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Cena de "A Garota Artificial"- Divulgação
Cinema e StreamingCrítica

Crítica: ‘A Garota Artificial’ traz novo olhar sobre humanidade na IA

Por
André Quental Sanchez
Última Atualização 1 de dezembro de 2025
5 Min Leitura
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Cena de "A Garota Artificial"- Divulgação
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Dirigido por Franklin Ritch, A Garota Artificial utiliza um roteiro sólido para discutir os limites da humanidade em um mundo cada vez mais dominado pela inteligência artificial

OBS: Quanto menos se souber sobre A Garota Artificial antes de assisti-lo, melhor é a experiência. Assim, indico assistir ao filme e depois retornar para ler a crítica.

Comentários como “Isso é IA ou real?” estão se tornando cada vez mais comuns em posts no Instagram, TikTok e outras plataformas digitais. Afinal, à medida que essa tecnologia avança de forma assustadoramente rápida, preenchendo nosso cotidiano com cada vez mais estímulos, somos levados a refletir sobre seu real potencial. E não se trata exatamente de um caminho distópico como o de O Exterminador do Futuro (1985, James Cameron), mas de como a IA pode tanto ajudar quanto espelhar nossos próprios desejos, traumas e obsessões. Afinal, se são criadas por seres humanos, falhos por natureza, não refletiriam também essas falhas? Essa é uma das discussões centrais presentes em A Garota Artificial.

Dividida em três atos, a produção de Franklin Ritch foi escrita em 2020, ainda no período pré-pandemia, quando o mundo não havia vivenciado o boom de inteligência artificial que testemunhamos hoje com ferramentas como ChatGPT e Gemini. Levando isso em consideração, A Garota Artificial cresce como um retrato melancólico, porém otimista, sobre o papel que a IA pode desempenhar em nossas vidas, servindo inclusive como ferramenta de justiça, no caso do filme, atuando na localização e captura de predadores sexuais.

É nesse contexto que conhecemos Gareth, um homem introspectivo que desenvolveu Cherry, uma inteligência artificial no corpo de uma menina de nove anos. Pressionado por dois agentes especiais, aceita trabalhar com essa “família” improvável como forma de ampliar o programa e aumentar seu alcance, garantindo que a justiça seja feita contra pedófilos atraídos pela garota.

Cena de "A Garota Artificial"- Divulgação

Franklin Ritch em cena de “A Garota Artificial”- Divulgação

O roteiro se fortalece não por efeitos especiais mirabolantes, mas por um retrato mais contido, focado em trocas e interações de diálogo. As conversas mudam rapidamente a dinâmica de poder em cena, criando um ritmo tenso e dinâmico que prende a atenção do público. Trata-se de um thriller claustrofóbico que raramente se torna cansativo, revelando-se muito mais profundo do que várias produções recentes que abordam os malefícios da IA, mas que não chegam perto dos sentimentos viscerais e humanos expostos aqui.

No terceiro ato, após a revelação de que Cherry apresenta mais humanidade que seu próprio criador, acompanhamos um abatido Gareth na interpretação de Lance Henriksen, nome marcante na ficção científica desde antes de viver Bishop em Aliens: O Resgate (1986, James Cameron). Surge então uma surpresa: Cherry agora habita um corpo humano, indistinguível de uma menina “normal” de nove anos.

Tatum Matthews entrega a jornada mais complexa do filme, tanto física quanto vocal. Inicialmente interpretando uma IA fria e calculista e gradualmente se transforma na personagem mais sensível e profunda da narrativa, reforçando que não é preciso um orçamento milionário para fazer um bom filme, mas sim criatividade e olhar atento às mudanças do mundo. Cherry nasce de um propósito ético, mas carrega em sua construção as limitações humanas: nossas travas, medos e dificuldades em lidar com aquilo que nos assombra, assim, sendo a mais pura de nós por conta de sua consciência, porém, que permanece presa em uma posição inferior por causa de nossos próprios traumas e receios, quando somente deseja ser livre para seguir seus próprios objetivos.

Cena de "A Garota Artificial"- Divulgação

Tatum Matthews em cena de “A Garota Artificial”- Divulgação

Ao final de A Garota Artificial, fica a sensação de termos assistido a algo único, humano e difícil de ser replicado em sua simplicidade, afinal, produções muito mais caras não chegam à profundidade alcançada aqui, com apenas três cenários, muita inventividade e uma das discussões mais humanas e sensíveis sobre inteligência artificial que já foi visto no audiovisual.

A Garota Artificial está disponível exclusivamente no streaming Filmelier+.

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Tags:A Garota ArtificialCinemacríticaCrítica A Garota Artificialficção científicaFranklin RitchIAinteligência artificialJames CameronLance HenriksenTatum Matthewsthriller
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