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Klara Castanho, Karine Teles e grande elenco de "#SalveRosa"- Divulgação Festival do Rio
Cinema e StreamingCrítica

Crítica Festival do Rio: ‘#SalveRosa’ é retrato cruel da infância fabricada pela internet

Por
André Quental Sanchez
Última Atualização 13 de outubro de 2025
6 Min Leitura
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Klara Castanho, Karine Teles e grande elenco de "#SalveRosa"- Divulgação Festival do Rio
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Dirigido por Susanna Lira, #SalveRosa se inspira em eventos reais para construir um thriller que arrepia e provoca, mas que tropeça na própria mensagem.

Num mundo onde as redes sociais se tornaram arenas de julgamento público, #SalveRosa surge como um espelho incômodo, refletindo tanto o poder de criação quanto o de destruição que a internet exerce sobre quem vive de sua imagem. Se, por um lado, essas plataformas oferecem visibilidade e voz, por outro, revelam um terreno fértil para a manipulação, o linchamento virtual e a espetacularização do sofrimento.

O tema chega num momento em que o Brasil ainda digere casos como o do canal Bel Para Meninas, cuja criadora infantil perdeu o espaço após denúncias de adultização, amplificadas pelo vídeo de Felca que viralizou e escancarou o abuso disfarçado de entretenimento. Enquanto tudo isso acontecia, #SalveRosa se preparava para estrear com força na Competição Premiere Brasil do 27º Festival do Rio, dialogando de forma profética com uma realidade muito atual.

Klara Castanho em cena de "#SalveRosa"- Divulgação Festival do Rio

Klara Castanho em cena de “#SalveRosa”- Divulgação Festival do Rio

Na trama, Rosa, Klara Castanho, é uma jovem influenciadora do canal Brincando com Rosa, sucesso entre o público infantil. Criada e gerenciada pela própria mãe e empresária, Karina Teles, Rosa descobre, aos poucos, que sua vida inteira foi uma encenação cruel. Manipulada, dopada e obrigada a manter para sempre a aparência e o comportamento de uma menina de 13 anos, vive aprisionada em um universo cor-de-rosa que disfarça o horror por trás das luzes e das câmeras, assim, este conflito entre mãe e filha se torna o fio condutor de um suspense psicológico que revela o abismo entre a imagem pública e a verdade privada.

Visualmente, #SalveRosa é um perfeito A direção de arte e a cenografia criam um cenário de plasticidade encantadora, com cores vibrantes e um desenho de luz que valoriza o contraste entre azul e vermelho, simbolizando a dualidade entre pureza e opressão. Susanna Lira bebe da fonte de thrillers clássicos, especialmente Louca Obsessão (1992, Rob Reiner), na medida que Karina Teles entrega uma atuação que remete à intensidade de Kathy Bates, oscilando entre o carinho e a demência com uma naturalidade impressionante. Já Klara Castanho, recentemente adulta mas ainda com traços juvenis, se encaixa com perfeição no papel de uma mulher aprisionada em um corpo infantilizado, num trabalho que equilibra fragilidade e resistência.

Contudo, sob essa superfície impecável, a narrativa se mostra menos sólida. O roteiro, embora ambicioso, revela suas cartas cedo demais, o mistério sobre o controle químico da mãe sobre a filha é previsível desde o início, o que esvazia parte da tensão e de um twist que não é tão eficaz quanto deveria. A mensagem, por sua vez, é entregue de maneira tão explícita que se aproxima da militância, perdendo sutileza e força simbólica.

Klara Castanho, Karine Teles em cena de "#SalveRosa"- Divulgação Festival do Rio

Klara Castanho, Karine Teles em cena de “#SalveRosa”- Divulgação Festival do Rio

Conhecida por seu olhar documental, Susanna Lira transpõe para a ficção o mesmo ímpeto de denúncia, o que resulta em momentos de discurso mais direto que narrativo, como o final com o número de proteção à criança e ao adolescente, e o #Salvem_As_Rosas.

Ainda assim, #SalveRosa acerta ao capturar a sensação de aprisionamento emocional e a ilusão de felicidade fabricada pelas redes sociais, tendo algo de profundamente perturbador em ver uma vida controlada por métricas, curtidas e contratos, e a produção toca nesse ponto com sensibilidade, porém, em seu final a obra parece se contentar em brilhar, mantendo uma estética agradável e vibrante que mascara a simplicidade do roteiro, deixando a sensação de que a história real por trás do espelho seria ainda mais cruel e complexa do que o reflexo que o filme escolhe mostrar, que poderia ter exagerado bem mais do que realmente fez, ou prometia fazer.

Distribuído pela Elo Studios, e com estreia no dia 23 de Outubro de 2025, #SalveRosa foi vencedor do voto popular na Premiere Brasil do 27º Festival do Rio, além de ter levado o troféu Redentor de melhor figurino e melhor atriz para Klara Castanho.

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Tags:#SalveRosaCinemacinema brasileirocinema nacionalcríticaDestaque no ViventeKarina TelesKlara CastanhoSalveRosathriller
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2 Comentários
  • Pingback: #LINK encerra 1ª edição no Brasil e consolida o país como novo polo do cinema documental
  • Cacilda bomfim's avatar Cacilda bomfim disse:
    14 de outubro de 2025 às 23:38

    Assisti no festival do Rio, cinema Odeon, Amei o filme SALVEROSA, tema super atual, cenas impactantes, final doloroso, acredito sim que existe histórias mais cruéis, atrizes maravilhosas Klara Castanho, Karina Teles, atuação perfeita. Parabéns a todos os envolvidos. Salve nossas crianças e Adolescentes!

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