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Cinema

‘O Outro Mundo de Sofia’ coloca em pauta a batalha da ciência do afeto contra o preconceito

Filme apresenta pessoas que batalham contra o preconceito do estudo de planta medicinal

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em

O Outro Mundo de Sofia

Estivemos na pré-estreia para convidados do filme O Outro Mundo de Sofia, um documentário bem feito e didático, que fornece muita informação e ainda algumas boas doses de humor. Acima de tudo, mostra como o afeto dita prioridades. Pois, a partir do amor dos pais, toda uma sequência de mudanças acontece. O evento aconteceu na Estação Net Botafogo.

A princípio, Sofia Langenbach tem 13 anos e uma síndrome rara que acabou gerando um pioneirismo no Brasil. Sua família foi a primeira do país a conseguir autorização da Justiça para cultivar maconha como medicamento. Em seguida, sua mãe tornou-se a maior ativista canábica do país. Atualmente, seu nome batiza uma fazenda que produz remédio para mais de 6 mil famílias.

O Outro Mundo de Sofia discorre sobre como isso aconteceu e aproveita para trazer à tona diversos debates. Por exemplo, a desobediência civil serena como instrumento, afinal, acompanhamos como Guete e o marido, Marcos Lins Langenbach, comandam a Apepi (Associação de Apoio à Pesquisa e Pacientes), a qual cultiva cannabis, produz e distribui remédios feitos a partir da planta. A partir disso, eles enfrentam ameaças constantes, palestram e trazem para o centro do debate a descriminalização da droga e a relevância da permissão para os estudos científicos no Brasil sobre as propriedades curativas da maconha.

O longa apresenta a eficácia dos medicamentos que vem a partir da maconha, em especial a espécie Cannabis Sativa, usando também dos depoimentos de diversas pessoas que falam sobre seus casos, os quais vão desde estresse pós-traumático, passando por hérnia de disco, infarto cerebral, esclerose múltipla, e muitos outros.

A desconstrução do proibicionismo

Para desconstruir os argumentos proibicionistas, a película conta com declarações de nomes como o deputado federal e pastor Henrique Vieira, o neurocientista e biólogo Sidarta Ribeiro, o autor Francisco Bosco e a socióloga Julita Lemgruber. A ideia é fortalecer a ideia de uma ciência sem muros, sem preconceitos, numa mistura de filosofia, evidências, razão e emoção.

É deveras interessante ver o caminho desde a plantação até a criação do óleo e ver a primeira fazenda de maconha do Estado do Rio de Janeiro, que fica em Paty do Alferes, cidade conservadora, conhecida pela plantação de tomate e pela Festa do Tomate que ocorre anualmente.

Aliás, veja o trailer, e siga lendo:

“O documentário me remeteu a um aluno que tive há dois anos que fazia uso da Cannabis para seu tratamento de epilepsia. A família, de classe média, falava bastante da dificuldade de acesso e do valor elevado. Fiquei pensando em outras famílias com as quais atuo, de baixa renda, para as quais esse acesso é mais difícil ainda. Na maioria delas as crianças fazem uso de medicações que afetam o sistema neurológico. O uso da cannabis medicinal deveria ser mais acessível a essas famílias que tanto precisam e que esse conhecimento seja mais disseminado”, disse Cintia Tavares, professora de Educação Infantil, presente na pré-estreia.

Uma das maiores virtudes do filme é como foca também na importância de se rediscutir a guerra às drogas, e a lei de drogas no Brasil, que acaba por perseguir, encarcerar e matar em especial a população pobre e negra. O pastor Henrique Vieira é um dos que fala sobre a seletividade penal e a hipocrisia vigente de uma política inconsequente.

Afinal, o documentário dirigido por Rapha Erichsen, instiga o espectador a um mergulho profundo, pedindo que a sociedade brasileira faça o mesmo. Estreia no dia 8 de maio, à 00h30, no GNT. Em seguida, a partir de 9 de maio, a produção estará disponível no Globoplay +Canais e em plataformas on demand das operadoras.

Todavia, veja mais em seguida:

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Jornalista Cultural. Um ser vivente nesse mundo cheio de mundos. Um realista esperançoso e divulgador da cultura como elemento de elevação na evolução.

Cinema

Museu do Amanhã exibirá filmes da Mostra Ecofalante de Cinema durante a SEMEIA, Semana do Meio Ambiente 2023

Serão 10 filmes do mais importante evento audiovisual sul-americano dedicado a temas socioambientais

Publicado

em

Aguas Do Pastaza ecofalante 2023 SEMEIA

Como parte da programação da SEMEIA, a Semana do Meio Ambiente do Museu do Amanhã, o equipamento cultural exibirá 10 filmes da Mostra Ecofalante de Cinema, um dos maiores festivais do Brasil e o mais importante evento audiovisual sul-americano dedicado a temas socioambientais.

A princípio, as sessões acontecerão entre os dias 6 e 9 de junho e contarão com acessibilidade para pessoas surdas. No dia 7, uma das produções contará também com Closed Caption e, no dia 8 de junho, no feriado de Corpus Christi, a exibição terá, ainda, com Closed Caption, audiodescrição e Libras.

Destaques

A programação da mostra abre no dia 6 de junho com o filme “Águas do Pastaza”, sobre a comunidade Suwa, localizada na fronteira entre o Equador e o Peru.

No dia 7, os curtas “Dia de Pesca e de Pescador” e “Osiba Kangamuke- Vamos lá Criançada” falam sobre como o brincar está inserido no dia a dia das crianças indígenas e como o cotidiano dessas comunidades se reproduzem de forma lúdica.

“Crescer onde nasce o sol” se passa numa comunidade onde o brincar parece não ter lugar e este ato se torna quase uma ação de resistência pelas crianças que, brincando, sonham com um futuro melhor. Por fim, “Aurora, a Rua que Queria Ser Rio” traz a história de um rio reprimido e canalizado para dar lugar ao “progresso”.

No dia 8 de junho, o documentário “Mata” abordará a resistência de um agricultor e uma comunidade indígena diante do avanço das plantações de eucalipto. A sessão será a única com Closed Caption, audiodescrição e Libras. Para encerrar, o último dia abre com “Borboletas de Arabuko”, que retrata o ofício de cultivadores de borboletas no Quênia e como essa prática incomum acabou ajudando a preservar a maior e última floresta remanescente da África Oriental. Em seguida, “Movimento das Mulheres Yarang” documentou a história de um grupo de mulheres do povo Ikpeng, que formou um movimento para coletar sementes florestais e restaurar as nascentes do Rio Xingu, que passa por suas aldeias. Por fim, “Meu Arado, Feminino”, destaca a pluralidade feminina do campo e seu elo com a natureza.

SEMEIA

De 5 a 11 de junho, a SEMEIA, Semana do Meio Ambiente do Museu do Amanhã, que faz parte da rede de equipamentos da Secretaria Municipal de Cultura, trará uma programação com rodas de conversa, oficinas, filmes, ativações artísticas e shows. Afinal, o objetivo é promover trocas e aprofundamentos sobre temas como preservação da água, saberes tradicionais, soberania alimentar, crise climática, direito à informação e cooperação para a sustentabilidade. Todas as atividades são gratuitas e algumas precisam de inscrição antecipada porque estão sujeitas a lotação.

Em seguida, confira a programação da Mostra Ecofalante durante a SEMEIA:

6 de junho

14h – Mostra Ecofalante

Mostra de cinema

Onde: Observatório

Filme Águas de Pastaza (Inês T. Alves, Portugal, 60′, 2022) *com Libras

Parceria: Mostra Ecofalante

Classificação: Livre

Inscrições antecipadas via Sympla (lotação limitada a 30 pessoas)

7 de junho

14h – Mostra Ecofalante

Mostra de cinema

Onde: Observatório

Dia de Pesca e de Pescador (Mari Corrêa, Brasil, 2015, 3′) *com Libras

Osiba Kangamuke- Vamos lá Criançada (Haja Kalapalo, Tawana Kalapalo, Thomaz Pedro, Veronica Monachini, Brasil, 2016, 19′) *com Libras

Crescer onde nasce o sol (Xulia Doxágui, 2021, Brasil, 13′)*com Libras e Closed Caption

Aurora, a Rua que Queria Ser um Rio (Redhi Meron, 2021, Brasil, 10′) *com Libras

Parceria: Mostra Ecofalante

Classificação: Livre

Inscrições antecipadas via Sympla (lotação limitada a 30 pessoas)

8 de junho

14h – Mostra Ecofalante

Mostra de Cinema

Mata (Fábio Nascimento, Ingrid Fadnes, 2020, Brasil / Noruega, 79′) *com Libras, Closed Caption e audiodescrição

Onde: Observatório

Parceria: Mostra Ecofalante

Classificação: Livre

Inscrições antecipadas via Sympla (lotação limitada a 30 pessoas)

9 de junho

14h – Mostra Ecofalante

Mostra de Cinema

Onde: Observatório

As Borboletas de Arabuko (John Davies, 2020, Reino Unido, 10′) *com Libras

Yarang Mamin – Movimento das Mulheres Yarang (Kamatxi Ikpeng, 2019, Brasil, 21′) *com Libras

Meu Arado, Feminino (Marina Polidoro, 2021, Brasil, 21′) *com Libras

Parceria: Mostra Ecofalante

Classificação: Livre

Inscrições antecipadas via Sympla (lotação limitada a 30 pessoas)

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