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Cultura

Henri Cartier-Bresson: Retratos | Exposição para amantes da fotografia no Porto

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Henri Cartier-Bresson no Porto

“Henri Cartier-Bresson: Retratos” segue em exposição na Alfândega do Porto até o dia 12 de abril de 2020. Pude visitar e, para quem aprecia fotografia, realmente traz reflexões e conhecimento. Por exemplo, o curta “The Decisive Moment”, de 18 minutos, está lá e mostra uma sequência de fotografias com Henri Cartier-Bresson narrando, em inglês, sobre elas e seu processo criativo. É um dos destaques da mostra. Certamente o fotógrafo francês possuía um olhar diferenciado na época certa e buscava o momento decisivo de sacar as fotos. Aliás, no pequeno filme, conta como começou a tirar fotografias e fala sobre a influência do surrealismo no seu trabalho. Vemos alguns de seus registros na China e ao redor do mundo.

Inclusive, na narração, Bresson comenta sobre a arte do retrato, que embaraça e desnuda o fotografado. Na exposição vemos isso, com naturalidade. São 121 trabalhos do fotógrafo francês, sendo a maioria de algumas das mais marcantes figuras do século passado. Marilyn Monroe, Coco Chanel, Pablo Picasso, Simone de Beauvoir, Robert Kennedy, Edith Piaf, Albert Camus, Martin Luther King estão entre os retratados pela Leica de Henri Cartier-Bresson (1908-2004). Indubitavelmente,  a mostra acaba sendo um grande retrato do século XX.

Viagem

Pessoalmente, recomendaria essa exposição para aqueles que gostam de fotografia e curiosos. Henri conseguiu fotos de pessoas tão distintas como Che Guevara, William Faulkner,Jean-Paul Sartre, Truman Capote, Samuel Beckett, Henri Matisse e Igor Stravinsky. Artistas, políticos, figuras ícones de um século marcante.

A princípio, na entrada da mostra ainda é possível ver belos e delicados trabalhos dos fotógrafos Luís Nobre, Pedro Mesquita, André Boto e Diogo Borges sobre a cidade do Porto. São 12 imagens, reunidas sob o título Retratos – Porto: Um Olhar Contemporâneo.  Traz a possibilidade de entender um pouco mais dessa cidade conhecida como Invicta. Desde o vento que destroça guarda-chuvas, às sombras de transeuntes.

O valor das vendas destes trabalhos será entregue na totalidade à Associação O Joãozinho, que luta para obter financiamento para a nova Ala Pediátrica do Centro Hospitalar de São João. As duas mostras vão permanecer na Alfândega do Porto até 12 de abril de 2020.

Preços

As visitas são de segunda a sexta, das 10h às 19h, e aos sábados, domingos e feriados, das 10h às 20h. O bilhete inteiro custa 10 euros. Entretanto, no caso dos jovens dos 12 aos 18 anos, universitários até aos 25 anos, maiores de 65 anos e pessoas com mobilidade reduzida (o/a acompanhante tem entrada gratuita), o preço é de 8 euros.

Crianças até aos 4 anos entram gratuitamente e aquelas que têm entre 5 e 11 anos pagam meio bilhete (5 euros). Há ainda o bilhete família, que custa 26 euros e abrange dois adultos e até três crianças menores de 11 anos. O acesso à mostra complementar está incluído. A saber, a Alfândega do Porto fica na R. Nova da Alfândega, 4050-430, Porto, Portugal.

Mais informações em https://www.facebook.com/artforyou.pt/

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Espetáculos

‘Antes que eu me esqueça’ faz último final de semana no Rio

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O espetáculo está em cartaz no Teatro Ruth de Souza no Centro Cultural Municipal Glória Maria, antigo Parque das Ruínas e aborda o Alzheimer com leveza e propondo reflexões

O que você faria, se, de repente, sofresse um acidente e perdesse a memória? Esse é o principal tormento que aflige o músico Walter, protagonizado pelo ator Renato Peres, no espetáculo ‘Antes que eu me esqueça’, que estreou no dia 2 de setembro, no Teatro Ruth de Souza, no Centro Cultural Municipal Glória Maria (antigo Parque das Ruínas), em Santa Teresa, Rio de Janeiro. A dramaturgia é de Mariana Pantaleão, que também assina a direção e de Matheus Rodrigues. A temporada vai até 24 de setembro, sempre aos sábados e domingos, às 15 horas.

Após um acidente de carro, o músico Walter é diagnosticado com ALZHEIMER. Na experiência de um iminente desaparecimento de suas lembranças, ele tenta registrar e recuperar suas memórias através de áudios, fotos e vídeos.

A peça é um monólogo com reflexões sobre o cérebro antes do acidente, sem que o músico houvesse dado o devido valor, mas que agora, com sua nova condição, vêm à tona! E isso acontece a tempo!…Seria possível a (re) construção das memórias? Quais os mistérios dessa “simples” massa muscular rosa de apenas um quilo e meio? Somente ela nos tornaria humanos? E se não mais humanos… O que SOMOS, o que FOMOS e quem poderíamos SER?

São muitos os questionamentos de Walter na busca de uma identidade, a sua, depois que sua vida se transformou com a perda da memória. De acordo com Luiz Buñuell (1900 – 1983), cineasta espanhol, naturalizado mexicano:

“É preciso perder a memória mesmo das pequenas coisas, para que percebamos que a memória faz a nossa vida. Vida sem memória não é vida (…). Nossa memória é nossa coerência, nossa razão, nosso sentimento, até mesmo nossa ação. Sem ela somos nada (…) e só posso esperar pela amnésia final”. – Citação de Bruñuel pelo neurologista e escritor inglês Oliver Sacks (1933 -2015) no livro ‘O homem que confundiu sua mulher com chapéu’ – Editora Companhia das Letras, 1ª edição (14 agosto 1997)

Podemos dizer que viver sem memória é apenas vegetar? É não desfrutar de tudo de melhor do que a vida pode oferecer, ou até mesmo, que ela, na acepção da palavra, não existe em sua completude? O tema é mais do que atual e, certamente, habita as mentes e vidas de muitas pessoas, atormentando-as em reflexões intermináveis a procura de respostas e soluções. Na peça ‘Antes que eu me esqueça’, além de possíveis respostas, a garantia de um entretenimento que prende e diverte ao mesmo tempo por tocar no âmago do público, assim como o ator Renato Peres foi tocado:

“Vivemos um momento muito complexo. Guerras. Maldades. Doenças… O espetáculo ‘Antes que eu me esqueça’ faz uma reflexão sobre o tempo, a memória, a vida. Que o público possa ser arrebatado por essa intrigante história, assim como eu fui.” – fala Renato Peres.

Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), estima-se que existam 35,6 milhões de pessoas com Doença de Alzheimer (DA) no mundo, sendo que o número tende a dobrar até o ano de 2030 e triplicar até 2050. No Brasil, há possibilidade é de que tenhamos cerca de 1,2 milhões de pessoas com esta enfermidade. Ressalta-se que a maior parte dos indivíduos com Alzheimer ainda não recebeu o diagnóstico médico e/ou tratamento necessário.

Qual o papel do Teatro e da Cultura dentro das experiências de adoecimento causadas pelo Alzheimer? De quais formas é possível representar, sensibilizar e nos questionarmos em relação às vivências das pessoas portadoras dessa doença? É mais do que como o cérebro processa a arte, e sim, como a arte pode processar o cérebro. Na busca por refletir essas perguntas, as relevâncias, conceitual e temática, se apresentam não só apenas no âmbito da conscientização, mas das aproximações entre as artes e as ciências. Matheus  Rodrigues, que divide a dramaturgia com Mariana Pantaleão e faz a produção executiva de ‘Antes que eu me esqueça’, conta o motivo da escolha:

“Eu penso que o grande diferencial desse espetáculo não são os efeitos visuais, nem a música ou a dramaturgia em si; penso que a grande potência está na experiência da alteridade. Mais do que informar sobre um respectivo tema, o que importa é o exercício de empatia que propomos ao público, não para se colocar e solidarizar com o nosso personagem, mas sim com as pessoas da vida real, que muitas vezes podem ser nossos avós, tios, amigos” – explica Matheus.

Contemplado pelo Programa de Fomento à Cultura Carioca da Secretaria Municipal de Cultura do Rio de Janeiro (FOCA), o monólogo ‘Antes que eu me esqueça’ é cria da periferia do Rio de Janeiro. O espetáculo teve sua estreia no ano de 2023 ao ganhar o edital. Com a circulação em diversos espaços de cultura da Zona Norte como:  Teatro Armando Gonzaga, em Marechal Hermes,  Museu da Maré, No Complexo da Maré, Arena Carioca Dicró, na Penha, Arena Carioca Fernando Torres, em Madureira, Arena Carioca Jovelina Pérola Negra, na Pavuna, Lona Cultural Carlos Zéfiro, em Anchieta, e Teatro Gonzaguinha, no Centro, para alcançar outros aparelhos pela cidade. E agora volta com todo o gás para o Teatro Ruth de Souza, no Centro Cultural Municipal Glória Maria.

Ficha Técnica

Atuação: Renato Peres

Voz Off / participação (médico): Pedro Milman

Voz Off / participação  (Lúcia): Amanda Laversveiler

Dramaturgia: Matheus Rodrigues e Mariana Pantaleão

Direção Geral: Mariana Pantaleão

Produção Executiva: Matheus Rodrigues

Orientação Dramatúrgica: Karen Acioly

Cenografia: Lina Da Hora

Direção de Movimento: Amanda Laversveiler

Iluminação: Anna Padilha

Direção Musical: Raphael Muniz

Edição de Vídeoarte: Dora Abreu

Designer Sonoro: Caio Guiesta

Fotografia: Victor Gustavo Almeida

Designer: Jefferson Santi

Mídias Sociais: Rafaela Lopes

Assessoria de Imprensa: Christine Keller Comunicação & Produção

Realização: M2 Produções – Instagram: @m2_coletivo_producoes

Serviço

Local: Teatro Ruth de Souza (Centro Cultural Municipal Glória Maria, antigo Parque das Ruínas)

Endereço: Rua Murtinho Nobre, Nº 169 – Santa Teresa

Temporada: de 02 a 24 de setembro (sábados e domingos)

Horário: 15h

Ingressos: R$ 30 (Inteira) e R$ 15 (Meia-entrada)

Link para compra:  https://riocultura.eleventickets.com/#!/evento/47ebaaea82bd5d84c3eb217a4173493671e6ad9a

Duração: 60 minutos

Classificação: 12 anos (menores de 18 anos acompanhados de um responsável)

Gênero: Drama

Lotação: 75 lugares

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