Bansky: “As pessoas que andam nas cidades não entendem o grafite pois acham que nada tem o direito de existir se não gerar lucro.” (Guerra e Spray)
Existiria outro motivo para se fazer teatro, música, roteiro, aprender passo de dança ou desenhar se não for para expressar diretamente nossas ideias, ganhar algum dinheiro, fama ou apenas por hobby? Semana passada, surgiu um vídeo pela internet onde víamos um show que acontecia no meio de um comício armamentista da extrema-direita norte-americana, nele o cantor
country entoava canções racistas, negacionistas e ofensivas, fazendo assim toda a plateia rir e delirar com a performance. O que eles não sabiam era que quem estava no palco era Sacha Baron Cohen, ator/criador de Borat (2006) e Who is America? (2018), que estava lá disfarçado, mais uma vez expondo o que há de pior nos Estados Unidos da América.
“Mas por que ele fez isso?”
Não que ganhar grana, ser reconhecido ou expressar nossa visão de mundo não sejam coisas boas – e que não possam coexistir – aliás, coexistem muitas vezes. Mas, de vez em quando, alguém faz algo além disso, que cruza uma linha e embaralha nossa cabeça. ou que pelo menos desloca nosso pensamento de lugar. Isso acontece porque a gente vai ao teatro para assistir à uma peça, mas as vezes ela acontece onde não era para acontecer. É quando essas coisas acontecem, onde supostamente não deveriam – que perturbam alguma ordem estabelecida. Uma arte que não só entretém, mas também intervêm no ciclo costumeiro das coisas.
Dessa forma, essas intervenções fazem mais do que questionar ou propor novos valores, elas “tiram uma onda” com o sistema, deixam ele um pouco mais desnorteado e driblam nosso jeito normal de acordar, trabalhar e ir dormir. Resistem à opressão, em suas diversas formas, de uma vida normal e conformada.
Era um comício da extrema direita até que…
Até onde se sabe, o ator Sacha Baron Cohen “hackeou” o evento “March for Our Rights” entrando de forma clandestina e conseguindo um lugar no palco com sua banda fictícia.
Vamos derrubar o governo, Globonews.
As pessoas zapeavam a TV em mais um dia pelos telejornais, quando as cantoras Doralyce e Bia Ferreira, que falavam sobre a prisão de Preta Ferreira, foram convidadas a terminar a entrevista com uma “palinha” musical.