A história que parou o Brasil, agora tem 2 filmes em conjunto para mostrar a análise de cada narrativa dos envolvidos. “A menina que matou os pais” e “O menino que matou meus pais”, contam a história de Suzane Von Richthofen, e dos irmãos cravinhos. O roteiro é de Ilana Casoy e Raphael Montes, com base nos autos do julgamento de Suzane von Richthofen, Daniel e Cristian Cravinhos pelo assassinato dos pais de Suzane, Marísia e Manfred.
O caso é de 2002 e eu tinha 12 anos na época. Lembro de como foi realmente chocante para todo o Brasil, e pensar em como ainda chama atenção esse assunto até hoje, quase 20 anos depois, mostra realmente que era uma boa ideia um longa metragem sobre isso.
Os filmes seriam lançados no cinema, mas veio a pandemia. Dessa forma, acredito que foi uma bela sacada e ótimo para os próprios filmes serem adquiridos pela Amazon. As histórias contam as versões de Suzane e de Daniel Cravinhos, de como se conheceram, de como começaram a se relacionar. São acontecimentos pontuais e contados de forma totalmente parciais. Isso em conjunto com ótimas atuações de Carla Diaz (que pra mim segurou os dois filmes, inclusive) e Leonardo Bittencourt.
Nuances
As nuances entre as versões são grandes, mas muitas cenas são aproveitadas (amém para os editores), isso não necessariamente é ruim, pois tem mudanças de roupa, de narrativas que dão um toque sutil mas que se prestar atenção fazem diferença na narrativa de cada um deles.
Mas o melhor nessa questão é que nenhuma das narrativas se mostra superior ou verdadeira, apenas diferente. Isso deixa espaço para que o espectador decida por si só se acreditaria em alguma, ou até nenhuma. Ao meu ver as duas tem partes verdadeiras, principalmente quando as narrativas convergem, mas temos desde uma narrativa de bom moço demais de Daniel, que não se sustenta com pequenos deslizes mesmo na própria narrativa, e narrativa de coitada de Suzane que em partes não consegue dissimular como gostaria.
Vítima?
Contudo, o fato é que a narrativa de Suzane é mais “comprável” digamos assim, ela se joga muito como vitima de um amor incompreendido que tinha por Daniel, mas Carla consegue arrancar da personagem desde o olhar vazio, a partes sedutoras de Suzane (veja a entrevista de Suzane com Gugu por exemplo, como ela é sedutora com ele mesmo) até a dissimulação de fato, onde se mostra fraca e indefesa quando na verdade sempre esteve como cabeça.
Os filmes podem ser uma boa para assistir e passar um pouco o tempo, até discutir com alguém sobre qual narrativa parece mais verídica, mas não muito mais que isso.
Como um amante de true crime e documentários da temática, teriam que realmente comer muito feijão com arroz para chegar perto da complexidade por exemplo da série de Elize Matsunaga, da Netflix, sendo que nem de perto o caso é tão famoso ou foi tão repercutido quanto esse.
Outro ponto crucial e que poderia ser a chave para um desfecho melhor seria a visão de Andreas, irmão caçula que esteve próximo de todos e a pessoa viva mais afetada com essa história cruel.
Além disso, conheça 10 fatos sobre os filmes do caso Richthofen
1. Suzane, os irmãos Cravinhos ou qualquer outra pessoa retratada nos filmes não receberão dinheiro da produção, direitos autorais ou terão qualquer tipo de participação no resultado do filme.
2. Nem a produção, nem os atores dos filmes tiveram qualquer contato com Suzane von Richthofen, Daniel e Cristian Cravinhos.
3. Os filmes foram produzidos 100% com investimento privado, sem a utilização de verba pública.
4. Os filmes são uma adaptação cinematográfica, baseados em uma história real, desenvolvida a partir das informações que constam nos autos do processo, em especial nos depoimentos dos envolvidos.
5. Nenhum dos dois filmes inocenta ou enaltece Suzane e/ou Daniel, assim como também não romantiza ou glamouriza os assassinatos.
6. A produção não defende nenhum dos lados da história e deixa ao público a interpretação dos fatos e das versões.
7. São dois filmes de 80 minutos cada, com versões da história totalmente diferentes, que serão lançados no mesmo dia.
8. “A Menina que Matou os Pais” conta a versão de Daniel Cravinhos, e “O Menino que Matou Meus Pais” conta a versão de Suzane von Richthofen.
9. Não existe uma ordem correta para assistir aos filmes. Mas a experiência só é completa assistindo a ambos.
10. Para que todos possam ter a experiência completa assistindo aos dois filmes, teremos valores e promoções especiais que serão divulgados em breve.
Enfim, e você? Já viu ou vai ver algum deles? Qual narrativa mais te convenceu? Conte aqui abaixo nos comentários, e até a próxima.