De Você Fiz Meu Samba vai além de ser mais um documentário sobre esse contagiante gênero musical. O filme fala de samba, lógico, mas de um ponto de vista feminino e diverso. A diretora Isabel Nascimento Silva retrata com olhar afiado a rotina de mulheres que pautaram grande parte de suas vidas em ajudar seus companheiros compositores. Porém, com a morte desses grandes sambistas cariocas, assumiram o papel de guardiões de seus legados.
Um ponto importante é que por trás das câmeras, a equipe é toda feminina. Indubitavelmente, isso fortalece o poder do filme, que, com closes pontuais e uma narrativa que não cansa, consegue emocionar por diversas vezes e mantém o espectador ligado até o fim, interessado nas “personagens”.
Estive presente na sessão especial fechada para convidados. Era a grande estreia do filme e uma magistral comoção imperava sobre todos os presentes, em especial, as mulheres que protagonizam e a própria diretora.
Aliás, conversei com elas, ouça abaixo:
Só não falei com Ângela Nenzy, para quem o filme é oferecido, pois faleceu de coronavírus no ano de 2020.
O filme ainda consegue demonstrar as contradições e o cenário majoritariamente masculino e estruturalmente machista do mundo do samba, principalmente naquela época.
A saber, a trilha sonora é cheia de clássicos da música brasileira, especificamente algumas das mais famosas dos compositores abordados como “Todo Menino é um Rei”, de Roberto Ribeiro; “O Show Tem Que Continuar”, de Luiz Carlos Da Vila ; “Sonho Meu” de Delcio Carvalho; “Judia de Mim” de Wilson Moreira, “Coração em Desalinho” de Ratinho, e muitas outras.
Enfim, ademais de tentar entender como essas mulheres e o amor delas fez diferença na vida destes compositores o mais importante é: quem são elas em suas peculiaridades? São olhos cheios d’água. São saudades. São tristezas. São alegrias. São orgulho. E agora são Cinema.
Serviço:
Próxima exibição na Terça, 11/10
Horário: 18:45
Local: Kinoplex São Luiz 1