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Crítica

Clube do Livro | Veja essa dica para amantes de cinema e literatura

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O Clube do Filme, dica do jornalista Alex Campos.

Viventes, neste momento de pandemia mundial, sei que poucos estão conseguindo ler algo, muitas preocupações, anseios, dúvidas e incertezas. Mas, na tentativa de mantermos a nossa saúde mental, venho trazer uma dica de leitura. Facilmente encontrado na web para ser adquirido, sugiro o livro “Clube do Filme”, do jornalista canadense David Gilmour – apesar de homônimo, ele não é o guitarrista do Pink Floyd. O livro é editado pela Intrínseca, a história é verídica, autobiográfica e ocorreu com o seu próprio filho Jesse.

Jesse, de 16 anos, não está indo bem no colégio. Só tira nota baixa. Muito rebelde e revoltado. Seu pai, um homem de 50 anos, quando percebe que o filho odeia escola, resolve fazer uma proposta para ele: “Você pode sair do colégio, não precisa trabalhar, nem mesmo pagar o aluguel, mas para isto terá que ver 3 filmes por semana comigo”. Jesse topou na hora, surgindo, assim, o “Clube do Filme”. É importante deixar claro que em nenhum momento David estimula outros pais a usarem a mesma “técnica” com seus filhos.

Crítico de cinema

David Gilmour é crítico de cinema. Tinha um programa de televisão no Canadá, mas à época estava desempregado. David começa a refletir sobre a sua criação. O que poderia ter feito errado. Todos os filmes são escolhidos a dedo. Muitos trazem uma mensagem importante. Outros, nem tanto. Como conhecedor da sétima arte, Gilmour explica cenas interessantes das obras. Conversa e questiona o que o filho entende sobre a arte.  Curiosidades são abordadas, bastidores de filmes. Diversos clássicos são abordados como “Sindicato de Ladrões”(1954) “Poderoso Chefão” (1972), “Rocky” (a trilogia), “Caminhos Perigosos” (1973), etc.

Gilmour conversa muito com Jesse sobre o primeiro relacionamento do menino. A relação que o filho tem com o álcool e as drogas e outras temáticas são debatidas. No livro tem um guia de todos os filmes que eles assistem. São 230 páginas que narram três anos desta experiência. O livro é um prato cheio para cinéfilos e também para quem gosta de literatura, ele cita Virginia Woolf, Tolstoi, Silvia Pless. Indubitavelmente, você ficará curioso sobre alguma película abordada na trama de David e Jesse.

Afinal, é um livro sobre relações, papos sobre a vida, relacionamentos, criação, afeto, cumplicidade. Ao longo da jornada, você notará o amadurecimento de David, Jesse e também o seu, que não sairá indiferente desta obra.

“Que educar filhos era uma sequência de despedidas, um adeus após outro – às fraldas, aos agasalhos de neve, depois às próprias crianças. ‘eles passam a vida partindo’, eu falei, e Cronenberg, que também tem filhos adultos, me interrompeu: ‘Sim, mas será que eles realmente partem?” (pag. 225).

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Cinema

Nenhum saber para trás: os perigos das epistemologias únicas, com Cida Bento e Daniel Munduruku | Assista aqui

Veja o filme que aborda ações afirmativas e o racismo na ciência num diálogo contundente

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Nenhum saber para trás: os perigos das epistemologias únicas | com Cida Bento e Daniel Munduruku

Na última quinta-feira (23), fomos convidados para o evento de lançamento do curta-metragem Nenhum saber para trás: os perigos das epistemologias únicas | com Cida Bento e Daniel Munduruku. Aconteceu no Museu da República, no Rio de Janeiro.

Após a exibição um relevante debate ocorreu. Com mediação de Thales Vieira, estiveram presentes Raika Moisés, gestora de divulgação científica do Instituto Serrapilheira; Luiz Augusto Campos, professor de Sociologia da UERJ e Carol Canegal, coordenadora de pesquisas no Observatório da Branquitude. Ynaê Lopes dos Santos e outros que estavam na plateia também acrescentaram reflexões sobre epistemicídio.

Futura série?

O filme é belo e necessário e mereceria virar uma série. A direção de Fábio Gregório é sensível, cria uma aura de terror, utilizando o cenário, e ao mesmo tempo de força, pelos personagens que se encontram e são iluminados como verdadeiros baluartes de um saber ancestral. Além disso, a direção de fotografia de Yago Nauan favorece a imponência daqueles sábios.

O roteiro de Aline Vieira, com argumento de Thales Vieira, é o fio condutor para os protagonistas brilharem. Cida Bento e Daniel Munduruku, uma mulher negra e um homem indígena, dialogam sobre o não-pertencimento naquele lugar, o prédio da São Francisco, Faculdade de Direito da USP. Um lugar opressor para negros, pobres e indígenas.

Jacinta

As falas de ambos são cheias de sabedoria e realidade, e é tudo verdade. Jacinta Maria de Santana, mulher negra que teve seu corpo embalsamado, exposto como curiosidade científica e usado em trotes estudantis no Largo São Francisco, é um dos exemplos citados. Obra de Amâncio de Carvalho, responsável por colocar o corpo ali e que é nome de rua e de uma sala na USP.

Aliás, esse filme vem de uma nova geração de conteúdo audiovisual voltado para um combate antirracista. É o tipo de trabalho para ser mostrado em escolas, como, por exemplo, o filme Rio, Negro.

Por fim, a parceria entre Alma Preta e o Observatório da Branquitude resultaram em uma obra pontual para o entendimento e a mudança da cultura brasileira.

Em seguida, assista Nenhum saber para trás:

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