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Carroselfie | Conheça o projeto gratuito que ensina fotografia na maior favela do Brasil

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Projeto Carroselfie na Rocinha Divulgação

No dia 28 de maio, às 10h, a Agência Trinity, especializada em Marketing de Causa, retorna com seu Projeto Carroselfie, oferecendo oficinas gratuitas de Mobigrafia (foto com aparelho celular), na Biblioteca Parque Rocinha C4. A proposta visa estimular jovens em situação de vulnerabilidade social, com capacitação profissional para que tenham renda extra com o ofício. Interessados poderão se inscrever no local 1 hora antes de forma gratuita.

O evento conta com o fotógrafo e documentarista carioca Tercio Teixeira. A saber, ele é o fundador do coletivo R.UA, fotocoletivo formado por 4 fotógrafos que buscam um trabalho autoral e independente.

Começar

“Comecei registrando tudo com celular emprestado, não tinha nem o meu próprio, mas foi importante começar de algum lugar! Hoje, além de ter autonomia, trago orgulho pra minha comunidade e posso provar para as pessoas de fora que existe sim beleza, amor e união dentro dos becos das favelas!”, disse Salem, uma moradora da comunidade da Rocinha, fotógrafa profissional e embaixadora oficial desta edição do projeto, conhecida nas redes sociais como @afotogracria, falando da importância da Mobigrafia para alavancar sua carreira fotografando o dia a dia da maior favela do Brasil.

A princípio, as oficinas se dividem em dois pilares. O primeiro são as aulas teóricas, onde os instrutores passam diretrizes gerais acerca do tema, tendo um momento de interação e troca de experiência com os alunos. Em seguida, são as aulas práticas, quando são realizados exercícios de execução das técnicas, dando-se prioridade à produção de conteúdos fotográficos feitos com o celular.

A ação está diretamente em linha com 2 (duas) das ODS (Objetivos de Desenvolvimento Sustentável) estabelecidas pela ONU, sendo elas: ODS nº 8 (trabalho decente e crescimento econômico); ODS nº 10 (redução das desigualdades).

Amanhã

Ainda por cima, outra atração desta edição do projeto Carroselfie na Rocinha, está sendo a nova montagem da Exposição “MEU OLHAR DO AMANHÃ – Uma visão do futuro sobre a perspectiva dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável – ODS”, com as 10 Mobigrafias vencedoras do concurso de Mobrigrafia realizado no site do projeto (www.carroselfie.com.br). A seguir, confira quais são:

Deixa o garoto brincar (Baía de Guanabara). – Autor: Nayane Silva
Aos olhos de uma criança, redução das desigualdades (sociais). – Autor: Gabriel Rocha
Lutar por um futuro. – Autor: Maria Cristina
O Velho e o Novo. – Autor: Levi de Andrade Meirelles
Redução das desigualdades. – Autor: Patrick Marques
O Futuro é uma criança em cima do muro. – Autor: Jeniffer Zenezi
A sede da infância. – Autor: Maria Cristina
Impacto Ambiental Negativo – Cidades e comunidades sustentáveis. – Autor: Thadeu da Silva Costa
A Favela tem sede. Sandra Lima
Arpoador, dócil sol, redução das desigualdades (sociais) – Autor: Gabriel Rocha
A exposição está à disposição do público no primeiro andar da Biblioteca Parque Rocinha C4 e permanecerá até o dia 28 de maio.

Por fim, a exposição ficará disponível no local até o dia 04 de junho e a entrada é franca.

SERVIÇO:

Projeto Carroselfie

Oficinas: Mobigrafia – Série de oficinas gratuitas, ministradas por profissionais de grande experiência no mercado da fotografia.

Local: Biblioteca Parque Rocinha C4 – Estr. da Gávea, 454 – Rocinha

Data: 28 de maio.

Horário: das 10 às 15h.

Entrada franca

Informações: carroselfie@agenciatrinity.com.br

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Jornalista Cultural. Um ser vivente nesse mundo cheio de mundos. Um realista esperançoso e divulgador da cultura como elemento de elevação na evolução.

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Crítica

Benjamin, o palhaço negro | Uma homenagem ao primeiro palhaço negro do Brasil

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Parece até piada que notícias como a do racismo sofrido pelo jogador de futebol Vini Jr. ou um aplicativo que simula a escravidão tenham saído enquanto “Benjamin, o palhaço negro” está em cartaz. Infelizmente não é. Assim como não é piada e nunca deveria ser considerada como uma as coisas que um certo “humorista” disse no vídeo que, com razão, foi obrigado a ser retirado do ar. Infelizmente, a luta contra o racismo continua, desde a época em que Benjamin de Oliveira viveu, de 1870 a1954. Cem anos e as atitudes dos racistas continuam iguais! É um absurdo!

Mas sabe o que mudou? O combate. Como fica bem óbvio no texto do musical, agora não se sofre mais calado. Agora há luta. Agora há regras, há leis, os racistas não vão fazer o que querem e ficar por isso. As pessoas pretas vão exigir o seu lugar de direito e o respeito de todos. Já está mais do que na hora, né?

Mas estou me adiantando para o final da peça. Vamos voltar ao começo.

Quem foi Benjamin de Oliveira?

Benjamin de Oliveira foi o primeiro palhaço negro do Brasil, em uma época em que pessoas pretas não eram aceitas ou bem-recebidas no mundo do entretenimento (e no mundo como um todo, sejamos sinceros). Além disso, ele foi o idealizador e criador do primeiro circo-teatro. Mas por que, então, não conhecemos a história dele?

Por que vocês acham?

Como os atores dizem no início do musical idealizado por Isaac Belfort, a história do circo foi embranquecida, assim como todas as histórias que aprendemos. A peça vem, portanto, para contar a história verdadeira e colocar luz em cima de quem deveria, desde sempre, ter ganhado os louros de sua invenção. Em um espetáculo intenso, sensível e moderno, o público aprende sobre quem foi Benjamin e, também, a valorizar os artistas negros atuais e da nossa história. Mostrando, assim, pra quem tinha dúvidas, quanta gente preta de talento existe e sempre existiu. Só falta, como disse Viola Davis, oportunidade.

O espetáculo

No palco, cinco atores. Eles se revezam para interpretar Benjamin, uma sacada ótima. Uma sacada que faz todo mundo querer se colocar no lugar daquele personagem. Uma sacada que faz qualquer um não conseguir não se colocar no lugar daquele personagem. E sentir todas as dores que ele sentiu. Para pessoas brancas, como a jornalista que vos fala, que nunca vão saber o que é sofrer o racismo na pele, é um toque certeiro pra empatia. Mesmo que forçada, aos que até hoje tentam ignorar esse mal da nossa sociedade. É necessário.

Outra sacada ótima foram os toques de modernidade ao longo de todo o roteiro, muito bem escrito. Colocar personagens da época de Benjamin agindo como os jovens tiktokeiros e twitteiros de hoje foi primordial pra facilitar a identificação. Mesmo para quem não conseguiria fazer a paridade entre a época outrora e os tempos atuais, o roteiro faz questão de não deixar dúvidas. E fica impossível não reconhecer algumas das personagens mostradas no palco. O espectador vai, na hora, conseguir lembrar de alguém que já conheceu ou viu passar pela internet. Ou vai pensar em si mesmo. E é aí que mora a chave do sucesso da peça: porque o reconhecimento traz a mudança (ou assim se espera).

Um elenco de se tirar o chapéu

Os cinco atores – Caio Nery, Elis Loureiro, Igor Barros, Isaac Belfort e Sara Chaves – sabem muito bem o que estão fazendo. Dão show em cima do palco. Cantam, atuam e se movimentam de forma emocionante. A cenografia ajuda, claro. Assim como a iluminação. E a coreografia. O espetáculo é apresentado em um espaço pequeno, que ajuda ao espectador se sentir dentro da peça. E a força com que cada elemento está em cena – atuação, música, iluminação, cenário – torna difícil não sentir cada cena como se estivesse acontecendo com si mesmo.

Preciso, porém, destacar dois dos atores: Caio Nery e Sara Chaves. Todos em cena estão visivelmente entregando tudo e fazem um espetáculo lindo de se ver. Mas Caio e Sara sobressaem. Destacam-se por ser possível enxergar a emoção por trás dos personagens, e deixarem a peça ainda mais forte e bonita. São dois jovens atores de 20 e poucos anos que, com certeza, ainda vão longe!

Curtíssima temporada

Se você se interessou em assistir “Benjamin, o palhaço negro”, corre! O espetáculo ficará em cartaz somente até o dia 28 de maio, esse domingo. Como mencionado anteriormente, o espaço é pequeno, portanto os ingressos esgotam rápido. Essa não é a primeira vez que o musical fica em cartaz no Rio de Janeiro. Ano passado teve sessão única em novembro e uma curta estadia em São Paulo. Isso porque é uma peça independente. O que resta ao público, além de assistir às sessões do final de semana, é torcer para conseguirem mais patrocínio para seguirem com essa peça tão importante por mais tempo.

Serviço

Benjamin, o palhaço negro

Onde: Espaço Tápias (Av. Armando Lombardi, 175 – 2º andar – Barra da Tijuca).

Quando: 27 e 28 de maio (sábado e domingo), às 20h.

Idealização e produção: Isaac Belfort

Direção geral e músicas: Tauã Delmiro

Direção musical e músicas: Peterson Ferreira

Coreografia: Marcelo Vittória

Design de luz: JP Meirelles

Design de som: Breno Lobo

Direção residente: Manu Hashimoto

Direção de produção: Sami Fellipe

Coprodução: Produtora Alada

Realização: Belfort Produções e Teçá – Arte e Cultura

Crédito da foto: Paulo Henrique Aragon

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