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Crítica | ‘Memoria’ exercita a fuga da delusão e a atenção plena

Por
Alvaro Tallarico
Última Atualização 29 de março de 2023
4 Min Leitura
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Tilda Swinton em mais uma boa atuação (divulgação/MUBI)
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Memoria tem poder. Esse filme é extremamente contemplativo e meditativo. Fornece uma viagem para um mundo de silêncio e som. Ao sair do cinema, parecia realmente que eu havia meditado (ou tentado) pelo tempo da duração do longa, duas horas e dezesseis minutos.

Ainda é possível perceber outras mensagens, como o não uso de remédios para dormir, e outras fugas, as quais podem afetar a empatia e o poder de absorver e perceber o mundo.

Essa película com uma protagonista que cria orquídeas e vai para a Colômbia é poesia permeada por poesia. O diretor tem um tempo próprio, lento, diferente do ocidental. Na semana anterior, havia visto Elvis, de Baz Luhrman, e impressiona a oposição entre os dois. Enquanto Elvis procura iludir o espectador e refazer a imagem desse cantor com objetivos puramente capitalistas, Memoria é medicina mental para ter alguns momentos fora da ilusão de Maya. Na mitologia indiana, “Maya” é o universo ilusório em que vivemos, ou seja, a vida como ela é. Importante ressaltar que a cultura tailandesa tem a filosofia budista como base.

Esse filme fala das profundezas da delusão, no qual, segundo Buda e outros mestres, estamos vivendo. Roteiro e direção são do tailandês Apichatpong Weerasethakul.

Sono de Maya

Sim, o filme pode causar sono. Eu mesmo senti bastante e bati cabeça em diversos instantes. Lutei contra a vontade de dormir. Mas é isso que o filme pede, um estado de atenção plena. Meditação. Lembrei dos livros de Thich Naht Hahn um tempo depois da exibição, um monge vietnamita que fornece muitos ensinamentos em cima de como meditar e viver.

Memoria às vezes parece um sonho e é místico e sobrenatural em seu subtexto. Saí levemente desnorteado e aéreo da exibição, buscando digerir o que havia presenciado. Pensei em perguntar para algumas das poucas pessoas presentes na cabine o que tinham achado, mas não o fiz. Foi bom não ter feito. Fiquei um tempo na entrada do cinema, olhando para a rua, e, impressionantemente, com a audição muito mais aguçada. Ouvia melhor cada chiado, o som do ônibus vazio, as vozes das pessoas, os andares e andantes. Em verdade, a forma como o diretor usa a ambientação sonora e o poder da sala de cinema, protegendo do mundo exterior, possibilitaram essas sensações em mim.

Apichatpong Weerasethakul faz um cinema para isso: causar sensações. Senti perturbação, sono, impaciência. Cheguei a desejar que o filme terminasse logo, mas, após o término, queria ver de novo. De certa forma, se durante a exibição, quase dormi e há muitas metáforas que requerem muito foco, posteriormente, vi genialidade ali. A forma como o diretor deixa a câmera parada enquanto as cena se desenrolam.

Aliás, acredito que aqueles que possuem algum conhecimento ou se identificam com filosofias budistas podem apreciar e captar melhor algumas das mensagens do filme.

Por fim, Memoria estreia nos cinemas a partir de 21 de julho, e, em seguida, com exclusividade na MUBI a partir de 5 de agosto.

Enfim, se liga no trailer:

Ademais, leia mais

Crítica | ‘Ela e Eu’ é metáfora sensível da mudança incontrolável

Crítica | ‘1982’ é uma ode à inocência em tempos difíceis

Eike – Tudo ou Nada | Assista ao trailer do filme com Nelson Freitas

 
Tags:Apichatpong Weerasethakulcrítica memoriaMemoria
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Jornalista especializado em Jornalismo Cultural pela UERJ.
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