A banda inglesa McFLY fez o primeiro de três shows que fará no Brasil ontem, quinta-feira (2). Com o Espaço Unimed, em São Paulo, lotado, Danny Jones, Dougie Poynter, Harry Judd e Tom Fletcher subiram ao palco pontualmente às 21h. Após a música “YMCA”, que abre todos os shows da banda desde a turnê de seu álbum anterior, Young Dumb Thrills, os britânicos foram recebidos com muitos gritos dos apaixonados fãs brasileiros, que esgotaram os ingressos do primeiro show de São Paulo. O segundo na cidade será hoje, 3 de maio.
Fãs fervorosos
E eu sou um deles. Tentei escrever esse texto como uma jornalista qualquer, indo ao show demais uma banda qualquer para cobrir. Mas não é verdade. Eu sou fã de McFLY, não tem como manter a distância e fazer um texto como os outros. Acreditem, eu tentei, e ficou bem ruim. Então vamos a um texto bem informal e cheio de conhecimento da banda em questão. E um pouco de história.
Esse já é o quarto ou quinto show que vou do McFLY (perdão, perdi as contas). A primeira vez que fui, eu tinha 25 anos. Agora tenho 38 (quase 39). Envelheci, e eles também. Por que digo isso? Porque apesar de terem entregue um show absurdamente incrível na noite de ontem, os integrantes da banda estavam aparentemente cansados. A entrega foi a mesma de sempre: total. Se moveram pelo palco inteiro, interagiram com os fãs, entregaram tudo nos instrumentos. Mas quem está acostumado a ir nos shows da banda conseguiu perceber que a energia não estava tão alta quanto geralmente está.
Faz sentido. Eles chegaram ao Brasil no dia anterior, depois de uma longa viagem de avião. A diferença de fuso horário entre Inglaterra e nosso país é grande (cinco horas). Além da passagem de som antes do show, tiveram outros compromissos a cumprir. E, além disso, agora todos eles têm filhos. Menos o baixista Dougie Poynter. Talvez por isso Dougie parecia o mais empolgado e o menos cansado entre os quatro (sabemos quão exaustivo é cuidar de crianças). Poynter também foi o que mais conversou com a plateia. Fez brincadeiras, contou piadas e falou o pouco português que aprendeu (palavrões, claro). Danny Jones, guitarrista e vocalista da banda, também tentou um pouco do nosso idioma. Pediu uma cerveja e falou o “te amo, Brasil” que todo artista que vem ao país é obrigado a falar. No caso do McFLY, todavia, é realmente verdade.
McFLY e o Brasil
Tom Fletcher, também vocalista e guitarrista do grupo, conversou pouco com o público dessa vez. Talvez por trauma de sua última visita, quando ficou doente e não conseguiu cantar no show de São Paulo. Então, resolveu poupar a voz somente para os momentos em que tinha que cantar. Porém, quando se direcionou às pessoas presentes foi para falar o quanto a banda se diverte muito toda vez que faz show no país. “É o lugar onde mais nos divertimos”, afirmou, pedindo para todos guardarem esse segredo. Pode não ser verdade e ele pode falar isso para todos, mas o jeito que se entregam em todos os shows que fazem por aqui faz cada um dos presentes acreditar que é verdade.
A relação do McFLY com o Brasil é muito boa e, por isso, a banda faz questão de trazer todas as suas turnês para o país. Não à toa esgotaram os ingressos do primeiro show de São Paulo e tiveram que abrir uma data extra. Dessa vez, contudo, a turnê só passa por duas cidades, Rio de Janeiro e São Paulo. Talvez por isso, mesmo aparentemente cansados, a banda não se segurou e fez de tudo para entregar o seu melhor. Até quando aconteceu um imprevisto com o baixo de Dougie e tiveram que parar o show por alguns minutos até consertá-lo. Para entreter os fãs, Danny cantou sozinho uma música que não estava prevista na setlist, “Walk in the sun”, do terceiro álbum da banda, Motion in the ocean. Foi recebido por muitos gritos e uma plateia inteira cantando junto, em uníssono. Foi um momento emocionante.
McFresno
Outro momento muito emocionante foi quando o McFLY recebeu a banda Fresno no palco. Era um dos momentos mais aguardados pelo público desde que foi anunciado que os brasileiros participariam dos shows em São Paulo. Na verdade, é um momento aguardado desde que lançaram a música “Broken by you”, colaboração da McFLY com a Fresno.
Amigos desde que Dougie Poynter entrou por indicação em uma live do vocalista da banda gaúcha, Lucas Silveira, foi a primeira vez que as duas bandas tocaram juntas, já que cada um gravou sua parte da música em seu país. A alegria dos dois grupos era visível, principalmente a de Lucas. As duas bandas parecem ter nascido para cantar juntas e além de a música ter uma sonoridade muito boa, sua apresentação ao vivo foi impecável. Com todos os presentes cantando cada palavra junto, claro. A Fresno participa do show de hoje, dia 3, também, e acabou de anunciar a participação também no show do Rio de Janeiro, no domingo (5).
Muito rock
O mais recente álbum do McFLY, Power to play, tem clara inspiração no rock dos anos 1980. Inclusive, os próprios integrantes já afirmaram a referência. Talvez por isso tenha sido uma noite tão rock ‘n roll. Salvo alguns hits mais puxados para o pop, mas que são obrigatórios nos shows da banda, como “Obviously”, “Star Girl” e “All about you” – que, inclusive, ganhou uma versão acústica somente com Danny e Tom que ficou muito bonita -, o restante do repertório da noite foi bastante puxada para o gênero musical. Parece que selecionaram as músicas mais rock de cada um de seus álbuns para tocar. E foram escolhas muito bem-feitas, porque empolgaram demais o público.
Começando por “Where did all the guitars go?”, primeiro single de trabalho de Power to play, os Galaxy Defenders (como é chamado o fandom da banda) também ouviram, do mesmo álbum, “Land of the bees”, “Route 55”, “God of Rock ‘n Roll” e “Shine On”. De Motion in the ocean, somente “Friday night”. “Transylvania”, queridinha dos fãs, entraria no bis. Mas acabou ficando de fora, provavelmente pelo atraso pela falha no baixo de Dougie Poynter.
O mesmo aconteceu com “Faling in love”, do álbum de 2008, Radio: Active. Dele, uma das preferidas, “Corrupted”, foi tocada com toda fúria que uma banda de rock consegue tocar. Também apresentaram os hits “One for the radio”, “Lies” e “Everybody knows”, que teve participação de uma fã, convidada pela banda para tocar o instrumento cowbell. Faz sentido Radio: Active ter sido o álbum que ganhou mais canções na setlist, já que é um dos mais pesados do grupo.
McFLY para sempre
Além disso, também tocaram “Not alone”, de seu álbum de estreia, “Too close for comfort”, de Wonderland, e “Happiness”, de Young dumb thrills, a única que pareceu um pouco deslocada do restante do repertório. Fecharam a primeira parte do show com “Red”, em uma apresentação deslumbrante dos vocais de Danny Jones. O bis trouxe “Forever is not enough” e a emocionante “Honey, I’m home”, de Power to play. A noite acabou com a sempre a empolgante “Five colors in her hair”, primeiro hit do McFLY.
Por fim, o grupo inglês terminou já com a promessa de voltar. Não somente no dia seguinte, mas para mais turnês. O público, claro, acreditou. Até porque “The heart never lies” e “McFLY is here foverer”. E enquanto eles existirem, devido à incrível devoção dos fãs brasileiros à banda, eles continuarão retribuindo na mesma moeda: se entregando ao máximo no palco, com muito amor.
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