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CinemaCrítica

Mais pesado é o céu | Uma fábula sobre o Brasil

Por
Livia Brazil
Última Atualização 15 de agosto de 2024
7 Min Leitura
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Tópicos
MetáforasFilme imagéticoPersonagens hipnotizantesFicha TécnicaPOR FIM, LEIA MAIS:

Entrevistei Matheus Nachtergaele sobre Mais pesado é o céu e depois de ouvir o que o ator tinha para dizer sobre o filme, nem sei mais o que dizer. Reproduzo, portanto, antes de tudo, suas palavras:

“É um filme que retrata um pouco como nós estávamos quando afrouxou a pandemia e a gente pôde sair para ver aquele Brasil acabado, devastado. Não só pela peste, mas, óbvio, por tudo o que decorreu dali: desemprego, mau governo. Como sempre, o Brasil não dando conta de ser o que é. Como sempre, os brasileiros perdendo a vida para ganha-la. (…) Mais pesado é o céu é essa circunstância: dois brasileiros na beira das estradas do Brasil e um bebê. A gente ainda quer um futuro?”

Como a fala de Matheus inicia, o longa de Petrus Cariry narra a jornada de dois brasileiros, Teresa (Ana Luiza Rios) e Antonio (Matheus Nachtergaele), que voltam a uma cidade há muito conhecida por eles, mas que já não existe mais. Afinal de contas, um açude tomou a cidade com suas águas. Lá, encontram um bebê abandonado e decidem, mesmo sem nada – sem emprego, sem dinheiro, sem estrutura – ficar com ele. Os dois também não se conheciam antes disso, mas decidem se unir para cuidar do bebê, ajudados por Fátima (Silvia Buarque), que mora ali e tem um pequeno estabelecimento abeira da estrada. A partir daí, começam uma trajetória de sobrevivência.

Metáforas

Depois de percorrer vários festivais e receber diversos prêmios, o longa dirigido por Petrus Cariry e com roteiro do próprio Petrus e também de Firmino Holanda e Rosemberg Cariry estreou nos cinemas brasileiros na última quinta-feira, 08 de agosto. Em uma pré-estreia que contou com a presença de artistas como Dira Paes e Chico Díaz, Mais pesado é o céu arrancou muitos aplausos e lágrimas do público. As últimas vêm, talvez, do longa retratar muito bem a vida da maioria dos brasileiros, que batalham muito para apenas sobreviver. E, além disso, narra a história de duas pessoas que á não têm mais tanta esperança assim na vida. Quer dizer, Antonio até apresenta alguma esperança de que seu futuro pode melhorar. Teresa, todavia, desde o início demonstrar ter sido tão machucada pela vida que não acredita em uma melhora. Contudo, não deixa de tentar.

Como Matheus também disse um pouco na curta entrevista que me deu, Mais pesado é o céu é uma fábula da vida real. Assim, o bebê que aparece representa uma esperança na vida desses dois brasileiros que tanto pelejam na tarefa de sobreviver. Apenas por causa dele, talvez, os dois decidem continuar. Mesmo no meio de tanta miséria, de tanta tristeza, de tanta batalha. Mostra os sacrifícios que tantas pessoas precisam fazer ao longo da vida pelo mínimo, pelo básico. Mesmo sabendo que o Brasil pode oferecer tanto e pode ser tanto, eles ainda não conseguem “chegar lá”. De uma forma, esse homem e essa mulher são uma representação do Brasil. E o bebê é a representação da esperança que todo mundo tem. Pode será no fundinho, bem escondida, mas tem. Afinal, somos brasileiros e…

Filme imagético

No meio de tanto sofrimento, ainda há beleza. E a beleza, no caso, é a fotografia do filme. O diretor Petrus Cariry também é fotógrafo e ele mostra todo seu conhecimento deixando Mais pesado é o céu com um visual de tirar o fôlego. Seja nas escolhas de ângulos, nos planos que escolhe usar, tudo no filme faz o espectador ficar de queixo caído. Ajuda, também, a mostrar a beleza deum país que pode tanto. E que muitas vezes a gente sofre mesmo entre belezas. Além do mais, é um filme que mostra a decadência sem precisar se utilizar de filtros amarelados, tão comuns na cinematografia norte-americana, por exemplo. Muito pelo contrario, consegue exprimir miséria mostrando paisagens lindas.

Mais pesado é o céu é uma pintura na tela grande e, por isso, é necessário ser visto no cinema. Sem a telona, não terá o mesmo impacto no espectador. Continuará sendo um filme lindo, com roteiro excelente e atuações impecáveis, mas não vai deixar o espectador sem fôlego.

Personagens hipnotizantes

Aliás, falando em atuações, é um filme com pouquíssimos personagens. Tirando pequenas participações aqui e ali, como Danny Barbosa como a atendente do posto, Sílvia Buarque como Fátima, e Buda Lira e Marcos Duarte, o filme é inteiro de Matheus e Ana Luiza. E do bebê. E é absurda a forma como os dois atores conseguem envolver o espectador durante todos os 98 minutos de duração do longa. Nachtergaele já é mais conhecido e reconhecido como um grande ator.

Ana Luiza Rios, contudo, não deixa nada a desejar e nem fica dispare quando colocada ao lado da interpretação de Matheus. O peso em seu olhar entrega toda a luta que Teresa sofreu em sua vida, mesmo sem o espectador saber muito sobre o passado da personagem.

Para resumir, é um filme de atores e de imagem. E um roteiro que diz muito com poucos diálogos. Filme obrigatório para todos os brasileiros.

Ficha Técnica

MAIS PESADO É O CÉU

Brasil | 2023 | 98min. | Drama

Direção: Petrus Cariry

Roteiro: Petrus Cariry, Firmino Holanda e Rosemberg Cariry

Elenco: Matheus Nachtergaele, Ana Luiza Rios, Silvia Buarque, Danny Barbosa, Buda Lira e Marcos Duarte.

Produção: Bárbara Cariry

Direção de Fotografia: Petrus Cariry

Direção de Arte: Sérgio Silveira e Lana Benigno

Figurino: Lana Benigno

Trilha Musical e Trilha Sonora Original: João Vitor Barroso

Montagem: Firmino Holanda e Petrus Cariry

Desenho de Som: Érico Paiva (Sapão)

Som Direto: Danilo Carvalho

Produtora: Iluminura Filmes

Distribuidora: Sereia Filmes

POR FIM, LEIA MAIS:

Tudo o que você podia ser | Mistura perfeita entre ficção e realidade

A filha do palhaço – Um drama tocante sobre reconciliação

Saideira | Um filme que entretém

Tags:Cinemacinema brasileirocinema nacional
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PorLivia Brazil
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Escritora, autora dos livros Queria tanto, Coisas não ditas e O semitom das coisas, amante de cinema e de gatos (cachorros também, e também ratos, e todos os animais, na verdade), viciada em café.
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