Os Caras e Carol. Conhece essa banda da nova geração do pop rock? Era uma bela noite no Pub Panqss, em meio ao BotaSoho, no Rio de Janeiro. Lá fui cobrir um show que reuniria três bandas novas: Balla e Os Cristais, Luellem de Castro & Nós Somos e Os Caras e Carol. A apresentação de todos foi maravilhosa, em uma casa de shows cheia e estilosa. Logo depois, o público fluiu e conversei com eles. Foi muito engraçado. Talvez uma das entrevistas mais divertidas que já fiz. Confere aí:
Alvaro Tallarico: Os Caras e Carol, Carol e os Caras… pode ser? A ordem dos fatores altera o produto?
João Loroza: Carol e cara um, cara dois. (risos)
Carolina Coutinho: Os Caras e Carol é uma escolha consciente na verdade. A gente se inspirou nos nomes de bandas como Lobão & Os Ronaldos, nesse tipo de estrutura de nome, mas foi importante para mim e os meninos que a banda ficasse em evidência porque quando você coloca o nome do vocalista na frente, às vezes fica parecendo que é um cantor acompanhado por uma banda e não uma unidade, que é o que a gente é. Para mim foi importante colocar meu nome depois para as pessoas entenderem isso.
Alvaro Tallarico: Seguir o fluxo do rio é mais importante ou ser alheio é mais interessante?
Carolina Coutinho: Ih, briga de compositores agora, Leonardo! A gente vai sair na mão?
Leonardo Maciel: A gente está na iminência de sair na mão já faz algum tempo (risos). Eu escrevi “Máquina do Tempo” e você escreveu…
Carolina Coutinho: Eu escrevi “Até Amanhã” e os sentimentos são diferentes. São duas músicas que falam de estórias e contextos diferentes. “Até Amanhã” tem uma narrativa muito específica de uma pessoa que estava, eu, estava nessa festa, me sentindo alheia àquelas pessoas, aquele grupo de pessoas e aí, por isso ser alheio é tão mais interessante. Uma cabeça de uma pessoa, eu tinha dezessete anos quando escrevi então é a Carolina de dezessete anos. Eu acho que “Máquina do Tempo” conta a narrativa do Léo.
Leonardo Maciel: O lance da música “Máquina do Tempo” é sobre você não ficar pensando muito em passado, você só tem o presente, só o presente importa, o passado já passou. Não fica olhando isso com uma negatividade. E aí o refrão “Eu queria ter uma máquina do tempo” é justamente para voltar o passado e dizer para você mesmo, cara, relaxa aí no ensino fundamental, médio, não fica muito ansioso não, faz o que você ama, enfim é só o presente que a gente tem.
Alvaro Tallarico: Amar para sempre até amanhã seria um novo eterno enquanto dure?
Carolina Coutinho: Eu acho que o “amamos para sempre até amanhã” é um sentimento muito específico também desse lugar. É aquele sentimento de quando você está muito animado, e com aquelas pessoas e tipo você está fazendo planos “a gente vai viajar, fazer as coisas, a gente se ama” e aí as pessoas começam a ir embora, não se falam mais, não se conhecem, não são mais aquelas pessoas. É o fim de festa (risos).