecer uma experiência satisfatória no geral.

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