“A cor dessa cidade sou eu!”, assim começou a apresentação do Bloco Filhos de Sá, no Espaço Dois em Cena, na última segunda-feira (20). Cosme Motta, Nay Duarte e Murilo Santos entraram cheios de estilo quando a percussão puxava forte no axé com Jefferson Lazaro inspirado. Foi o primeiro show do bloco, que logo após veio de “Reconvexo” e “Mal-acostumado”, canção que trouxe uma interação bonita especialmente entre Cosme Motta e Nay Duarte. Inclusive, “Nobre Vagabundo” foi a seguinte, com foco em Nay com interpretação forte unida com sorriso largo e carismático.
“Quer aprender pegue uma latinha e bata uma na outra”, cantaram em seguida, fazendo o público cantar e dançar a coreografia. Então, disseram que iam chamar uma pessoa que consideravam uma segunda mãe. Era Simone Malafaia com seu sotaque carioca e poesia afiada, trazendo o gosto do verão com “Uma Noite e Meia”. De surpresa, sorrateira, Sandra de Sá pegou um microfone e veio convocando o público “Vamos voar, vamos voar”, era a canção “Olhos Cor de Canela”. Logicamente os espectadores adoraram e bateram asas junto com a rainha do soul.
É o soul envolvente que mexe com a gente
Com caprichada introdução da banda formada pela guitarra concentrada de Bruno Costa, a bateria precisa de Hélio Henrique, o baixo intrépido de Rapha Medeiros e o piano hipnotizante de Maurício Araújo, foi a hora de entrar o grupo Soul de Br abraçando a galera com “Envolvidão” e ganhando fãs com sua versão de “Imunização Racional”. Quando cantaram o trecho “Abra a porta e vá entrando, felicidade vai brilhar no mundo”, parecia um coral espiritual louvando ao deus da música. Posteriormente, os Filhos de Sá voltaram com mais uma sequência de axé que fechava com “Minha Pequena Eva”. Energia lá em cima e veio o intervalo com DJ Vinny e muito funk.
Black Party
Aliás, por falar em funk, os Filhos de Sá retornaram relembrando os bons tempos de um funk melódico com “Estrada da Posse”, e, em um divertido medley, que incluía algumas canções como “Tremendo Vacilão”, “Vai sentar”, “Vamos pra Gaiola”, “Onda Diferente”, e outras. A versão de “Toxic” não empolgou, contudo, o clássico “Party”, com um Murilo Santos animado, levantou o povo. Logo depois, um introdução hip hop e entrou Léo Bruno com uma versão black de “Não Quero Dinheiro” e “Bom”, onde brincou com a voz, subindo e descendo os tons, animando o público. Ao fundo o backing vocal mais do que especial dos Filhos de Sá.
Então, três divas entraram. As Bee, purpurinadas e montadas, trouxeram uma “Brisa” de suingue e deixaram os espectadores em polvorosa com “Só o Amor”. Porém, o momento auge da noite ainda estava por vir. Sandra de Sá cantando “Joga Fora”, chamou todos os que haviam feito participações e todos os cantores fizeram uma grande festa no palco. Ainda rolou a clássica “Olhos Coloridos”.
Sandra ainda foi até a percussão e tocou um pouco, com desenvoltura, enquanto seu fã Jefferson Lazaro olhava admirado. Também chegou em frente ao guitarrista Bruno Costa, de improviso, e mandou “Toca aí”. Tensão. Todavia, ele não se fez de rogado e fez a guitarra cantar, concentrado e firme. “Vá Sorrir”, primeiro single e principal autoral dos Filhos de Sá fechou a noite com uma necessária mensagem de positividade. Animadora estreia do Bloco Filhos de Sá. Que venha o carnaval, com muitos sorrisos e o soul brasileiro nas ruas.
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