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Crítica | ‘Tudo Em Todo O Lugar Ao Mesmo Tempo’ é surrealmente hilário

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crítica tudo em todo lugar ao mesmo tempo Everything-everywhere-all-at-once

Tudo Em O Todo Lugar Ao Mesmo Tempo é uma das melhores surpresas de 2022. Um filme tecnicamente bem feito, onde a montagem e a edição impressionam. Além disso, o cartaz chama atenção para as artes marciais. Tem isso também, mas está longe de ser o principal.

No quesito luta, foi impossível não lembrar do Jackie Chan que habitualmente faz longas extremamente bem coreografados e com cenas inusitadas. Tudo Em Todo O Lugar Ao Mesmo Tempo bebe claramente nessa fonte e uma pochete pode virar uma arma mortal divertidíssima. Aliás, se tem algo que o filme proporciona, é diversão, não sem ter uma bela mensagem por trás de todo o conceito de multiverso, o qual é explorado de forma mais interessante que em Doutor Estranho e o Multiverso da Loucura. Ambos guardam diversas semelhanças esotéricas e mágicas como abertura do terceiro olho, o sexto chacra, o qual dentro de diversas filosofias seria responsável pela intuição humana e outros “poderes” transcendentais.

Viajei junto com a protagonista Evelyn Wang, que ganha vida através da ótima atuação de Michelle Yeoh. A atriz tem a oportunidade de mostrar toda sua capacidade. Ela é uma mãe, uma empresária, uma frustrada, uma cantora, uma celebridade, uma chef, e muito mais. Não dá para esquecer também de Stephanie Hsu como Joy Wang, uma personagem que exala transgressão em sua busca por aceitação. A direção de arte, por Amelia Brooke, impressiona, principalmente com Joy e seus figurinos desenhados por Shirley Kurata.

Se liga no trailer e segue lendo:

Por falar em direção de arte, a fotografia de Larkin Seiple é um show esplêndido. Quando Joy aparece envolvida em um vermelho, sinalizando o perigo e a força que ela possui, é impossível não sentir aquela vibração. O uso da paleta de cores nos diferentes universos nos permite adentrar melhor cada um deles, como na linda cena de diálogo no beco entre Evelyn e Waymond Wang, vivido por Ke Huy Quan, que também não desperdiça a chance de mostrar várias facetas.

Ainda por cima temos o centenário James Hong como Gong Gong e Jamie Lee Curtis como Deirdre Beaubeirdre. Ambos simplesmente arrasam. São coadjuvantes que engrandecem a obra lindamente. O elenco, no geral, está impecável.

Freud

Roteiro e direção são de Dan Kwan e Daniel Scheinert. Eles adentram a psicologia com voracidade e tem muito de Freud, a partir de simbologias sexuais, assim como os arquétipos de Jung. Eles namoram com o bizarro e o surreal quase que o tempo todo, e há cenas que podem incomodar alguns, ou fazer rir muito.

Entretanto, as aventuras de Evelyn tem como fio condutor a relação com sua filha e seu pai. Está aí a psicologia novamente. O conceito de karma e como “consertar” e encerrar traumas saltam aos poucos para o espectador.

Tudo Em Todo O Lugar Ao Mesmo Tempo já é um clássico cult e liquidifica em uma bela vitamina Matrix, Efeito Borboleta, Jackie Chan, Ratatouille para passar uma mensagem de gentileza e aceitação das diferenças de cada um e como pequenos detalhes e escolhas podem fazer toda a diferença na vida de tantas pessoas. Isso de forma extremamente criativa, imaginativa e hilariante.

A saber, o filme, com distribuição da Diamond Films, terá sessões de pré-estreia a partir do dia 16 de junho.

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Jornalista Cultural. Um ser vivente nesse mundo cheio de mundos. Um realista esperançoso e divulgador da cultura como elemento de elevação na evolução.

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Cinema

Museu do Amanhã exibirá filmes da Mostra Ecofalante de Cinema durante a SEMEIA, Semana do Meio Ambiente 2023

Serão 10 filmes do mais importante evento audiovisual sul-americano dedicado a temas socioambientais

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Aguas Do Pastaza ecofalante 2023 SEMEIA

Como parte da programação da SEMEIA, a Semana do Meio Ambiente do Museu do Amanhã, o equipamento cultural exibirá 10 filmes da Mostra Ecofalante de Cinema, um dos maiores festivais do Brasil e o mais importante evento audiovisual sul-americano dedicado a temas socioambientais.

A princípio, as sessões acontecerão entre os dias 6 e 9 de junho e contarão com acessibilidade para pessoas surdas. No dia 7, uma das produções contará também com Closed Caption e, no dia 8 de junho, no feriado de Corpus Christi, a exibição terá, ainda, com Closed Caption, audiodescrição e Libras.

Destaques

A programação da mostra abre no dia 6 de junho com o filme “Águas do Pastaza”, sobre a comunidade Suwa, localizada na fronteira entre o Equador e o Peru.

No dia 7, os curtas “Dia de Pesca e de Pescador” e “Osiba Kangamuke- Vamos lá Criançada” falam sobre como o brincar está inserido no dia a dia das crianças indígenas e como o cotidiano dessas comunidades se reproduzem de forma lúdica.

“Crescer onde nasce o sol” se passa numa comunidade onde o brincar parece não ter lugar e este ato se torna quase uma ação de resistência pelas crianças que, brincando, sonham com um futuro melhor. Por fim, “Aurora, a Rua que Queria Ser Rio” traz a história de um rio reprimido e canalizado para dar lugar ao “progresso”.

No dia 8 de junho, o documentário “Mata” abordará a resistência de um agricultor e uma comunidade indígena diante do avanço das plantações de eucalipto. A sessão será a única com Closed Caption, audiodescrição e Libras. Para encerrar, o último dia abre com “Borboletas de Arabuko”, que retrata o ofício de cultivadores de borboletas no Quênia e como essa prática incomum acabou ajudando a preservar a maior e última floresta remanescente da África Oriental. Em seguida, “Movimento das Mulheres Yarang” documentou a história de um grupo de mulheres do povo Ikpeng, que formou um movimento para coletar sementes florestais e restaurar as nascentes do Rio Xingu, que passa por suas aldeias. Por fim, “Meu Arado, Feminino”, destaca a pluralidade feminina do campo e seu elo com a natureza.

SEMEIA

De 5 a 11 de junho, a SEMEIA, Semana do Meio Ambiente do Museu do Amanhã, que faz parte da rede de equipamentos da Secretaria Municipal de Cultura, trará uma programação com rodas de conversa, oficinas, filmes, ativações artísticas e shows. Afinal, o objetivo é promover trocas e aprofundamentos sobre temas como preservação da água, saberes tradicionais, soberania alimentar, crise climática, direito à informação e cooperação para a sustentabilidade. Todas as atividades são gratuitas e algumas precisam de inscrição antecipada porque estão sujeitas a lotação.

Em seguida, confira a programação da Mostra Ecofalante durante a SEMEIA:

6 de junho

14h – Mostra Ecofalante

Mostra de cinema

Onde: Observatório

Filme Águas de Pastaza (Inês T. Alves, Portugal, 60′, 2022) *com Libras

Parceria: Mostra Ecofalante

Classificação: Livre

Inscrições antecipadas via Sympla (lotação limitada a 30 pessoas)

7 de junho

14h – Mostra Ecofalante

Mostra de cinema

Onde: Observatório

Dia de Pesca e de Pescador (Mari Corrêa, Brasil, 2015, 3′) *com Libras

Osiba Kangamuke- Vamos lá Criançada (Haja Kalapalo, Tawana Kalapalo, Thomaz Pedro, Veronica Monachini, Brasil, 2016, 19′) *com Libras

Crescer onde nasce o sol (Xulia Doxágui, 2021, Brasil, 13′)*com Libras e Closed Caption

Aurora, a Rua que Queria Ser um Rio (Redhi Meron, 2021, Brasil, 10′) *com Libras

Parceria: Mostra Ecofalante

Classificação: Livre

Inscrições antecipadas via Sympla (lotação limitada a 30 pessoas)

8 de junho

14h – Mostra Ecofalante

Mostra de Cinema

Mata (Fábio Nascimento, Ingrid Fadnes, 2020, Brasil / Noruega, 79′) *com Libras, Closed Caption e audiodescrição

Onde: Observatório

Parceria: Mostra Ecofalante

Classificação: Livre

Inscrições antecipadas via Sympla (lotação limitada a 30 pessoas)

9 de junho

14h – Mostra Ecofalante

Mostra de Cinema

Onde: Observatório

As Borboletas de Arabuko (John Davies, 2020, Reino Unido, 10′) *com Libras

Yarang Mamin – Movimento das Mulheres Yarang (Kamatxi Ikpeng, 2019, Brasil, 21′) *com Libras

Meu Arado, Feminino (Marina Polidoro, 2021, Brasil, 21′) *com Libras

Parceria: Mostra Ecofalante

Classificação: Livre

Inscrições antecipadas via Sympla (lotação limitada a 30 pessoas)

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