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Crítica

Crítica | ‘Elegbará’ é um espetáculo que bebe do imprevisível

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critica Elegbara Crédito Pamela Nogueira

“Quem traça o destino é Orumilá. Mas Elegbara, seu criado, também influi. Orumilá é o destino, Elegbara é o acidente. Um é a certeza; o outro é a surpresa, o imprevisto…”. Esse é um trecho do conto “Era um pássaro muito grande”, de Nei Lopes, presente no livro Contos de Axé. Acho uma boa forma de iniciar a crítica do espetáculo Elegbará.

Pude ver na estreia, dia 1º de dezembro de 2022, no Teatro João Caetano, esse show de dança afro-brasileira criado e dirigido por Nyandra Fernandes e sob a assistência de Elton Sacramento e a obra possui essa energia de imprevisibilidade, de Exu.

Possuidora do poder

A saber, Ẹlẹ́gbára é uma das denominações de Èsù (Exu), o qual é o Orixá do movimento e da comunicação. A grafia de Ẹlẹ́gbára significa: “aquele que é possuidor do poder (agbára)”. A força desse Orixá é a energia do princípio, da materialização e do crescimento de todas as matérias que existem e que existirão no àiyé (mundo). Ou seja, em verdade, nessa filosofia, sem Ẹlẹ́gbára, os humanos não conseguem contato com Olódùmaré (Deus todo poderoso) e com os outros Orixás.

Sabendo disso, o espetáculo Elegbará bebe na fonte desse Exu e traz uma dança densa, forte e caótica, onde cada um dos intérpretes criadores, Allison Trindade, Bellas, Kley Hudson, Juliana Sotero, Nyandra Fernandes, tem oportunidade de brilhar.

Às vezes o espetáculo soa repetitivo e parece mais longo do que é, contudo, a música ao vivo de Beà Ayolàá anima e provoca, numa percussão potente. Além disso, o momento do solo de guitarra evoca Jimi Hendrix e é eletrizante como a dança conversa com o instrumento.

O fim segue num crescente catártico, que poderia até ser mais curto, mas apresenta a força das oferendas e uma explosão de movimentos turbulentos.

Afinal, Nyandra Fernandes é jovem e ainda tem muito para acrescentar em seu repertório com a possibilidade de mesclar outras referências e equilibrar o trabalho para não ficar cansativo para o público. Entretanto, sua estreia é promissora e é uma representante da arte afro-brasileira que se apropria cada vez mais de seu espaço de direito.

SERVIÇO:

APRESENTAÇÃO MARECHAL HERMES

Data: 08 de Dezembro

Horário: 20h

Onde: TEATRO ARMANDO GONZAGA

Endereço: Av. Gen. Osvaldo Cordeiro de Farias, 511 – Marechal Hermes

Venda de Ingressos Online: https://funarj.eleventickets.com/#!/evento/c21414dc00e33cecc0ff231b410a9c216edbfbf3

Ingressos: R$ 10 (inteira) | R$ 5 (meia-entrada)

Bilheteria do Teatro: Quinta-feira à Domingo, de 14h às 18h. Em dia de espetáculo, aberta até às 20h30.

Duração: 45 minutos

Classificação Indicativa: Livre

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Jornalista Cultural. Um ser vivente nesse mundo cheio de mundos. Um realista esperançoso e divulgador da cultura como elemento de elevação na evolução.

Cinema

Crítica | Transformers: O Despertar das Feras

Sétimo da franquia é mais do mesmo, mas superior a outros

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transformers o despertar das feras

O início de Transformers O Despertar das Feras (Transformers: Rise of the Beasts) é frenético, com uma boa batalha. Em seguida, conhecemos os protagonistas humanos, que são mais cativantes do que de outros filmes. O rapaz latino Noah Diaz (Anthony Ramos) e seu irmão (Dean Scott Vazquez), o qual serve mais como uma metáfora para o espectador. E a divertida Dominique Fishback, como Elena Wallace.

Nessa primeira parte do filme há algumas boas críticas, como o fato de Elena ser uma estagiária e saber muito mais que sua chefe, porém, sem levar nenhum crédito por isso. Enquanto Noah tem dificuldades de arrumar um emprego. Há aqui uma relevante abordagem sobre periferia (Brooklyn) ao vermos alguns dos desafios da familia de Noah, o que o leva a tomar decisões errôneas. A princípio, é um bom destaque essa caracterização dos personagens, em especial, favorece o fato da história se passar em 1994.

Dessa vez, o diretor é Steven Caple Jr., o qual não tem a mesma capacidade de Michael Bay para explosões loucas e sequências de ação. Steven faz sua primeira participação nesse que é o sétimo filme dos robôs gigantes. Ele era fã de Transformers quando criança e procura mostrar os Maximals (Transformers no estilo animal) de uma maneira autêntica.

Aliás, veja um vídeo de bastidores e siga lendo:

O público alvo do longa é o infanto-juvenil, que pode se empolgar com algumas cenas. Contudo, no geral, o roteiro é um ponto fraco. O Transformer com mais destaque aqui é Mirage, que fornece os instantes mais engraçados da história e faz boa dupla com Noah.

Além disso, as cenas no Peru e a mescla de cultura Inca com os robôs alienígenas é válida, com alguma criatividade e algumas sequências tipo Indiana Jones. Há muitas cenas em Machu Picchu e na região peruana que são belíssimas e utilizam bem aquele cenário maravilhoso. Vemos, por exemplo, o famoso festival Inti Raymi em Cusco, antiga capital do Império Inca, o qual o longa usa com alguma inteligência. Pessoalmente, essas partes me trouxeram lembranças pelo fato de que já mochilei por lá (veja abaixo), então aqui o filme ganhou em em relevância pra mim.

O longa se baseia na temporada Beast Wars da animação e traz o vilão Unicron, um Terrorcon capaz de destruir planetas inteiros. Na cabine de imprensa, vimos a versão dublada, a qual ajuda a inserir no contexto dos anos 90 com gírias da época.

Por fim, dentre os filmes dessa franquia que pude ver, esse sétimo está entre os melhores, apesar de ser somente regular, e conta com momentos divertidos. Além disso, a cena pós-crédito (só há uma) promete um crossover com muita nostalgia, Transformers: O Despertar das Feras chega aos cinemas de todo o país na próxima quinta-feira, 8 de junho.

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