O Preço da Verdade. Qual é? O filme deixa claro que é caro. Sofrimento, paranoia, medo, abrir mão de tempo com a família. Três vezes indicado ao Oscar®, o ator Mark Ruffalo volta às telonas como o protagonista do longa-metragem O Preço da Verdade (Dark Waters), bem dirigido por Todd Haynes (de “Longe do Paraíso” e “Carol”) com estreia nos cinemas hoje, 13 de fevereiro. Mark mantém sua constância de boas atuações e entrega muita verossimilhança como o advogado corporativo Rob Bilott, nos fazendo sofrer junto com o protagonista, em suas dúvidas e batalhas.
Rob tem como profissão defender empresas químicas para sobreviver. Contudo, no decorrer da trama, ele se torna um defensor do meio ambiente, após ser procurado por fazendeiros da Virgínia Ocidental que acreditam que a fábrica local da DuPont oferece risco à comunidade, por meio da contaminação da água. Aí a verdadeira – e longa – saga começa, pois, a partir desse encontro, Rob Bilott reúne, com muito custo, provas contundentes. Assim, inicia um processo ambiental contra a Dupont colocando em xeque sua própria carreira .
“Eles têm todo o dinheiro, todos os recursos e vão usá-los”, diz Bilott, de Ruffalo. “Eu sei, eu era um deles”, afirma.
Triste realidade
Todd Haynes nos carrega com esmero e lentidão, como a justiça demonstrada. A saber, o longa-metragem é inspirado numa estória verdadeira e idealizada a partir do artigo publicado em 2016 no jornal The New York Times: “O advogado que se tornou o maior pesadelo da Dupont” (https://nyti.ms/2GEu93x). A película expõe uma longa história de poluição intencional, com aspectos que provocam reflexos até os dias de hoje. A realidade da quantidade de coisas que utilizamos sem saber o mal que pode fazer e até mesmo as consequências de se lutar pela verdade.
Como lutar contra uma empresa tão forte e poderosa? Vale a pena essa batalha? A película alcança o objetivo de fazer pensar. Como cinema tem um roteiro redondo de Matthew Carnahan e Mario Correa, e ainda reúne Anne Hathaway, Tim Robbins, Bill Camp e Bill Pullman no elenco. É longo, como o processo na justiça; às vezes parece que vai acabar, e não acaba. Desistir ou seguir em frente?