Filmes de ação possuem um público bastante específico por onde são idolatrados e alçados à glória das obras-primas do cinema. Para todo o resto, no entanto, soam como datados, mentirosos e carregados de críticas vis que vão desde roteiro à atuação dos figurantes.
Óbvio que existem longas do gênero que são verdadeiras ode à sétima arte como Fogo Contra Fogo (1995), Matrix (1999) e alguns outros. Mas como disse, isso pouco importa quando tudo que os fãs querem ver é o clássico “tiro, porrada e bomba”. Opinião de críticos? Pra quê?
E chega aos cinemas Beekeper – Rede de Vingança que traz um resgate ao mítico herói de ação mais raiz. O famoso ‘exército de um homem só’ estigmatizado em nomes lendários desse nicho oitentista como Arnold Schwarzenegger, Sylvester Stallone e Bruce Willis.
Se os nomes citados estão envelhecidos demais para convencer o público tiktoker, Jason Statham parece ainda jovem o suficiente para desempenhar esse papel. E se você não for um crítico chato ou um jornalista amargurado, vai se divertir e muito com seu novo filme.
Estrela dos anos 2000
O ator britânico não é exatamente um novato na ação, claro. Statham é famoso por liderar esse cinemão nos anos 2000 ao estrear Carga Explosiva (2002), roteiro do conceituado diretor francês Luc Besson e o divertido Adrenalina (2006). Além de fazer parte da franquia Os Mercenários, de Stallone.
Hoje, junto a Vin Diesel e Keanu Reeves, é sem dúvida, o grande nome dos filmes brucutus do momento. Com a diferença de que interpreta mais de um ou dois personagens relevantes, mesmo que esquecíveis ao fim da projeção.
Em Beekeeper, Statham está novamente no papel que lhe cabe bem desde que esse ex-modelo e artista marcial resolveu dar uns chutes nas caras de uns desavisados vilões. No filme do diretor David Ayer – sim, ele mesmo, de Esquadrão Suicida -, ele interpreta Adam Clay, um aposentado agente secreto de um programa ainda mais secreto.
Ele é um apicultor (beekeeper) que resolve fazer a ‘crááássica’ vingança com as próprias mãos após alguém que lhe é querido morrer por conta de um golpe financeiro. Dono de um senso de moral “fora de moda” como chega a dizer em certa parte do longa, Clay não mede esforços para alcançar seu objetivo, doa a quem doer.
Franquia Beekeeper
O interessante do roteiro de Kurt Wimmer, que também escreveu Salt (2010), Os Reis da Rua (2008), pra citar alguns, é que tudo leva a crer que ele quer criar uma nova franquia tão sólida e absurda quanto John Wick.
E surpreendentemente, gostaria de dizer que vale comprar a ideia. Até porque, em primeiro lugar, não importa o que lhe digam, Beekeeper é um ótimo filme de ação e se propõe a isso.
Desde a primeira sequência de ação (SENSACIONAL) que começa numa empresa de call center até o clímax na Casa Branca, tudo é coordenado para você torcer para Adam Clay tão loucamente como temos feito na última década com o nosso querido protetor de cachorros fã de uns tiros na cara.
O personagem de Statham é implacável, impiedoso e moralmente desafiador. Por que quem não se solidariza com a missão do nosso herói? Quem vai julgar um homem ‘p’ da vida por uns playboys atrapalharem o seu sossego? Não tem presidente dos EUA que impeça a fúria de um homem que só queria ser o Ursinho Pooh quieto no seu canto.
Por fim, se você ainda não entendeu do que eu tô falando, eu sugiro tirar um dia de folga, pegar uns comes e bebes, entrar no cinema e não se preocupar com mais nada. Porque, com certeza, não há ansiedade neste mundo cada vez mais estressante que não possa ser aliviada assistindo Jason Statham chutar alguém na cara.
Beekeper – Rede de Vingança estreia nesta quinta-feira (11) nos cinemas brasileiros.