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Crítica | Em ‘Shazam! Fúria dos Deuses’ a diversão se sobrepõe aos problemas

Mesmo com problemas vindos do universo que Zack Snyder estava construindo, ‘Shazam 2’ consegue manter seu brilho

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Atualmente o futuro de todos os personagens já apresentados nos filmes da DC é incerto. Mas ainda há filmes a serem lançados com esses personagens e ‘Shazam! Fúria dos Deuses‘ foi o primeiro… dos últimos talvez? Mas ao menos essa incerteza não o abalou tanto e o segundo filme do herói sem nome mantém a diversão descompromissada do primeiro.

Em ‘Shazam! Fúria dos Deuses‘ as filhas de Atlas chegam à Terra em busca da magia roubada dos deuses. Agora o jovem Billy Batson (Asher Angel) precisa corrigir seus erros como campeão da Terra enquanto tenta ter algum controle sob as ações de seus irmãos super poderosos.

Universo DC em colapso

Zack Snyder infelizmente havia sido o escolhido para moldar a DC no cinema. Com isso, sua estética e tom acabaram sendo levados para os demais filmes. O primeiro ‘Shazam!‘ (2019) conseguiu fugir um pouco disso e ser um filme mais leve e divertido. Mesmo que tenha sido bobo demais para algumas pessoas, essa era sua proposta e foi o segundo filme da DC a deixar de lado a visão deturpada de Snyder.

Já no segundo filme, parte dessa estética volta justamente por tratar dos deuses do Olimpo. O primeiro filme da Mulher Maravilha havia matado todo o panteão grego logo no seu início. Isso afeta diretamente o novo filme do Shazam, já que restou aos roteiristas trabalharem com as filhas de Atlas. No trailer já dava pra ver como elas eram desinteressantes, tanto conceitualmente como visualmente. Nem mesmo o carisma de Helen Mirren e Lucy Liu são capazes de trazer maior interesse a essas vilãs.

Diga a palavra mágica!

Felizmente o roteiro contorna isso justamente com o que ele tinha de melhor para se trabalhar, a família Shazam. A interação entre os irmãos é divertida, mesmo não tendo qualquer evolução de personagem, o que sustenta é o carisma deles. Asher mal aparece como Billy, deixando todo o “palco” para Zachary Levi e Jack Dylan Grazer, o jovem Freddy Freeman.

O campeão Shazam continua sendo um bobão quando transformado, e isso é ironizado no filme quando Darla comenta que lhe faltava a sabedoria de Salomão. É um ponto que incomoda os fãs mais velhos do personagem mas a proposta do filme é justamente fazer graça com adolescentes e crianças com corpos de super heróis adultos. Certamente nem seria tão interessante se todos ficassem sérios e inteligentes ao transformar.

Mitologia rasa, fúria dos deuses

A história do filme é bem fraquinha, deusas em busca de vingança contra a humanidade. E essa motivação sequer se sustenta muito bem mais a frente. O uso de criaturas mitológicas também é muito jogado, elas causam o caos na cidade durante a batalha final como bons minions das vilãs. Elas acabam servindo mais para uma boa piada com unicórnios.

Na falta de deuses conhecidos vem o problema com os poderes das que restaram. É dito pela própria Héspera que ela tem o poder dos elementos e é o que ela menos usa. Kalypso pode cochichar no ouvido alheio e controlar a mente. Já Anthea pode mudar tudo a sua volta de lugar em um efeito que lembra quase um cubo mágico. Nada extremamente interessante ou inovador.

Visualmente Snyder

Shazam! Fúria dos Deuses‘ tem muitas cenas em locais escuros. Muito fundo verde e escolhas de iluminação equivocadas pendendo para o tom alaranjado escuro e preto que Snyder tanto ama. A falta de realidade em muitos cenários é gritante e bastante incômoda.

Ao final vamos para a morada dos deuses que está decadente com a falta deles. Mesmo após a sua revitalização essa estética pobre mantém o lugar feio e desinteressante. Isso em um filme com a proposta de ser alegre e vivo, simplesmente não combina.

Esse Shazam merece ficar na DC?

Apesar de todos os problemas apontados o filme ainda entrega a diversão a que se propõe. Sua segunda cena pós créditos é talvez a mais engraçada de todo o filme e me faz querer aquela dupla de volta. Já a outra é dúbia e ao mesmo tempo que tentar colocar o Shazam no que tem sido estabelecido por James Gunn, ainda fica em aberto.

Junto com o filme do Aquaman, Shazam foi uma das coisas boas que aconteceram ao universo cinematográfico da DC após a saída de Snyder. O diretor dos dois filmes do campeão, David F. Sandberg conseguiu manter um padrão na qualidade, nada extraordinário, mas suficiente. O herói merecia uma chance de ficar mas vai ser uma bagunça encaixar essas peças em um novo quebra-cabeça.

Shazam! Fúria dos Deuses‘ estreia dia 16 nos cinemas. Fique com o trailer:

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A Cabana – Curta-metragem com Dira Paes busca financiamento no Catarse

O financiamento ajudará na finalização do curta da diretora Barbara Sturm.

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O curta-metragem de ficção A Cabana apresenta Dira Paes (Alice) e Zé Carlos Machado (Jorge) em um lugar que poderia ser qualquer um. Um homem e uma mulher, levando uma vida em comum de forma nebulosa, como não é raro acontecer. Ausentes e mecânicos, em meio a neblina que os cerca cada vez mais. Um casal que não se vê. Até quando?

Para conferir mais informações sobre o curta, as recompensas e como apoiar, clique AQUI.

Para entender o que é o Catarse siga lendo o texto após o vídeo da campanha de A Cabana:

A diretora feminista Barbara Sturm

Formada em cinema, dirigiu três curtas-metragens. Atua desde 2007 no mercado de cinema brasileiro, já atuou como programadora no Cine Belas Artes, como gerente de aquisições na Pandora Filmes – onde foi responsável pelo lançamento de ‘Que Horas Ela Volta?” de Anna Muylaert.

Passou pela Pipoca Digital, e em 2017 assumiu como gerente de conteúdo na Elo Company, onde criou e coordena o Selo ELAS – projeto de apoio a longas-metragens brasileiros dirigidos por mulheres. É professora do curso O Mercado da Distribuição de Filmes, que já teve 18 turmas e mais de 100 alunos em todas as cinco regiões do Brasil. Faz parte do coletivo de inteligência estratégica ASAS.BR.COM e do grupo MAIS MULHERES NO AUDIOVISUAL BRASIL.

Sobre o Catarse

O Catarse é uma plataforma brasileira de financiamento coletivo para projetos criativos, que vão dos mais simples até os mais elaborados. O projeto foi ao ar no dia 17 de janeiro de 2011. Foi a primeira plataforma de crowdfunding do Brasil.

As campanhas podem ser financiadas formas diferentes. Em uma campanha Flex, caso do curta A Cabana, o projeto será lançado mesmo que não alcance a meta, geralmente os idealizadores já tem verba para finalizar e só precisam de mais uma ajuda.

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