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Jesse Eisenberg, Isla Fisher, Justice Smith e Dominic Sessa em "Truque de Mestre: O 3º Ato"- Divulgação Lionsgate
Cinema e StreamingCrítica

Crítica: Truque de Mestre – O 3º Ato continua o espetáculo, mas entretém?

Por
André Quental Sanchez
Última Atualização 10 de novembro de 2025
6 Min Leitura
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Jesse Eisenberg, Isla Fisher, Justice Smith e Dominic Sessa em "Truque de Mestre: O 3º Ato"- Divulgação Lionsgate
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Dirigido por Ruben Fleischer, Truque de Mestre- O 3º Ato apresenta grandes cenas de espetáculo e entretenimento

Lançar uma sequência doze anos após o filme original e nove anos depois do último capítulo da franquia é, para muitos estúdios, uma receita para o desastre. No entanto, Truque de Mestre – O 3º Ato, consegue driblar esse risco ao compreender com clareza o que o público realmente busca nesta série: espetáculo, truques mirabolantes e um entretenimento leve e visualmente encantador. O novo longa entrega exatamente isso, ainda que sem força criativa e o frescor que marcaram o primeiro filme.

Distante do tom de mistério e investigação que sustentava o original de 2013, a franquia abraça de vez o formato de heist movie, com ritmo acelerado e sequências elaboradas de mágica e ação, afinal, Fleischer demonstra consciência do que tem em mãos, tanto sua narrativa quanto seus atores, assim, aposta no espetáculo acima de qualquer pretensão dramática, resultando em um filme que diverte e impressiona, mas que careça de algo realmente novo ou memorável.

Truque

Rosamund Pike em “Truque de Mestre: O 3º Ato”- Divulgação Lionsgate

A trama gira em torno de Atlas, Jesse Eisenberg, que retorna para reunir uma nova geração de mágicos, interpretados por Justice Smith, Dominic Sessa e Ariana Greenblatt, em uma missão para derrubar o império de armas e diamantes de Veronika Vanderberg, vivida por uma carismática Rosamund Pike. A atriz, aliás, parece se divertir em cena, conferindo energia e ironia à antagonista, que supera em potência o vilão vivido por Daniel Radcliffe no filme anterior.

Essa “passagem de bastão” para jovens protagonistas é tratada de forma eficiente e garante o fôlego necessário para a narrativa. O trio de novos mágicos rouba a cena e conduz o público pelos tradicionais “plot twists” da franquia, que, embora previsíveis, ainda despertam curiosidade, porém, o mesmo não se pode dizer do elenco original, que retorna sem muito a acrescentar. Merrit, Woody Harrelson, pouco utiliza suas habilidades de mentalista, enquanto Henley Reeves, Isla Fisher, ausente no segundo filme, tem uma participação que, embora traga glamour, se resume efetivamente a uma ação no terceiro ato, tendo a sensação de que as peças do tabuleiro estão ali mais por obrigação do que por necessidade narrativa.

Visualmente, O 3º Ato é um deleite. Fleischer transforma o palco em um verdadeiro parque de ilusões, repleto de truques engenhosos, cenários invertidos, espelhos que brincam com a percepção, participações especiais, e planos-sequência que exibem toda a coreografia da mágica em ação, não tentando ser mais profunda do que precisa, e focando no entretenimento que faz o público esquecer que a história em si, somente serve ao espetáculo, e nada muito grandioso além disso.

Na medida que o brilho dos truques se apaga, a fragilidade do roteiro se torna mais evidente. O enredo se apoia em repetições de ideias já vistas, e o conceito de “O Olho”, que no primeiro filme era um mistério intrigante, perde impacto à medida que se torna mais claro e explicativo, e da mesma forma, a magia deixa de ser algo a ser desvendado e passa a ser um recurso estético previsível.

Dave Franco e Ariana Greeblatt em "Truque de Mestre: O 3º Ato"- Divulgação Lionsgate

Dave Franco e Ariana Greeblatt em “Truque de Mestre: O 3º Ato”- Divulgação Lionsgate

Com 1h52 de duração, Truque de Mestre – O 3º Ato é um filme que cumpre sua função de divertir, mas pouco permanece na memória. Fleischer conduz a história com ritmo e confiança, oferecendo ao público o espetáculo visual que se espera da franquia, porém, já demonstra sinais de desgaste: sabemos todos os truques, e o coelho que sai da cartola já não causa o mesmo encanto que tinha em 2013.

Ao final, resta a sensação de ter acabado de assistir a um grande show de ilusionismo: divertido enquanto dura, visualmente arrebatador, mas efêmero, sendo um entretenimento pipoca eficiente, e necessário, que satisfaz no momento, mas que se dissipa como fumaça assim que as luzes do cinema se acendem, e a realidade bate, aos poucos apagando aquele espetáculo grandioso de nossas mentes, até surgir o inevitável quarto filme.

Distribuído pela Paris Filmes, Truque de Mestre-O 3º Ato estreia nos cinemas no dia 13 de Novembro.

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Tags:Cinemacríticacritica truque de mestre 3lionsgateTruque de MestreTruque de Mestre 3truque de mestre 3 é bom
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