Crítica Creature Commandos é uma obra de James Gunn, criada e escrita. E é ele podendo brincar e mostrar a que veio com liberdade de usar personagens diferentes e aprofundar. Mas será que consegue? Deu certo? Ou é mais uma cópia mal feita de Esquadrão Suicida, um filhote sem futuro, imitação de Guardiões da Galáxia?
Inicialmente devo elogiar abertura com tom vintage, de séries antigas. Lembrei da ótima de Cowboy Bebop, que talvez seja minha animação preferida de todos os tempos. Creature Commandos, entretanto, segue um outro estilo, mais cômico, como é de praze nos trabalhos de James Gunn, ele tem timing e sabe muito bem trabalhar o humor juntamente com a relação entre os protagonistas. E é o que ele faz aqui.
Os dois primeiros episódios apresentam a equipe rapidamente e já adentram a história da Noiva, bebendo diretamente a fonte do clássico Frankenstein. A Noiva, aliás, é uma das personagens mais profundas e interessantes, o segundo episódio em especial, onde entendemos sua criação e traumas principais é ótimo. A relação dela com a peixe, o início dessa amizade entre mulheres e a obsessão de Frankenstein são temas que começam a surgir de forma positiva.
Aliás, confira o trailer de Creature Commandos e continue lendo a crítica:
Importante ressaltar, para quem tiver alguma dúvida, de que é uma animação para adultos, com sexo (necrofilia inclusive), sangue e violência. O terceiro episódio entra no passado do G.I. Robot, o engraçado robô matador de nazistas. É dinâmico e ainda pode até emocionar no final porque acabamos nos afeiçoando ao robô ao ver sua jornada.
O mesmo acontece no 4º ao vermos mais sobre Weasel. Acaba surpreendendo e deixa um gosto triste na boca, o que é bom, pois mostra o quanto a série brinca com conceito de “monstros”. Afinal é uma equipe de monstruosidades marginais ou simplesmente criaturas incompreendidas e traumatizadas?
Os episódios são curtos e ágeis, ao mesmo tempo conseguem pinceladas de profunidade e entregam diversão, uma trilha sonora caprichada e ótimas cenas de ação, marcar de James Gunn. Em especial as canções gypsy punk de Gogol Bordello caem como uma luva na animação. A versão de “Mala Vida” é a essência de Creature Commandos.
O 5º episódio aprofunda dem Frankenstein. As partes sobre a história dele em si não empolga, tirando o assombroso final, entretanto, a sequência de ação é uma das melhores da série, ao som de “Love Song #666” do The Urban Voodoo Machine.
O apoteótico final Creature Commandos
O 6º episódio de Creature Commandos foca no Dr. Phosphorus. Um passado tão pesado quanto os outros. É difícil saber qual dos “monstros” sofreu mais. Contudo, vamos nos afeiçoando a eles a cada detalhe novo que surge. São origens diversas de vilões. Até o 7º, quando conhecemos a vida de Nina, a mais bondosa, e tudo se encaminha para o apoteótico final, que vale a pena.
O elenco de voz é composto por Steve Agee como Economos, Maria Bakalova como Princesa Ilana, Anya Chalotra como Circe, Zoe Chao como Nina Mazursky, Frank Grillo como Rick Flag Sr., Sean Gunn como GI Robot & Weasel, David Harbour como Frankenstein, Alan Tudyk como Dr. Phosphorus, Indira Varma como A Noiva e Viola Davis como Amanda Waller. Deu para sentir a pressão? Pois é. Só vi legendado a princípio e devo dizer que as vozes estão excelentes, boas atuações.
Creature Commandos é uma série redondinha com episódios curtos e eficientes, onde cada um poderia muito bem ser um filme. Como um todo, o episódio final amarra as pontas de maneira satisfatória e entrega tudo que esperamos de James Gunn sem decepcionar, pelo contrário, devo dizer que fiquei até surpreso das emoções que a série me causou, entre risos e tristeza. Estreia no dia 5 de dezembro, quinta-feira, na Max, com um novo episódio por semana até 16 de janeiro. Vale a pena.