“Capitão Astúcia” foi uma das gratas surpresas que tive no Festival Bananeiras de Cinema. Principalmente pela ótima atuação de Fernando Teixeira que vive esse super-herói diferente que ensina que nós escolhemos no que acreditamos.
O longa conta a história do avô (Fernando Teixeira) de Santiago, um ex-astro mirim conhecido como Kid Pianino (Paulo Verlings). O senhor decide se tornar super herói e a interação entre eles fornece muitas boas cenas, como a da bicicleta, ou tantas na kombi. São um avô e um neto se conectando em um momento crucial de suas vidas.
Santiago sofre pressão do pai para voltar a ser o Kid Pianino. Ele não quer, mas não tem forças para negar. Enquanto isso, começa a aprender com o olhar de seu avô que as coisas podem ser diferentes, mais especiais e coloridas, como nos quadrinhos. É possível escolhermos o caminho do lúdico, da astúcia positiva.
O bom roteiro de Filipe Gontijo é feito para Fernando brilhar, mas outras atuações também impressionam, como quando Nívea Maria aparece como Dulce, e seu doce olhar para o Capitão Astúcia. Sempre que aparece ela expressa uma naturalidade e um carinho extremo e envolvente, em especial para o carismático protagonista.
Aliás, veja o trailer, e continue lendo:
O filme teve exibição na noite da sexta-feira, dia 10 de novembro de 2023, no Festival Bananeiras de Cinema e foi ovacionado pelo grande público presente que deu muitas gargalhadas com as peripécias do Capitão Astúcia. A forma como o roteiro homenageia os quadrinhos desde o início, inclusive com ótimos planos do diretor (e roteirista) Filipe Gontijo fzem valer. Além disso, o longa aborda com eficiência o etarismo, alguns dos problemas da velhice, bem como seus pequenos prazeres. Mas é tudo com muito humor e aquele toque paraibano.
A teoria do Capitão Astúcia da ressonância universal, explicada no início ganha uma abordagem deveras interessante, e o filme ainda acaba viajando pela questão dos universos paralelos, contudo, de maneira criativa, sem os exageros da Marvel e afins.
A participação de Yudi Yamashiro como o vilão Akira Laser diverte. A trilha sonora de Sascha Kratzer e Rafael Maklon consegue fornecer a atmosfera perfeita dos filmes de super-heróis dos anos 80 e 90, fonte de onde Filipe bebeu bastante, juntamente com os quadrinhos. Como um fã de HQs, minha conexão com a película acaba sendo maior.
Por fim, sou um daqueles que escolhe acreditar na visão romântica do Capitão Astúcia, o qual, com sua coragem e vulnerabilidade, já entrou na minha lista de heróis favoritos e na eternidade do Cinema.