O próximo episódio do projeto internacional Arte como Ciência, no dia 14 de setembro, às 14:30 (BRT), traz uma entrevista com a performer e pesquisadora norte-americana Quanda Johnson. Ela apresentará sua abordagem singular das temáticas da negritude, racismo e justiça social por meio de uma poderosa linguagem híbrida composta por crítica acadêmica e performatividade artística.
Em Trauerspiel: Sujeito do Não-Ser, Johnson apresentará uma investigação acadêmico-performática a respeito do Trauma Negro através do olhar branco, e das violências coletiva e doméstica. Consiste em três segmentos individuais: Em Busca da Terra Negra: um estudo diferente da raça negra, A Balada de Anthony Crawford: uma carta de amor para a América/remix, e Trauerspiel: sujeito do não-ser. Sua entrevista também envolve a apresentação simultânea de imagens de artes visuais que dialogam por meio de seu conteúdo performativo.
A apresentação é uma performance criativa, interdisciplinar e autoetnográfica que interroga três formas básicas nas quais o corpo/psique Negro é traumatizado: o olhar branco, a violência coletiva/de justiceiros e a violência autoinfligida dentro de espaços Negros “seguros”, principalmente o lar Negro. Esses parâmetros de trauma lançam os corpos Negros na modernidade Atlântica dentro de uma visão hegemônica perpétua de vitimização.
Existência
No entanto, Johnson argumenta que há uma “existência”, uma ontologia criativa, para o corpo/psique Negro desconstruído que suplanta a vítima, e que a “intermediação” do trauma Negro – aquele espaço liminar que ela chama de “o atropelo” – é onde a ontologia da Negritude na modernidade Atlântica pode viver. Suas principais referências teórico-performáticas são Romare Bearden, Bill T. Jones e Coco Fusco, cujas obras a embasam na investigação de seu próprio trabalho e processo. Embora cada um deles represente uma área distinta do fazer criativo: artes visuais, dança e teatro, respectivamente, eles compartilham com a prática de Johnson um foco que é interdisciplinar, autoetnográfico e cuja essência é o corpo Negro e a ontologia Negra.
Vale ressaltar que a entrevista será realizada ao vivo em inglês e que o projeto conta com tradução para o português e espanhol. A transmissão será pelas redes do Arte como Ciência: YouTube youtube.com/artecomociencia e Facebook fb.com/artecomociência. O público é incentivado a enviar perguntas e compartilhar suas ideias por meio do chat.
Quem é Quanda Johnson?
Quanda é doutoranda Fulbright em Estudos Interdisciplinares de Teatro na Universidade de Wisconsin, Madison. Ela possui pós-graduação em Estudos Afro-Americanos e Culturas Visuais. Como pesquisadora de Pós-Graduação da Escola Gallatin de Estudo Individualizado, da New York University (MA 2017), ela apresentou seus trabalhos originais, Em Busca da Terra Negra: um estudo diferente da raça negra e A Balada de Anthony Crawford: uma carta de amor para a América no Festival de Artes Gallatin em 2016 e 2017, respectivamente. Atualmente, ambos fazem parte de sua tese-performance-exposição de doutorado, entitulada Trauerspiel: Sujeito do Não-Ser (primavera de 2022).
Da Broadway à grande ópera, ela busca utilizar a performance para provocar e, consequentemente, transformar conversas reincidentes e entranhadas sobre a Negritude e a Diáspora Africana. Por meio da Bolsa do Programa Liderança Comunitária da Fulbright, ela escreveu, editou e dirigiu Para além do véu das canções de sofrimento (2014), que examinou a relação da Underground Railroad (literalmente a “Ferrovia Subterrânea”) com o Canadá Atlântico e Quebec, juntamente com as questões raciais Marítimas atuais. O trabalho foi apresentado no Centro de Artes Dalhousie (Halifax) e no Teatro Alderney Landing (Dartmouth), na Nova Escócia, além de ter sido recebido no Centro de Artes Cênicas Skirball, da New York University (fevereiro de 2018).
Quanda possui Mestrado em Atuação pela New School University, Mestrado em Música pelo Conservatório de Música do Brooklyn College e Mestrado em Estudos Africanos/Ativismo e Performance (Ativismo Performático) pela Escola de Estudo Individualizado Gallatin Study, da New York University. Indicada para Melhor Atriz pela AUDELCO por sua interpretação de Marian Anderson, ela participou do espetáculo da Broadway Ragtime, ganhador do prêmio Tony. Ela fez sua estreia na New York City Opera em A Mãe de Todos Nós, com Lauren Flanigan. Ainda em 2021, ela estreia seu trabalho original RINDO PARA EVITAR O CHORO’: Oh! Aqueles Blues de Langston Hughes e tem a honra de se apresentar na estreia mundial de Genealogia, de T.J. Elliott e Joe Queenan, no Teatro Broom Street em Madison, Wisconsin.
O seu trabalho é dedicado à memória da primeira artista em sua vida, sua mãe, Vernetta.