A premiada websérie “LGBT+60: Corpos que Resistem”, que já soma mais de 2 milhões de views nas plataformas digitais, está de volta. Em sua terceira temporada, traz cinco novos episódios repletos de histórias inspiradoras que revelam a trajetória de vida e celebrações de cinco brasileiros LGBT+, que vivem a terceira idade em sua plenitude.
Com estreia marcada para 15 de janeiro de 2024, os episódios – dirigidos e roteirizados por Yuri Alves Fernandes – vão contar as nuances e conquistas por trás da vida de personagens LGBT com mais de 60 anos. A saber, são elas a ativista Denise Taynáh Leite, de 74 anos e o jornalista Márcio Guerra, de 63 anos. Não apenas eles, como também a influenciadora Ana Carolina Apocalypse, de 65 anos; a drag queen Luiza Gasparelly, de 60 anos; e Seu Franco, de 67 anos. Os episódios serão publicados no canal do YouTube da plataforma de jornalismo independente #Colabora e nas redes sociais.
Pra quem não conhece a websérie
LGBT+60 é um projeto que parte de uma ideia simples: ouvir histórias. “Mas são histórias que nem todas as pessoas estão acostumadas a ouvir, seja na mídia ou em debates. São idosos LGBT+, de diferentes gêneros e contextos sociais, que contam sobre suas experiências, muitas vezes dolorosas, mas também sobre conquistas e sonhos”, afirma o diretor, roteirista e idealizador do projeto, Yuri Alves Fernandes.
Ele continua: “Como homem gay e jornalista, eu sempre olhei com inquietação para vivências e assuntos da nossa comunidade que não estão sendo discutidos ou tendo muita visibilidade. No período de pesquisa, me chamou a atenção também uma reportagem sobre velhices LGBT+ na qual os entrevistados não mostravam os rostos por medo do preconceito. Aquilo me despertou várias coisas. Percebi que de fato a velhice LGBT+ tinha pouquíssimo espaço na mídia e, quando tinha, era invisibilizada de alguma forma. Essa falta de representatividade afeta todos os lados e gerações.”
Personagens
Na terceira temporada, prepare-se, portanto, para se emocionar com novas e tocantes histórias.
A paulistana Ana Carolina Apocalypse é a estrela do primeiro episódio e é quem abre essa matéria. Verdadeiro fenômeno na internet, Ana Carolina tem mais de 100 mil seguidores e comemora seu aniversário de 65 anos. Relata aspectos da sua transição de gênero, realizada a partir dos 59 anos, quando ela assistiu a novela A Força do Querer. A novela trouxe pela primeira vez à teledramaturgia brasileira um processo de transição.
A protagonista do segundo episódio é Denise Taynáh Leite, de 74 anos, mulher trans negra e carioca. Ativista, trabalha como Secretária dos Direitos LGBT+ na SEDSODH – Secretaria de Estado de Desenvolvimento Social e Direitos Humanos do Rio de Janeiro. Denise conta no episódio sobre violência familiar, sobre sua relação com o carnaval e a arte, sobre seus sete filhos. Além disso, fala sobre o emocionante momento em que se entendeu mulher.
Histórias de amor e de aceitação
A história de amor e de coragem do jornalista Márcio Guerra, de 63 anos, nascido e criado em Juiz de Fora, também é um dos destaques da série. Há dois anos, Márcio e seu companheiro há 34 anos, Flávio, adotaram o jovem Phellipe. Hoje, a família vive unida, num ambiente de amor e acolhimento.
Já Seu Franco é um homem trans negro, de 67 anos, nascido em Porto Alegre. Ele saiu de casa aos 13 para morar nas ruas por não se sentir aceito. Aos 17, foi tomando consciência da sua identidade de gênero. Contudo, somente anos depois se entendeu e se aceitou como uma pessoa trans masculina. Isso aconteceu ao assistir uma entrevista com João Nery (convidado da primeira temporada de LGBT+60) na televisão.
No último episódio, a série relata os altos e baixos da carreira da drag queen carioca Luiza Gasparelly, de 60 anos. Ela relembra como se entendeu como um homem gay e artista e suas vivências fora do país. Do lado negativo, fala sobre a perseguição e o preconceito contra as travestis e drag queens na ditadura. Fala também sobre apresentações icônicas, a descoberta do HIV e conquistas tanto afetivas quanto profissionais.
Equipe diversa
Desde que estreou, em 2018, a série vem conquistando diversos prêmios. Os mais recentes foram os de Melhor Roteiro e Melhor Direção, no Rio Webfest 2023, maior festival de webséries do mundo. LGBT+60 também já levou o Prêmio Longevidade Bradesco Seguros na categoria Jornalismo Web (2019). Além disso, recebeu o 20º Prêmio Cidadania em Respeito à Diversidade LGBT+ na categoria Audiovisual e Arte Cênicas (2021) e a Menção Honrosa na Mostra Cine Diversidade, do Rio de Janeiro (2021).
A terceira temporada da série ‘LGBT+60+ Corpos que Resistem’ é resultado do programa de Fomento do Audiovisual Carioca 2022, gerido pela RioFilme. É o órgão vinculado à Secretaria de Governo e Integridade Pública (Segovi) da Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro. A saber, a equipe da websérie é composta majoritariamente por pessoas LGBT+, incluindo pessoas trans, como o codiretor Gab Meinberg. A produção é de Giulia da Graça. Além da nova temporada, a série também será destaque esse ano numa exposição do Museu da Diversidade, em São Paulo.
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