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Pedaço de Mim
CinemaCrítica

Crítica: Pedaço de mim é uma honesta reflexão sobre maternidade

Por
André Quental Sanchez
Última Atualização 8 de junho de 2025
7 Min Leitura
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Dirigido por Anne-Sophie Bailly, Pedaço de Mim aborda de forma honesta as dificuldades maternas e relações de dependência presentes em famílias do mundo todo

Durante o Festival do Rio 2024, me recordo de ter visto dois excelentes filmes sobre maternidade que ressoaram de maneira muito distintas. O primeiro foi A Garota da Agulha (2024, Magnus von Horn), indicado ao Oscar 2025 na categoria de melhor filme internacional, a produção mostrava o lado obscuro e cruel da maternidade, lembro que ao final da sessão, todos saíram em choque. O segundo filme foi um documentário, atualmente presente na MUBI, chamado Bruxas (2024, Elizabeth Sankey), um retrato sobre a imagem do que seria maternidade, e o imaginário que a sociedade impõem sobre esta posição.

Uma pena que demorei tanto tempo para assistir Pedaço de Mim, afinal, teria sido uma boa maneira de finalizar a trilogia. Enquanto o filme de Von Horn construiu uma reflexão sobre as escolhas da maternidade, e seus possíveis impactos negativos, e o documentário de Sankey apresentava paralelos sobre a dificuldade de se aceitar como mãe, a produção de Anne-Sophia Bailey é uma honesta reflexão sobre o que realmente é um amor de mãe.

Em entrevista realizada durante o Festival do Rio 2024, a diretora Anne-Sophia Bailey disse: “Fazer cinema para mim nunca é um processo fechado, nunca é sobre ter a imagem ou a cena perfeita, é sobre ter a imagem mais honesta”, algo presente a cada momento de Pedaço de Mim.

Confira abaixo o trailer de Pedaço de Mim e continue lendo a crítica

Pedaço de Mim

Laure Calamy e Charles Peccia em cena de Pedaço de Mim- Divulgação Festival do Rio 2024

Pedaço de Mim conta a história de Mona e seu filho Joël, uma pessoa “especial”. Extremamente próximos, ambos vivem uma relação simbiótica e de dependência mútua, porém, quando Mona descobre que Joël terá um filho com a namorada, que também apresenta uma deficiência mental, a relação de mãe e filho é abalada.

Apesar da produção contar uma história de dupla emancipação, tanto do filho, quanto da mãe, o arco de Joël é reduzido. A verdadeira jornada é a de Mona, uma mulher que vai do céu ao inferno, e retorna ao paraíso, em um tempo de menos de 1 hora e 40.

O que inicialmente prometia ser um filme sobre a relação materna, se torna uma produção cujo foco é a aceitação de uma mãe que seu trabalho está feito, e que agora ela deve deixar o filho ir. Mona ama muito Joël, isto é inquestionável, porém, somente percebemos na metade do filme o quanto a deficiência do filho realmente a impedia de ter uma vida “normal”.

No segundo ato de Pedaço de Mim, após uma briga, Mona e Joël se separam, no início Mona sai em sua procura, porém, desiste da busca e faz um boletim de ocorrência sobre seu desaparecimento, e liga para um homem que conheceu em um bar, com o intuito de ter um encontro.

Caso esta cena estivesse presente em qualquer outra produção, acredito que seria fácil julgar esta ação da parte de Mona, afinal, que mãe desistiria de procurar o filho para sair com um homem que mal conhece? Sem a menor dificuldade, temos empatia com Mona, afinal, é uma mulher solitária que viveu a vida inteira pelo filho, deixando tudo de lado com este objetivo e pela primeira vez ela se sentiu livre, como julgar algo assim?

Pedaço de Mim

Charles Peccia e Julie Froger em cena de Pedaço de Mim- Divulgação Festival do Rio 2024

A chave para se compreender Pedaço de Mim, se encontra nos detalhes. Em uma cena do 3º ato em que vemos pela primeira, e única vez, o pai de Joël, um homem que fugiu de suas tarefas de paternidade, ao perceber que o filho é deficiente, deixando Mona sozinha com esta tarefa. E após tanto tempo vivendo para isso, deve se libertar deste sentimento de culpa e zelo em excesso, e finalmente ser livre.

Como já discutido em produções como Tully (2018, Jason Reitman), e nos já mencionados Garota da Agulha e Bruxas, maternidade não é algo fácil de lidar, e ao ser retratada no cinema, acredito que quanto mais franco, melhor será tanto para os personagens quanto para a produção como um todo. Anne-Sophia Bailey sabiamente foca em poucos movimentos de câmera, dando tempo para o espectador realmente absorver as cenas, ocasionando um certo cansaço, porém, nada que estrague a experiência.

Apesar de se perder um pouco no 2º ato, Pedaço de Mim é um filme pequeno e bem trabalhado, sem grandes catarses, para o seu próprio bem, afinal, ele atua como um estudo de personagem, trazendo verdade e emoção a cada cenas, mesmo com acontecimentos mínimos.

Protagonizado pela premiada Laure Calamy, Pedaço de Mim é uma distribuição da Filmes do Estação, e estreia nos cinemas no dia 03 de Julho de 2025.

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Tags:Anne-Sophia BaillyCinemacríticaCrítica Pedaço de Mimfestival do rio 2024Filmes do EstaçãoLaure CalamyMaternidadePedaço de Mim
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