Uma produção indiana original da Netflix, “Três Corpos Uma Dança” (Tribhanga), traz mais dessa cultura tão distinta da brasileira. Acompanhamos a vida de três mulheres, mãe, filha e neta. Há ensinamentos indianos que são pincelados pelo filme, como a reencarnação; e outros universais, como a memória seletiva que temos. É um retrato de como podem ser as relações familiares na Índia.
Os problemas entre mãe e filha saltam na tela, assim como os dramas e as consequências das escolhas de cada uma delas. Nayantara Apte (Tanvi Azmi) é a mãe e avó, escritora, que desafia um sistema patriarcal. Kajol, em boa atuação, dá vida a Anuradha Apte, fio condutor com sua personalidade.
“Três Corpos Uma Dança” tem diversas falhas, exagera muitas vezes. É Bollywood, mas mostra o peso do patriarcado e o quanto a liberdade da mulher é tolhida na Índia. O conservadorismo pesa no país. Há diversos bons momentos dramáticos e não inventa. A atriz Renuka Shahane escreve, dirige e coloca parte de sua vida no longa-metragem.
É bem diferente de outro filme indiano, “Quatro Histórias de Pecado“, que está no catálogo e também acaba por discorrer sobre preconceito, porém de forma mais contundente através de várias histórias curtas.