O Femina, Festival Internacional de Cinema Feminino, anunciou na noite de ontem (18) os vencedores da sua 14ª edição, que foi realizada entre 13 e 18 de dezembro, no CCBB Rio de Janeiro. O Femina existe com o intuito de exibir o trabalho de realizadoras brasileiras e, além disso, de promover o diálogo entre brasileiras e estrageiras.
Esse ano, o filme vencedor do Grande Prêmio Femina Nacional foi Diálogos Com Ruth de Souza, de Juliana Vicente. O longa apresenta, como diz o título, um diálogo entre a atriz de 95 anos e mais de 70 de carreira, e a diretora.
Além disso, Malqueridas, de Tana Guilbert, ganhou o prêmio Internacional. O documentário oferece uma reflexão sobre a maternidade durante o confinamento da prisão.
Avaliações
Os mais de 30 filmes exibidos na mostra foram avaliados por dois júris: um para produções nacionais, composto por Ana Flávia Cavalcanti (atriz), Fernanda Teixeira (cineasta, montadora e diretora de arte) e Manaíra Carneiro (realizadora); e outro para os filmes internacionais, formado por Consuelo Lins (professora e pesquisadora), Marina Meliande (cineasta, produtora e montadora) e Beth Sá Freire (curadora de cinema).
A programação, que teve entrada franca, reuniu não apenas longas e documentários e de ficção, como também curtas, todos dirigidos por mulheres cis, trans e pessoas não-binárias. Com o intuito de ser o mais diverso possível, as produções vieram de 35 países diferentes e de oito estados brasileiros. Ademais, a mostra contou, ainda, com sessões especiais e seminários sobre temas como violência contra mulher e desigualdade de gênero. Por fim, houve uma homenagem à diretora brasileira Laís Bodanzky na cerimônia de encerramento.
Agora confira a lista completa dos vencedores:
Competição Nacional
Grande Prêmio Femina – “Diálogos Com Ruth de Souza”, de Juliana Vicente
Melhor Destaque Feminino – “Lidiane”, filme experimental de Ludmila Curi
Melhor Direção – Amanda Pontes e Michelline Helena, por “Quando eu me encontrar”
Menção Honrosa – para a direção de arte de Lyara Cavalcanti e a fotografia de Wilssa Esser no filme Infantaria”, de Laís Santos Araújo
Menção Honrosa – “A Mulher Vestida de Sol”, de Patricia Moreira
Prêmio Especial do Júri – “Infantaria”, de Laís Santos Araújo
Competição Internacional
Grande Prêmio Femina – documentário “Malqueridas”, de Tana Gilbert
Melhor Destaque Feminino – Elizabeth Hobbs, diretora da animação “A Debubante”
Melhor Direção – Maryam Tafakory, por “O Jogo Dos Olhares”
Prêmio Especial do Júri – Helena Inês, pela vitalidade criativa fiel à sua trajetória revolucionária no cinema brasileiro, atualizada no filme “A Alegria É A Prova Dos Nove”
História do Femina
O Femina surgiu em 2004, quando falar sobre as questões de gênero no cinema ainda não estava tão evidente na mídia como hoje. De lá pra cá, pouca coisa mudou, infelizmente. A violência contra a mulher e pessoas trans, por exemplo, aumentou. A participação proporcional de mulheres no mercado de trabalho como um todo, e no audiovisual, estagnou. O Femina é um evento necessário para se discutir essas e outras questões, usando o cinema como importante ferramenta para chamar a atenção do público.
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