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Crítica Inocência Roubada
CinemaCrítica

Inocência Roubada | Abuso infantil e arte em diálogo

Por
Mariana dos Santos
Última Atualização 30 de março de 2023
4 Min Leitura
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divulgação: A2 Filmes
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Inocência Roubada é um que drama imerge na história de Odette, uma mulher que foi molestada, ainda criança, por um amigo íntimo de sua família (Gilbert). Assim, ela encontra na dança sua válvula de escape para lidar com esse trauma, atrelada à terapia, espaço o qual ela encontra coragem para confrontar seus medos e, enfim, ter voz diante de anos de silenciamento sobre anos de assédio sofrido. A película é uma autobiografia da diretora e atriz francesa Andréa Bescond. É uma adaptação da premiada peça Les Chatouilles (nome original do filme) que significa “ as cócegas” em francês. O título original refere-se ao modo como o abusador (Gilbert) apelidava suas investidas abusivas na pequena Odette.

Artimanhas da diretora

Inocência Roubada é protagonizado e dirigido por Andréa, que expõe seu trauma de forma mais degustável e menos angustiante – se é que é possível. A diretora utiliza o humor, a arte e as transições de cenas que trouxe do teatro (com enquadramentos e passagens de cenas típicas de uma peça teatral), tornando a narrativa movimentada e sem um grande apelo dramático, ainda que o assunto o exija. Por outro lado, fica a reflexão se tratar um trauma com doses de humor não seria também um bom caminho para trazer diversos públicos para o diálogo sobre a temática.

Além disso, a diretora também é cuidadosa em mostrar as cenas de abuso sem uma interação direta do abusador com a vítima. Dessa forma, em cenas nas quais acontecem os atos de abuso, a câmera foca na sensação dos dois separadamente. Ora vemos o prazer estampado no rosto do abusador, ora vemos a angústia da criança em ser abusada, mas nunca aglutinados. No entanto, não extingue o sentimento de repulsa e revolta que sentimos de Gilbert. É difícil de ver.

Um relato de abuso infantil conectado à dança

Odette, quando criança, se silencia diante das investidas do abusador e cresce lidando sozinha com seu trauma. Já crescida e tendo se tornado dançarina, é no palco e na dança que vemos sua fúria, sua forma de expurgar tudo o que sempre guardou dentro de si. O longa faz várias transições entre o passado e o presente de sua vida. Além disso, acompanhamos também como esse choque emocional reverberou em sua vida, em sua busca pelas drogas, em sua dificuldade de se envolver amorosamente e em sua solidão. Somado a tudo, é na terapia que a vítima ganha impulsionamento para falar sobre o ocorrido e encarar seus demônios. Desta vez, não mais em silêncio.

A importância do não silenciamento

O filme-denúncia Inocência Roubada faz um alerta para situações de abuso sexual infantil. Aliás, demonstra a falta de diálogo entre pais e filhos, que torna o ato abusivo muito mais difícil de detectar e que resulta na solidão vivida pela vítima por não conseguir se abrir sobre a situação. Afinal, a postura autoritária e agressiva da mãe de Odette diante do fato reflete o modo como muitas pessoas próximas à vítima tratam o abuso: com negação. O longa traz uma trajetória de superação e coragem perante o trauma e deixa um recado final de encorajamento e alerta ao público sobre a pedofilia e a dor da vítima.

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Tags:abuso de criançaabuso infantilabuso infantil no cinemaandrea bescondcinema e pedofiliador da vítimafilme denunciafilme sobre pedofiliainocência roubadales chatoulliesodettepedofiliapedofilo
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Mariana dos Santos's avatar
PorMariana dos Santos
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Revisora textual e jornalista cultural em construção.
6 Comentários
  • Luana Trindade's avatar Luana Trindade disse:
    13 de julho de 2020 às 13:23

    Ótimo texto! Deu até vontade de assistir o filme.

    Responder
  • Amanda's avatar Amanda disse:
    13 de julho de 2020 às 19:05

    Muito bom! Já quero assistir também.

    Responder
  • Aline's avatar Aline disse:
    13 de julho de 2020 às 19:10

    O filme parece ser interessante e adorei a forma como falou dele..me deixou curiosa. Já entrou para a minha lista de filmes para assistir!

    Responder
  • Ananza's avatar Ananza disse:
    22 de julho de 2020 às 20:40

    Que olhar sensível e descritivo!
    Está no caminho certo, esperando a próxima critica.

    Responder
  • Gustavo's avatar Gustavo disse:
    22 de julho de 2020 às 20:47

    Ótimo texto, aguçou minha curiosidade.

    Responder

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