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A Incrível História da Ilha das Rosas na Netflix, vida real e a Ilha das Flores

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critica a incrivel historia da ilha das rosas

A Incrível História da Ilha das Rosas (Rose Island) mostra quando um engenheiro idealista, Giorgio Rosa, resolve transformar uma utopia em realidade. Hum… Normalmente isso incomoda. Idealismo incomoda muita gente. Parece que vivemos em um mundo cheio de destruidores de sonhos.

As atuações do filme são ótimas e divertidas. É como realismo fantástico italiano. Reflexões sobre leis e justiça aparecem de forma bem explícita. Mas é uma grande comédia com personagens engraçados. Apesar de que fiquei surpreso ao descobrir que teve como base uma história real. Ou seja, realmente essa ilha existiu! Declarou independência em 24 de junho de 1968, tinha como língua oficial o esperanto e o nome oficial – em esperanto também, claro – Insulo de la Rozoj. Tinha bandeira, selos e moeda.

Antes de sua morte, no ano de 2017, aos 92 anos, o verdadeiro Giorgio Rosa se reuniu com os cineastas e acabou liberando a adaptação da história. Elio Germani dá vida ao engenheiro com muito carisma e eficiência.  A belíssima Matilda De Angelis vive seu amor e grande motivação, Gabriella. Afinal, todo o elenco entrega um bom trabalho e faz o espectador rir e ter vontade de pegar um barco para conhecer a ilha de concreto e dar um abraço em Giorgio.

Aliás, veja o trailer e siga lendo:

Logicamente, a Itália não gostou nada disso, ainda mais com a repercussão internacional do caso, mas Giorgio lutou pelo seu sonho. Aliás, a trilha sonora com clássicos dos anos 60 embala tudo com muito sabor, um gosto de liberdade em prol de algo maior… mudar o mundo.

Diretamente da Itália para a Netflix eu devo dizer que me emocionei no final. A última conversa de Giorgio Rosa e Gabriella encheu meus olhos de água – e de esperança.

A Ilha das Flores, de Jorge Furtado

É estranho pensar no contraponto entre esse filme da Ilha das Rosas e o clássico e contundente documentário brasileiro, Ilha das Flores. Um curta-metragem genial de Jorge Furtado que inclusive ganhou o Urso de Prata no Festival de Berlim em 1990. Ainda por cima, em 2019, foi eleito pela Associação Brasileira de Críticos de Cinema o melhor curta brasileiro de todos os tempos.

São 13 minutos que mostram o tomate saindo do campo de cultivo até o aterro sanitário. Porém, de uma forma pontual, ácida e didaticamente científica que ensina muito sobre as relações humanas no capitalismo. É completamente diferente do filme italiano sobre um doce sonho, pois é realidade amarga e intragável. Mas, ao mesmo tempo, ambos criticam um sistema esquisito.

Enfim, assista ao clássico:

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55 Comentários

1 Comentário

  1. MIRIAM

    12 de dezembro de 2020 at 16:00

    Alvaro, muito bem lembrado o Ilha das Flores. Afinal trata-se, nos dois filmes, dessa tal de liberdade. Que muitos acham, hoje em dia, que consiste em andar sem máscara e não tomar vacina. E se perguntássemos aos catadores no lixão da Ilha das Flores o que é liberdade?

    • Alvaro Tallarico

      14 de dezembro de 2020 at 23:38

      Que comentário contundente, Miriam. Não consegui não lembrar de Ilha das Flores e ficou aquele esperança de quem procurar a Ilha das Rosas ter a possibilidade de conhecer esse ótimo curta nacional nessa postagem. Sua pergunta ficou pairando na minha cabeça.
      Gratidão.

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  5. n mendes de souza

    15 de dezembro de 2020 at 02:15

    Que filminho sem chance….nao mostra o trabalho que eles tiveram, o dinheiro gasto, e nem um monte de outras coisas….nem pra Ser simbólico o filme presta…..sem chance

    • Alvaro Tallarico

      15 de dezembro de 2020 at 11:59

      Tem um estilo meio ‘Sessão da Tarde’, bem simples, mas tem momentos engraçados, não achou?

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‘Aumenta que é rock ‘n roll’ traz nostalgia gostosa | Crítica

Longa protagonizado por Johnny Massaro e George Sauma estreia em 25 de abril.

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Uns anos atrás, mais especificamente em 2019, o Festival do Rio (e outros festivais do Brasil) trazia em sua programação um documentário sobre a Rádio Fluminense. “A Maldita”, de Tetê Mattos, que levava o título da alcunha pela qual a rádio era conhecida, narrava sua história e, além disso, a influência que teve em seus ouvintes. Para muitos, principalmente os que não viveram a época, foi o primeiro contato com a rádio rock fluminense.

Anos depois, no próximo 25 de abril, quinta-feira, estreia “Aumenta que é rock ‘n roll”, longa de Tomás Portella. O longa é baseado no livro “A onda maldita: Como nasceu a Rádio Fluminense”, escrito por Luiz Antônio Mello, criador da rádio. Protagonizado por Johnny Massaro na pele de Luiz Antônio, o filme foca em toda a trajetória do jornalista desde sua primeira transmissão na rádio do colégio, até o primeiro contato com a Rádio Fluminense (por causa de seu amigo e cocriador Samuca) e a luta pra fazer da Fluminense a rádio mais rock ‘n roll do Rio de Janeiro.

Muito rock

Pra começo de conversa, é preciso dizer que o filme é uma bela homenagem ao gênero rock. Além de uma trilha sonora com nomes de peso, como AC/DC, Rita Lee, Blitz e Paralamas do Sucesso, o longa consegue mostrar ao espectador do que o rock é verdadeiramente feito: de muita ousadia e questionamentos. Em uma época em que o gênero vem sendo esquecido, principalmente pelas gerações mais jovens, Tomás Portella consegue relembrar a todos que o rock é sinônimo de controversão e revolução, já que foi criado para questionar os ideais vigentes da época.

Isso fica muito claro nos personagens que compõem a rádio e que a tocam pra frente. A ideologia de fazer diferente fica tão nítida na tela que eu desafio o espectador a não sair do filme com vontade de revolucionar o mundo ao seu redor.

Roteiro

Isso se dá, obviamente, por um texto muito bem escrito e uma trama bem desenvolvida e bem amarrada. O que significa, portanto, que L.G. Bayão fez um ótimo trabalho na adaptação do livro.

Mas, além disso, as atuações dos atores em cena tambémajudam muito. Apesar de a maioria dos atores nem sequer ter vivido a época (no máximo, eram criancinhas nos anos 80), eles personificam a vontade de transformar da época. Principalmente Flora Diegues, que tem uma atuação tão natural que dá até pra pensar que ela pegou uma máquina do tempo lá em 1982 e saltou na época em que o filme foi gravado. Infelizmente, a atriz faleceu em 2019 e uma das dedicatórias do longa é para ela. Merecidissimo, porque Flora realmente se destaca entre os integrantes da rádio rock.

Sintonia fina

George Sauma interpreta o jornalista Samuca, amigo de colégio de Luiz Antonio que cria a rádio com o colega. A escolha dos dois protagonistas não poderia ser melhor, já que Johnny Massaro e George têm uma química que salta da tela. O jogo de dupla cheio de piadas, típico dos filmes de comédia dos anos 1980, funciona muito bem entre os dois. Os dois atores têm um timing ótimo para comédia e, ao mesmo tempo, conseguem emocionar quando o texto cai para o drama. Tanto George quanto Johnny brilham.

Também brilham a cenografia e o figurino do filme. Cláudio Amaral Peixoto, diretor de arte, e Ana Avelar, figurinista, retrataram tão bem a época que parece que estamos mesmo de volta aos anos 1980. A atenção aos detalhes faz o espectador, principalmente o que viveu tudo aquilo, se sentir dentro da rádio rock.

Nostálgico

Para resumir, é um filme redondinho e gostoso de assistir, com atuações incríveis e uma trilha sonora de arrasar. Duvido sair do cinema sem vontade de ouvir uma musiquinha de rock que seja!

Fique, por fim, com o trailer de “Aumenta que é rock ‘n roll”:

Ficha Técnica

AUMENTA QUE É ROCK ‘N ROLL

Brasil | 2023 | Comédia

Direção: Tomás Portella

Roteiro: L.G. Bayão

Elenco: Johnny Massaro, George Sauma, João Vitor Silva, Marina Provenzzano, Orã Figueiredo.

Produção: Luz Mágica

Coprodução: Globo Filmes e Mistika

Distribuição: H2O Films.

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