O vício em telas se tornou um dos maiores desafios da infância contemporânea. Crianças cada vez mais novas passam horas diante de celulares, tablets e TVs, expostas a estímulos rápidos que afetam concentração, criatividade e capacidade de lidar com o tédio, um elemento essencial do desenvolvimento emocional. Para muitas famílias, a situação já ultrapassa o limite do controle: pais relatam irritabilidade, crises de choro e dificuldade de sono quando os aparelhos são retirados, enquanto especialistas alertam para os impactos na socialização, no rendimento escolar e até na saúde mental.
A dependência digital também recai sobre os adultos, que muitas vezes recorrem às telas como forma de acalmar ou ocupar os filhos, criando um ciclo difícil de romper. O resultado é uma geração crescendo sob hiperestimulação constante, com menos tempo para brincar, imaginar e se relacionar fora do ambiente digital, um problema urgente que exige atenção, limites claros e novas formas de mediação familiar.
No meio disso, a VR Editora lança Max Medroso, obra de André Catarinacho com ilustrações de Felipe Nunes, que transforma o vício em telas, medos, inseguranças e ansiedades infantis em uma comédia interdimensional repleta de referências pop. Max, um garoto que teme escuro, som, dentista, palhaços e praticamente tudo à sua volta, acaba abrindo por acidente um portal para o Laboratório Interdimensional.

Lá conhece o Mico Leão Malvado e, mesmo reprovando em qualquer teste de coragem, é convocado para ser um agente responsável por impedir uma invasão de monstros. O vilão da trama é Celulord, uma entidade totalitária que tenta dominar a humanidade através de smartphones e da “Inteligência Lord”, uma IA que transforma pessoas em zumbis digitais.
Com humor nonsense, diálogos afiados e narrativa visual vibrante, Max Medroso mistura trocadilhos, citações ao cinema de terror e ficção científica e situações que divergem pelas camadas mais jovens e também pelas referências para adultos.
Catarinacho trabalha temas como ansiedade, coragem e consumismo digital sem cair no didatismo, enquanto Nunes entrega ilustrações expressivas que ampliam o caráter cinematográfico da HQ. O livro conquistou Jeff Kinney, autor de “Diário de um Banana”, que o descreveu como “muito divertido e totalmente imprevisível”.

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Max Medroso funciona como porta de entrada para novos leitores, com capítulos curtos, ritmo acelerado e um universo que pode render futuras aventuras. A obra aborda a hiperconectividade infantil de forma divertida, sem subestimar o público. Recomendada a partir de sete anos, a HQ provoca risadas, reflexões e, talvez, uma pequena desconfiança quando o celular vibrar no bolso.



