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O Tempo com Você: a realidade mágica de Tóquio | CRÍTICA

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O Tempo com Você: novo filme de Makoto Shinkai

O Tempo com Você (Tenki no Ko ou Weathering with You, 2019) é uma animação japonesa de Makoto Shinkai, diretor dos sucessos Seu Nome e Jardim das Palavras. A história começa quando o estudante do ensino médio, Hodaka, decide sair de sua cidade natal e seguir para Tóquio em busca da realização de seus sonhos.  Ao chegar na cidade, Hodaka descobre que nem tudo é tão simples quanto imagina. Tóquio é uma cidade literalmente cinzenta, onde a chuva é constante, as oportunidades de emprego escassas e a possibilidade de criar novas amizades é remota. Porém, tudo isso muda ao encontrar Hina, uma menina com a habilidade de controlar o tempo.

Na tela, os traços característicos do diretor demonstram como a arte e a técnica da animação cinematográfica ficam, a cada dia, mais aprimoradas. Os enquadramentos, por momentos focados em paisagens naturais, em outros, focados no caos urbano, contam a história e encantam o espectador. Não é difícil imaginar diversas cenas sendo expostas como belos quadros em galerias de arte.

Além disso, há a narrativa facilmente identificável dos protagonistas. Quem nunca imaginou que seria fácil realizar um sonho e descobriu que a realidade é feita de dificuldades e perseverança? Hodaka e Hina cativam porque suas histórias são reais, mesmo quando a magia se faz presente. Críticas as desigualdades, a falta de oportunidades e a falta de conhecimento sobre os problemas climáticos estão presentes em O Tempo com Você. A magia e a descoberta de novos sentimentos também.

Makoto Shinkai: a universalidade da animação japonesa

Makoto Shinkai consegue, de forma despretensiosa e singela, expor debates complexos e universais. O cenário é Tóquio e a história é japonesa, mas a narrativa dos protagonistas são questionamentos de muitos jovens. Ademais, outro ponto alto do filme é sua trilha sonora, os instrumentais e as músicas de melodias delicadas transportam o espectador para o ambiente de realismo mágico do filme.

Muito aguardado pelos fãs do diretor, o filme encanta a todos. Afinal, para quem assistiu os trabalhos anteriores, há momentos especiais durante a história. Além disso, os novos espectadores também sairão satisfeitos do cinema. Para quem gosta de animações, O Tempo com Você é um filme essencial. Para quem ainda não descobriu a importância do gênero, assisti-lo pode explicar a adoração por essas narrativas ao redor do mundo.

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*A saber, a jornalista Carolina Caldas assistiu “O Tempo com Você” no essencial Festival do Rio, credenciada pelo Vivente Andante

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Nenhum saber para trás: os perigos das epistemologias únicas, com Cida Bento e Daniel Munduruku | Assista aqui

Veja o filme que aborda ações afirmativas e o racismo na ciência num diálogo contundente

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Nenhum saber para trás: os perigos das epistemologias únicas | com Cida Bento e Daniel Munduruku

Na última quinta-feira (23), fomos convidados para o evento de lançamento do curta-metragem Nenhum saber para trás: os perigos das epistemologias únicas | com Cida Bento e Daniel Munduruku. Aconteceu no Museu da República, no Rio de Janeiro.

Após a exibição um relevante debate ocorreu. Com mediação de Thales Vieira, estiveram presentes Raika Moisés, gestora de divulgação científica do Instituto Serrapilheira; Luiz Augusto Campos, professor de Sociologia da UERJ e Carol Canegal, coordenadora de pesquisas no Observatório da Branquitude. Ynaê Lopes dos Santos e outros que estavam na plateia também acrescentaram reflexões sobre epistemicídio.

Futura série?

O filme é belo e necessário e mereceria virar uma série. A direção de Fábio Gregório é sensível, cria uma aura de terror, utilizando o cenário, e ao mesmo tempo de força, pelos personagens que se encontram e são iluminados como verdadeiros baluartes de um saber ancestral. Além disso, a direção de fotografia de Yago Nauan favorece a imponência daqueles sábios.

O roteiro de Aline Vieira, com argumento de Thales Vieira, é o fio condutor para os protagonistas brilharem. Cida Bento e Daniel Munduruku, uma mulher negra e um homem indígena, dialogam sobre o não-pertencimento naquele lugar, o prédio da São Francisco, Faculdade de Direito da USP. Um lugar opressor para negros, pobres e indígenas.

Jacinta

As falas de ambos são cheias de sabedoria e realidade, e é tudo verdade. Jacinta Maria de Santana, mulher negra que teve seu corpo embalsamado, exposto como curiosidade científica e usado em trotes estudantis no Largo São Francisco, é um dos exemplos citados. Obra de Amâncio de Carvalho, responsável por colocar o corpo ali e que é nome de rua e de uma sala na USP.

Aliás, esse filme vem de uma nova geração de conteúdo audiovisual voltado para um combate antirracista. É o tipo de trabalho para ser mostrado em escolas, como, por exemplo, o filme Rio, Negro.

Por fim, a parceria entre Alma Preta e o Observatório da Branquitude resultaram em uma obra pontual para o entendimento e a mudança da cultura brasileira.

Em seguida, assista Nenhum saber para trás:

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