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Crítica

Afronta! | Descolonize seu pensamento com essa série da Netflix

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Afronta

A série Afronta! Facing it! convida o público das minorias a tentar abafar alguns preconceitos sociais e de alguma forma reagir à eles, dando voz a um conjunto de realizações, desejos e sonhos. Construído em formato de documentário, onde a cineasta brasileira Juliana Vicente traz algumas figuras negras que na trajetória de suas vidas acharam seu lugar de fala e conseguiram representar isso por meio das artes, na tentativa de moldar, sustentar e carregar seus discursos.

A pessoa dita afrontosa é aquela do tipo que deseja colocar seu discurso em evidência, independente da forma, independente de
quem a queira ouvir ou ver. Seja por uma imagem, um áudio, uma pintura, uma roupa, desde que tudo a criação consiga exprimir de fato seus pensamentos, idéias, filosofias, e por aí vai. A figura do negro nas mais variadas e diversas formas de lidar com a arte. Negros e negras que desejaram em algum momento levar sua mensagem por meio de suas profissões e escolhas. Em algum momento de suas vidas desejaram fazer o que amam e assim, ter tudo isso como regras ou estilo de vida.

Afronta para libertar

Independente do sexo ou de orientações sexuais, são jornalistas, cantores, atores, diretores, modelos, dançarinos, pintores, empreendedores, enfim, criadores. Foi bom ter visto e ouvido o discurso do diretor, da atriz, da bailarina e de todos que se expuseram como um encontro em si. Uns tiveram a construção de suas novas formas de pensar mais sacrificantes enquanto outros deixaram apenas as coisas fluírem. Contudo, acreditam ter chegado aos seus objetivos ou que estejam no caminho deles.

Pessoas que de alguma forma conseguiram descolonizar e libertar seus pensamentos e idéias de um passado de escravidão, turbulento, doloroso, mas que, de alguma forma, gerou forças para que não desistissem, e ainda assim resistissem. Quando se pensa em um Governo acusado de tentar eliminar uma raça, um governo genocida, com atitudes de caráter Nazista, vários
pensamentos nos vem a mente. Será que voltaríamos a um período de escravidão? Sé é que de fato, um dia saímos dela.

Há negros que lutaram, conquistaram seus espaços e desejam manter suas vozes ativas de forma que influenciem outros, em maior ou menor escala, essa série Afronta! Facing it! é uma forma expressiva para demonstrar que o discurso do negro existe, de forma relevante, e com conteúdo.

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Cinema

Carlos Maia: ‘Pedágio’, de Carolina Markowicz, é um filme necessário

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Pedágio.

Novo longa de Carolina Markowicz é um dos destaques do ano

2023 foi um ano agitado nos cinemas. Vimos o fenômeno “barbenheimer” lotar as salas de exibição, porque fomos convencidos de que essas eram obras imprescindíveis. Também nos deparamos com uma infinidade de franquias hollywoodianas, já bem conhecidas do grande público, disputando as bilheterias – e o nosso dinheiro. E nunca foi tão discutida a tão falada fadiga dos filmes de super – heróis, que cada vez arrecadam menos em bilheteria (com raríssimas exceções).

Quando achávamos que nada mais nos surpreenderia, eis que neste final de ano somos presenteados com uma grata surpresa: “Pedágio”, longa metragem com uma direção sensível de Carolina Markowicz que não por acaso foi o filme mais premiado do Festival do Rio 2023.

“Pedágio” nos coloca diante de Suellen, vivida de forma sublime por Maeve jinkings. Suellen é uma cobradora de pedágio, que vive uma rotina triste em um mundo onde não há perspectiva de mudanças e parece que não há possibilidade de escapar daquela realidade. E realmente não há. O filme nos coloca naquele mundo de poucas cores, pobre, violento, sem glamour. Violência aqui pode assumir diversas formas, não apenas aquela a qual estamos habituados.

“Pedágio” tem um elenco primoroso e todos têm a sua oportunidade de brilhar.

Tal como a protagonista Suellen, aquele lugar onde se desenrola a trama é duro, maltratado pelo tempo e pela própria vida. A gentileza passou longe dali. A gentileza passa longe daquelas vidas. O grande mérito do longa é a humanidade de seus personagens; por mais que algumas atitudes ali tomadas nos pareçam condenáveis, no fundo todas buscam, ao seu modo, uma forma de ser feliz e tentar amenizar aquela realidade sofrida. Também, ainda que por meios questionáveis, existe uma preocupação e um cuidado com quem se ama, mesmo por modos tortuosos.
O grande destaque do filme é o ator Kauan Alvarenga, que vive Tiquinho, filho da protagonista. Em sua primeira aparição somos enganados, pois parece que Tiquinho será um estereótipo, uma caricatura, mas logo o personagem toma pra si a sua própria história e emociona. Somos levados a rir e a chorar com ele, e o riso muitas vezes é de nervoso e denúncia.

Os coadjuvantes são um show a parte. Não estão ali como figuras decorativas, mas cada um tem o seu peso e suas atitudes atravessam nossa protagonista Suellen e a levam a tomar suas decisões. “Pedágio” é um filme que merece ser visto e nos diz muito sobre o Brasil de hoje.

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