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Alexandre e a Viagem
CinemaCrítica

Crítica: ‘Alexandre e a viagem terrível, horrível, espantosa e horrorosa’ é uma ode à identidade

Dirigido por Marvin Lemus, a jornada de Alexandre remete aos primórdios do cinema para retratar uma viagem em família que busca reconexão com suas raízes

Por
André Quental Sanchez
Última Atualização 26 de março de 2025
7 Min Leitura
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O currículo escolar brasileiro, e latino como um todo, não costuma dar enfoque à história da América Latina, afinal, o berço da civilização foi na Grécia, os grandes navegadores foram europeus, os símbolos da democracia contemporânea são norte americanos. Mesmo considerando que a história da América Latina é tão rica e ampla, pouco é estudado sobre em escolas fundamentais, o que ocasiona um problema, principalmente em nosso olhar identitário como latinos, afinal, nós somos brasileiros e por consequência, nossas lutas e angústias se aproximam muito mais de nossos irmãos peruanos, argentinos, colombianos, e outros países da América Latina do que dos norte-americanos ou dos Europeus.

Na medida que envelhecemos e recebemos bordoada atrás de bordoada, somente pelo fato de sermos latinos, vide os acontecimentos e o medo ocasionados pela reeleição de Donald Trump, acabamos caindo em um complexo de vira-lata, aonde enxergamos sempre que estamos em inferioridade perto dos “grandes norte-americanos”, por conta disso, é muito importante termos um filme como Alexandre e a viagem terrível, horrível, espantosa e horrorosa, que de modo leve, nos relembra de nossa verdadeira identidade como latino americano.

Diferente de Alexandre e a viagem terrível, horrível, espantosa e horrorosa (2014, Miguel Arteta), a nova adaptação é mais orgânica e fluída, apresentando um nível de maturidade cinematográfica que remete a uma estética do cinema silencioso, principalmente em produções de comédia física como as de Charlie Chaplin, Buster Keaton e Stan & Ollie, Alexandre e a viagem terrível, horrível, espantosa e horrorosa une uma comédia eficiente com um drama familiar de reconexão, união familiar e busca identitária que une tudo.

Confira o trailer de Alexandre e a viagem terrível, horrível, espantosa e horrorosa

A produção foca em Alexandre, um menino que se acredita amaldiçoado por conta de sua constante má sorte, um fato que Marvin Lemus nos bombardeia logo no primeiro minuto que o personagem está em cena. Novamente uma característica do cinema silencioso, o ritmo do filme é extremamente rápido, seja por conta de suas atuações que remetem aos absurdos do teatro, até uma fotografia muito cuidadosa e variada.

A cinematografia de Alexandre e a viagem terrível, horrível, espantosa e horrorosa é primorosa, o cinematógrafo Jas Chelton está em seu ambiente mais confortável, usando todo o seu conhecimento para construir a melhor experiência ao público, com planos sequências, zenitais, câmera estática que facilita a comédia dos atores, plano e contra-plano, câmera direcionando mudança de olhar do espectador, uma interação no primeiro plano e algo interessante/cômico acontecendo no segundo plano, entre muitas outras qualidades primorosas que é muito auxiliado pelo design sonoro.

Alexandre e a viagem terrível, horrível, espantosa e horrorosa apresenta um design de som que auxilia muito seus atores e o humor do filme como um todo, seja sons não diegéticos, como o leitmotiv da escultura amaldiçoada do macaco, quebras súbitas de uma música de alta intensidade, seja por motivo cômico ou para uma pausa na tensão, entre outros exemplo. A construção sonora funciona em perfeita harmonia com todo o resto da equipe técnica, que trabalha em conjunto para fazer com que o filme não seja somente uma experiência identitária para a família Garcia, mas, para o espectador como um todo.

Entre seus maiores acertos, a produção se destaca pelo seu simples roteiro. Alexandre e a viagem terrível, horrível, espantosa e horrorosa, usa do artifício narrativa de uma road trip, eternizado em grandes produções como Pequena Miss Sunshine (2006, Jonathan Dayton, Valerie Faris) e obviamente Central Do Brasil (1995, Walter Salles), como um mecanismo que permite uma maior proximidade entre seus personagens e o espectador.

Apesar da família de Alexandre cair em sombras de seus arquétipos, afinal: Alexandre é um menino jovem e neurótico, Mia é uma adolescente que começa com uma cabeleira de princesa Leia, que vai se soltando na medida que ela amadurece, o vovô Gil é um rebelde que nunca nem mesmo pisou no México, etc. Estas simples interações entre eles ocasionam gag atrás de gag, algumas eficientes, outras nem tanto, na mesma medida que é fluido para as questões mais dramáticas da produção.

Pôster oficial de Alexandre e a Viagem Terrível, Horrível, Espantosa e Horrorosa- Divulgação Disney

Na jornada para devolver um ídolo amaldiçoado às suas respectivas donas, a família se une em diversas desavenças que beiram o absurdo, ao mesmo tempo que retornam ao simples, por meio do contato com suas raízes a filha mais velha ganha coragem, o avô entra em paz com seu passado, o pai descobre um novo caminho de vida, a mãe encontra a simplicidade, e por aí vai.

Ao considerarmos o contexto de um filme visado majoritariamente ao público infantil/infanto juvenil, baseado em um livro infantil de 1972 escrito por Judith Viorst, Alexandre e a viagem terrível, horrível, espantosa e horrorosa consegue ser muito eficiente em sua proposta de entretenimento com sutilezas de humor e um core dramático que transmite uma mensagem fundamental ao seu público, sobre reconexão com aquilo que lhe faz bem, além da mensagem óbvia da produção: tudo bem ter dias ruins, eles mesmo assim podem trazer coisas boas.

Com Eva Longoria, Cheech Marin e Thom Nemer, Alexandre e a Viagem Terrível, Horrível, Espantosa e Horrorosa estreia no dia 28 de Março na Disney +.

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