Cinema
Crítica | ‘ELVIS’ atualiza e apresenta o rei do rock para um novo público
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1 ano atrásem

O filme Elvis ressuscita aquele que não morreu. Sim, quem nunca ouviu a frase “Elvis não morreu”. Aquele que é considerado o rei do rock, ou vendido assim, deixou uma marca histórica com seu jeito de cantar e unir o country com o R&B. Bebeu diretamente na cultura negra estadunidense e mesclou ritmo, dança e uma voz marcante.
No filme vemos isso, após uma introdução frenética, dinâmica e bem montada, vemos o menino, fã do Capitão Marvel Jr. Aliás, essa questão de citar um super-herói parece ser algo para atualizar a figura do Elvis, assim como todo o longa, em verdade. Ele é um menino branco pobre vivendo entre meninos pretos pobres. A cena em que ele tem uma catarse na igreja, enquanto cantam música gospel é linda e essa influência segue até o fim de sua vida. Essa cena volta posteriormente, numa catarse de reencontro do astro consigo mesmo e suas raízes.
Fantoche
A boa direção é de Baz Luhrmann que traz alguns belos ângulos e usa os closes com inteligência. Também usa uma estética de quadrinhos, ressaltanto o objetivo de conectar o astro com as novas gerações. A película explora a vida e a música de Elvis Presley (Austin Butler) através da visão de seu complicado relacionamento com o empresário, coronel Tom Parker (Tom Hanks). Elvis é colocado como um fantoche de Parker, que o manipula ao seu bel prazer em uma atuação razoável de Tom Hanks. Entretanto, em questão de atuação, Austin Butler é quem surpreende. Apesar de uma certa polêmica afirmando que o ator não parece com o verdadeiro Elvis, ele incorpora o astro com eficiência e emoção, viciado no amor do público, egocêntrico. Sua expressividade facial e corporal impressiona. Além disso, ele ainda canta algumas músicas (ouça a trilha sonora mais abaixo).
O filme aborda de certa forma a polêmica sobre Elvis ter se apropriado da cultura negra e contextualiza algumas situações. O roteiro procura dar os créditos das influências do cantor. Vemos B.B. King, Little Richard, Fats Domino, Mahalia Jackson, Sister Rosetta Tharpe, Arthur “Big Boy” Crudup e Big Mama Thornton. Inclusive, toda essa base musical do Elvis que aparece é uma das melhores coisas do longa, assim como sua interação com eles.
Elvis está longe de ser genial, mas o diretor mostra como o astro foi um grande produto da indústria fonográfica e hollywoodiana. E segue sendo, pois, no fim das contas, esse filme é para reapresentar o cantor e movimentar as duas indústrias em cima dele.
A trilha sonora apresenta o trabalho de Elvis abrangendo os anos 1950, 60 e 70, ao mesmo tempo em que exalta suas influências musicais e o impacto em outros artistas. Realmente é ótima e é difícil não sair cantando alguma das canções. No meu caso, “Suspicious Minds” ficou na minha cabeça.
Se liga nas faixas de Elvis Original Motion Picture, da House of Iona/RCA Records:
A trilha tem uma variedade de artistas, mesclando diferentes gêneros e sons, atualizando o repertório de Elvis. Isso também reafirma o tal tom comtemporâneo que o longa busca. Ouvimos hip-hop, por exemplo, com Eminem & CeeLo Green (“The King and I”), em seguida, Tame Impala (“Edge of Reality – Remix”) com Elvis Presley, Stevie Nicks & Chris Isaak (“Cotton Candy Man”) e o dueto de Jack White com Elvis Presley (“Power of My Love”). Austin Butler também empresta seus vocais para “Trouble” de Elvis Presley, “Baby, Let’s Play House” e muito mais. A versão de Kacey Musgraves de “Can’t Help Falling In Love” é bonita, e tem “Vegas” de Doja Cat que interpola a versão de ShonkaDukureh (que interpreta Big Mama Thornton no filme) de “Hound Dog”. Por fim, a versão de balada rock de Måneskin da versão de “ If I Can Dream” é interessante.
Elvis estreia no dia 14 de julho nos cinemas, com distribuição mundial da Warner Bros. Pictures.
Aliás, por falar em música veja o clipe do Kaialas, e siga lendo:
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Jornalista especializado em Jornalismo Cultural pela UERJ.

Cinema
Cinefantasy conta com a presença de diretores e realizadores
O festival, que ocorre até o dia 09 de dezembro, recebe diretores e realizadores de diversos países.
Publicado
1 dia atrásem
7 de dezembro de 2023Por
Livia Brazil
Cinefantasy está em sua 15ªa edição. O festival exibe longas inéditos no Brasil como Auxílio, O Santo, e o argentino Maria. Todos contarão com a presença de realizadores dos filmes. Auxílio receberá a diretora Tamae Garateguy. Já O Santo traz a produtora Eva Padró. Maria contará com a presença do diretor Gabriel Grieco. Além disso, o longa espanhol A Capela, também inédito no país, poderá ser visto no festival.
O 15º Cinefantasy – Festival Internacional de Cinema Fantástico – acontece no MIS (Museu da Imagem e do Som) e no Cine Satyros Bijou, com entrada gratuita. A saber, um recorte da programação também está disponível online, para todo Brasil. Ao contrário do que se imagina, não há somente filmes de terror na programação do festival. Compõem o lineup, além de terror, longas e curtas de animação, distopia, fantasia, ficção científica e realismo fantástico. Confira aqui toda a programação.
Auxílio
Sinopse: Em 1931, Emília, uma jovem rebelde e desafiadora, é enviada por seu pai para um convento. Sua chegada desencadeia manifestações paranormais no local, que se tornam cada vez mais fortes para todos as internas, religiosas e detentas com doenças mentais, mas ainda mais para Emília, como um grito de socorro impossível de ignorar.
Auxílio estará em cartaz na quinta-feira, dia 07 de dezembro, às 18h no MIS.

AUXILIO – THE POWER OF SIN
Ficção | Horror | 80′ | Cor | 2023 | 14 anos | Argentina e Colômbia
Direção: Tamae Garateguy
Roteiro: Miguel Forza de Paul
O Santo
Sinopse: Esta é a história de Rubén, um curandeiro de origem humilde que atende seus pacientes em uma pequena sala comercial onde também mora. Sua fama é modesta, mas não suas técnicas de cura, que são extravagantes e perturbadoras. Com a aparição de Benjamin, sua sorte mudará: ele se tornará popular e gerará um culto ao seu redor, que crescerá e se tornará um santo aos olhos dos demais. Mas essa fama vai acabar sendo o seu próprio inferno.
O Santo também estará no MIS no dia 07 de dezembro (quinta-feira), porém às 20h.

O SANTO
Ficção | Drama, Fantasia | 86′ | Cor | 2023 | 14 anos | Argentina
Direção e Roteiro: Agustin Carbonere
A Capela
Sinopse: A mãe da jovem Emma está em estágio avançado de uma doença terminal. Ela foge da situação concentrando seus esforços na comunicação com o espírito de uma menina que acredita que mora na capela de sua vila. Para isso, ela recorre a Carol, que dizem ser médium, na esperança de que ela possa ajudá-la a atingir seu objetivo.
A Capela estará em cartaz no dia 08 de dezembro, sexta-feira, no MIS, às 18h.

A CAPELA – LA ERMITA
Ficção | Horror | 105′ | Cor | 2023 | 14 anos | Espanha
Direção: Carlota Pereda
Roteiro: Carlota Pereda, Albert Bertran e Carmelo Viera
Maria
Sinopse: Alina é engenheira de som de cinema. Um dia ela é convidada para fazer o som direto para um filme erótico no qual Maria Black, uma famosa estrela do gênero que havia se aposentado, participaria. Quando Maria tem um ataque cardíaco e morre no meio das filmagens, e os produtores decidem não chamar a polícia, é desencadeada uma série de eventos sinistros e inesperados que colocarão em risco a vida de todos.
Maria pode ser visto às 20h, no dia 08 de dezembro (sexta-feira), no MIS.

MARIA
Ficção | Ficção Científica | 70′ | Cor | 2023 | 14 anos | Argentina
Direção: Gabriel Grieco e Nicanor Loreti
Roteiro: Nicanor Loreti
Noite de encerramento
No dia 09 de dezembro, sábado, acontece o evento de encerramento do Cinefantasy. Nessa noite, haverá a première nacional do longa A Maldição do Queen Mary, de Gary Shore. Além disso, ocorrerá, também, a Cerimônia de Premiação, onde anunciarão os vencedores das mostras competitivas de longas e curtas, além do prêmio especial ao homenageado desta edição, o produtor Rodrigo Teixeira.
Fique, por enquanto, com o trailer do filme de Gary Shore:
Serviço
Quando: até o dia 09 de dezembro (sábado)
Onde:
MIS SP – Museu da Imagem e do Som (Av. Europa, 158 – Jardim Europa)
Cine Bijou (Praça Franklin Roosevelt, 172 – Consolação)
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