Existe muita polêmica sobre o povo cigano. Bem como o fato de que fazem parte do mundo de uma forma única. Além disso, o Brasil abriga a terceira maior população cigana do mundo, com cerca de 800 mil pessoas. É muita gente. E, no filme “Terra de Ciganos”, vemos que é muita gente boa.
A princípio o filme entra muito bem com uma fotografia cativante e uma lenda. É o início da jornada cigana. Das cavernas corta para um cenário urbano. As ciganas saem de suas barracas e pegam os trens e metrôs rumo aos grandes centros para adivinhar futuros. Enquanto isso acontece contam sobre suas vidas. Naji Sidki consegue grandes imagens, seja na natureza, seja no urbano e consegue juntá-las para contar boas histórias.
Impossível não ressaltar a importância da trilha sonora, de como a música e os ciganos parecem uma coisa só. E como o filme homenageia a liberdade, a base dessa cultura.
Aliás, veja o trailer de “Terra de Ciganos” a seguir e continue lendo:
É uma vida diferente totalmente fora dos padrões. Parece sofrimento, mas tem alegria. Parece sem posses, mas há liberade. O filme começa, percorre vários locais e termina. Naji faz com que o espectador pegue carona junto com cada um dos ciganos que vemos. Sobrevivência, resiliência, música, mudanças, tudo isso está presente.
Muitos ciganos falam o Romani, uma língua indo-europeia, embora também falem os idiomas dos países onde vivem. Existem diversos subgrupos ciganos e cada um tem suas variações culturais e dialetos. Há os Rom, Sinti, Manush e Kalé (Calon), o qual mais aparece no filme.
Porajmos
Importante ressaltar que ao longo da história, os ciganos foram – e são – perseguidos e marginalizados em diversos países. Além disso, não foram somente os judeus, os ciganos também foram alvo do Holocausto. Os nazistas assassinaram de 500 mil a 1,5 milhão de ciganos. Esse extermínio em massa dos ciganos durante o Holocausto é conhecido como Porajmos, palavra romani que significa “devoração”.
Infelizmente, ainda hoje, os povos ciganos enfrentam discriminação, exclusão social e estereótipos em várias partes do mundo. No final das contas, em “Terra de Ciganos” aprendemos um pouco mais, entretanto, os mistérios sobre o povo cigano seguem vivos, assim como esse povo continua vivo. De onde vieram? Para onde irão? Quantos somos descendentes de ciganos e nem sabemos? Quantos somos e sabemos?
Como diz Carlos Buby na canção “Amante Cigano”:
Minha vida é a rua / Meu país é a lua /
Sou amante cigano / Da liberdade nua
Afinal, produzido pela Veríssimo Produções e distribuído pela Pandora Filmes, o longa estreia dia 26 de setembro nos cinemas.
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