Essa semana o Met se dedicará quase que exclusivamente à ópera italiana. A única ópera que foge à Itália é Carmen, obra prima de Bizet e da ópera francesa. Mesmo na Itália o Met não variará muito essa semana. Serão três óperas de Puccini, incluindo a primeira de sucesso, Manon Lescaut, sua última obra, Turandot, e a já batida, repetida e querida, La Boheme. Além de Puccini teremos também Giuseppe Verdi com duas obras maravilhosas do arquivo do Met: Rigolleto em montagem clássica que conta com ícones da história da ópera, e Luisa Miller, obra que não consta entre as mais encenadas e que aparecerá com essa montagem do acervo do Telecast.
Manon Lescaut – Puccini – 10/08
Estreou em 1893 no Teatro Regio de Turin. O tema da ópera foi arriscado, pois Massenet já havia musicado a história de Manon. Porém, tornou-se o primeiro grande sucesso de Puccini, e foi responsável por garantir grandes produções ao compositor. O libreto foi inspirado no livro “Histoire du Chevalier des Grieux et de Manon Lescaut” escrito por Abade Prévost, publicado em 1731 e imediatamente proibido por ser considerado escandaloso. A montagem que será apresentada é de 2008, O regente é James Levine e participam do elenco Karita Mattila, Marcello Giordani e Dwayne Croft.
Carmen – Bizet – 11/08
Assim como a história de Manon, Carmen causou escândalo entre os conservadores que frequentavam a famosa Opéra-Comique de Paris. A história se passa em Sevilha, Espanha, no início do século XIX. Provavelmente foi inspirada na vida de uma amiga de Bizet, que era cantora de Cabaré e prostituta. Para além da sensual e trágica protagonista, a ópera apresenta grande influência da música espanhola, e é provavelmente a obra mais inspirada de Bizet, sua inspirada abertura é conhecida por todos, mesmo quem não é amante de óperas, pois foi amplamente utilizada em várias mídias. A gravação é bem recente, de 2019 e fazem parte do elenco Aleksandra Kurzak, Clémentine Margaine, Roberto Alagna e Alexander Vinogradov. Regido por Louis Langrée.
Rigoletto – Verdi – 12/08
Não é a toa que Verdi é presença obrigatória em todas temporadas no mundo da ópera. Verdi foi um gigante, e Rigolleto é uma de suas obras primas. Estreou em 1851 em Veneza e desde então vem sendo encenada com muita frequência. A ária “La donna è mobile” é uma das mais conhecidas , sendo popular inclusive entre o público não dedicado à ópera. Essa é uma produção do arquivo do Telecast do Met e é bem tradicional. A gravação é de 1981 e conta com ninguém menos que Lucciano Pavarotti, uma das maiores vozes da história que por si só já vale a ópera. Além de Pavarotti estão no elenco Christiane Eda-Pierre, Isola Jones, Louis Quilico e Ara Berberian, e o regente é James Levine.
Turandot – Puccini – 13/08
Mais um Puccini, dessa vez a última ópera do compositor. Turandot é ambientada na China e flerta com tonalidades da música chinesa, apesar de manter-se uma legítima ópera italiana de Puccini. O compositor tinha fascínio por ambientar suas obras fora de sua terra e em lugares considerados exóticos para ele e seus contemporâneos. Apesar de não ser tão encenada como Tosca e La Boheme, Turandot é constantemente considerada o ápice da música de Puccini. A sentimental e forte ária Nessum Dorma é provavelmente a mais famosa ária de Puccini e uma das mais lindas da história da ópera. Essa montagem conta com assinatura de Franco Zeffirelli foi gravada em 2016 e cantada por Nina Stemme, Anita Hartig, Marco Berti e Alexander Tsymbalyuk, A regência é de Paolo Carignani.
Tristan und Isolde – 14/08
Obra grandiosa de Wagner, com quase quatro horas de duração Tristan und Isolde traz uma história de amor que entrelaça uma paixão enlouquecedora e morte. Foi parcialmente baseado na narrativa trágica Tristan de Gottfried Von Strassburg, porém Schopenhauer e seus escritos sobre desejo sexual e morte também foi uma grande inspiração para Wagner. Além disso havia também inspirações biográficas , pois Wagner apaixonara-se por uma mulher casada. Musicalmente a obra é espetacular e tem importância enorme, pois viria a influenciar compositores do início do século XX a experimentar com a tonalidade. Os cantores que encaram o desafio de cantar essa ópera são Deborah Voigt, Michelle DeYoung, Robert Dean Smith e Matti Salminen. Além disso o regente é James Levine, um dos maiores especialistas em Wagner. A gravação é de 2008.
La Boheme – Puccini – 15/08
Quem tem acompanhado as programações e as apresentações do Met provavelmente já viu e talvez até reviu La Boheme. É a ópera mais apresentada da história do Met, e provavelmente a mais apresentada em todas as casas de ópera do mundo todo. Mesmo quem não está familiarizado com o mundo da ópera tende a se render para o clássico de Puccini. Para quem não se satisfez ainda, essa é mais uma montagem de Zeffirelli, que está sendo exibida e reencenada desde os anos 80 e continua tendo público. Essa gravação é de 2014 e participam dela Kristine Opolais, Susanna Phillips, Vittorio Grigolo, Massimo Cavalletti, Patrick Carfizzi e Oren Gradus, além disso é regida por Stefano Ranzani.
Luisa Miller – Verdi – 16/08
Estreou em 1849 no Teatro San Carlo de Nápoles. Ópera em 3 atos com libreto inspirado na peça Intriga e Amor de Friedrich von Schiller, importante escritor alemão e um dos precursores do romantismo. A peça retrata o amor de um nobre, Ferdnand von Walter e uma moça burguesa filha de um músico, Luise Miller, que empresta seu nome ao título da ópera. Mesmo sendo de Verdi, não é uma ópera encenada em todas temporadas no mundo, logo essa gravação clássica do Telecast de 1979 é uma grande oportunidade, principalmente por contar com nomes tão importantes como Renata Scotto, Plácido Domingo, Sherrill Milnes, Bonaldo Giaiotti, James Morris, e o regente James Levine.
Todas as óperas são disponibilizadas no site deles assim como informações extras e os programas (playbill) metopera.org . O Met disponibiliza também o link diariamente em seu instagram. Além do site fica disponível também no aplicativo deles: Met opera on demand.