Um Preto Velho chamado Catoni é um filme de Valter Filé. Um documentário de aproximadamente 43 minutos, de 1998. Pude assistir graças a 15ª Mostra de Cinema de Ouro Preto. A saber, conta a vida e obra do grande compositor Catoni, nome importante na história do samba carioca, mas nascido e criado no sertão de Ouro Preto. Aliás, ele diz que lá onde cresceu o sofrimento era alegria, pois essa era a única escolha.
Catoni é considerado um representante da cultura negra e conviveu com grandes nomes como: Candeia, Silas de Oliveira, Natal, Velha Guarda da Portela. Várias de suas músicas estão nas vozes de Elza Soares, Clara Nunes, Elizete Cardoso e outros.
O filme começa e termina em forma de música e é laureado por diversas composições de Catoni, inclusive, conhecemos as inspirações de muitas delas, o que é uma das melhores coisas do documentário. São canções populares que surgiram a partir dos acontecimentos da vida de Catoni.
Linha do Horizonte
A gratidão ao novo amanhecer está presente no que o compositor acredita e sua música dita. Com simpatia e uma alegria moldada em cima do sofrimento de anos de trabalho árduo. Em seguida, ele fala com amor do pai e do aprendizado que teve – da força da fé. “A reza não ocupa lugar, você sabendo rezar, tem tudo na vida” é um dos ensinamentos que gritam em forma de sussurro na voz macia de Catoni.
É ótimo poder ouvir ele mesmo contar de como conheceu as rodas de samba, a forma como foi recebido, as piadas. Além disso, o fatídico encontro com Candeia e outros mestres do samba. Certamente, é gostoso de saber como foi seu início na Portela, a grande janela, para o mundo do samba-enredo. Um Preto Velho chamado Catoni tem valor histórico, musical e cinematográfico.
Enfim, este filme faz parte da MOSTRA HISTÓRICA SESSÃO VÍDEO POPULAR, da 15ª CineOP, que segue até 7 de setembro de 2020, gratuitamente. Basta acessar o site www.cineop.com.br.