Project Power. Cinco minutos de poder a partir de uma pílula. Esse é mote do filme. A droga pode ter efeitos colaterais indesejados e, claro, pode gerar muita grana. Para começo de conversa, o elenco não brinca em serviço. Rodrigo Santoro, Jamie Foxx, Joseph Gordon-Levitt. Destaque para Dominique Fishback como a carismática Robin. Ah, a direção de Henry Joost e Ariel Schulman tem dinamismo e criatividade, apesar de às vezes parecer que quer inventar demais em momentos onde gostaríamos de ver melhor o que está acontecendo.
Nas ruas de Nova Orleans, uma droga misteriosa ativa em seus usuários diferentes superpoderes. Mas é preciso tomar para descobrir qual será o seu. Os efeitos especiais são bons, a interação entre os personagens é divertida. Mas são todos bem rasos. Sim, o elenco é ótimo, mas falta profundidade para que possam mostrar seus conhecidos talentos. Os diálogos são pífios. O tom pende para o sombrio, contudo tem um um humor felino andando pelos lugares escuros.
Contra o sistema
Project Power tem ensinamento de como sobreviver e fazer sua parte contra o “sistema”: ache o seu poder. Um que surge ali é o da arte. Sim, tem clichê, mas e daí? Tem ação divertida com ótimas cenas. Entretanto, por que o sistema escroto tem que colocar o Rodrigo Santoro, brasileiro, como o vilão traficante? Todo traficante tem que ser latino? Mais uma vez o cara é desperdiçado em um papel fraco. No geral, o filme não impressiona, mas pode servir como entretenimento. A cena de perseguição a um ladrão é das melhores e pode fazer valer o “ingresso”.
Em certos momentos, parece um filme qualquer dos X-men e pode soar repetitivo. A premissa poderia ser muito melhor explorada. O filme começa bem, mas da metade para o final toma rumos fáceis demais e previsibilidade extrema. O recado que fica é que a palavra tem poder. Sua palavra tem poder, sua arte tem poder. Será?
ATENÇÃO!!! POSSÍVEIS SPOILERS!
Como diversão, dou nota 10. O filme tem momentos de ação de tirar o fôlego e os efeitos especiais estão muito bons, mas faltou maior profundidade em relação aos personagens centrais, mo caso o militar e a filha dele, cuja história até daria um outro filme contando como a menina nasceu com poderes e como o militar foi usado em um projeto de “super soldados”. O laboratório que desenvolveu a super droga também fica em segundo plano e gostaria de ver Santoro menos caricato, pois ele parecia uma mistura de apresentador de circo com dono de boate (o momento Hulk foi dose e as cicatrizes no rosto e pescoço dele podiam ser explicadas). Queria vê-o como um vilão mais soturno e frio. Dominique é uma graça talentosa, segura bem a personagem e ficamos emocionados com o desfecho da história dela e sua mãe (a cena da toalha é pra lá de divertida). A filha do militar poderia ser a cereja do bolo, apresentando mais seus poderes ou até mesmo se tornando uma ameaça, como sugeriu uma cena rápida do olho esquerdo dela, cuja íris estava furta-cor, e as intervenções cirúrgicas na nuca e pescoço da moça. Nesse momento, fiquei com medo pela personagem Robin, que entrou naquele laboratório pra resgatar a garota e não sabia o que poderia encontrar. No geral, o filme cumpre o papel de entreter e divertir como todo filme de super herói.