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Com Kosmik Band, ‘Tudo Está Bom’ no mundo das vibrações

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Kosmik Band Tudo Está Bom (album artwork)

Tudo Está Bom marca a estreia da banda Kosmik Band. O álbum abre com a canção que nomeia o álbum e tem uma cara de Havaí, de praia, e de América Latina. Os vocais do brasileiro Nanan e da argentina Charo Bogarin, em português e espanhol, conduzem numa mistura nada explosiva, mas sim, tranquilizante. Além disso, a banda também é composta pelo guitarrista e produtor argentino Enzo Buono e o guitarrista espanhol, ganhador do Grammy Latino, Diego “Twanguero” García.

É música para curtir da areia, seja de frente para o mar, seja nas areias da imaginação. Logo em seguida, escrita por Enzo Buono em parceria com o fotógrafo Patrick Liotta, “Mama” homenageia a energia feminina com uma instrumentação exclusiva de músicos congoleses: Mermans Mosengo no baixo e percussão, Nseka “Wikilo” Bimuela se destacando na guitarra, Loguylo Mabungu na bateria e Jason Tamba na guitarra acústica. Somente o vocalista Nanan é de outra nacionalidade; os coros tem a interpretação por Mosengo, Mabungo, Tamba e Chella Mputu, cantados em lingala, língua franca de Kinshasa. A faixa

“Casa da Floresta” já um sucesso nas redes, com mais de 13 milhões de visualizações. As crianças adoram o ritmo e a letra que vai descrevendo um lar dos sonhos, simples e conectado com a natureza. Qualquer um que já desejou fugir do meio urbano se identifica.

Indubitavelmente, uma das maiores graças da Kosmik Band é a mescla das influências de mantras, ritmos africanos e grooves latinos. “Despetalar”, “Fui na Cachoeira” e “Lua Mama” seguem nessa linha. Lembrei de minhas viagens para Ilha Grande, na Praia de Aventureiro, em tempos mais ingênuos e leves, antes da pandemia.

“Aqui Agora” e “Mangalan” tem mais jeito de mantra, enquanto “Peça a Deus” fecha o disco mais para cima, numa oração animada, lotada de latinidade, com uma guitarra salsera, e um recado de paz naquele estilo “que todos os seres de todos os mundos sejam felizes”, dito por tantos professores de yoga e outras práticas universalistas.

Aliás, ouça o álbum abaixo e siga lendo:

Enfim, além de Tudo Está Bom, a Kosmik Band vem em dezembro de 2022 com uma canção sobre a inocência das crianças e o natal. Cantando em inglês, Enzo Buono e Nanan dividem os vocais com o congolês Mermans Mosengo, o argentino Fefe Lee e os americanos Jason Robert Blum e Matthew Preece, que também assina a letra, ao lado de Enzo. Ouça aqui.

Ou seja, mantém a atmosfera que a Kosmik Band celebra com espírito de infância, autoconhecimento e espiritualidade.

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‘Isto é Amor!’, saiba mais sobre o livro de Sonia Rosa, por Paty Lopes

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capa do Livro Isto é Amor de Sonia Rosa. Mostra uma mãe com seu filho, ambos são negros claros. O fundo é rosa.

Nia Produções Literárias nasceu em 2015. Veio de um desejo muito particular de levar literatura infantil com protagonismo negro a lugares não convencionais e assim alcançar um público que precisava, mas não conseguia ter acesso de forma “convencional” a essa literatura. Nia significa propósito, e com esse proposta que ela se sustenta por todo esse tempo (que parece ser pouco, mas só quem vive de empreender sabe o que cada dia a mais significa). Tatiana Oliveira, é a responsável pela curadoria dos livros editados pela Nia.

Vamos falar do livro “Isto é Amor!”. Obra da querida e renomada autora Sonia Rosa.

O livro apresenta ilustrações de Sandra Ronca, que não pecou. Podemos dizer que Sandra usou de toda sua aquarela em tons pastéis para ilustrações delicadas e que fazem bem aos olhos, posso dizer que uma das mais belas vista por mim.

Suavidade é o termo certo, mas que deixam as crianças conectadas.

Posso afirmar isso, pois li a história para crianças autistas no Museu de Arte Moderna, as crianças se encantaram com os corações e as demais figuras.

É possível entreter as crianças com as ilustrações do livro, em suas páginas, como já dito, notamos que as personagens trafegam em espaços diferentes, e também contém objetos que crianças em desenvolvimento da fala terão oportunidade de aprendizado, o que julgo importante, dependendo da fase que estão.

A gramatura do livro, das folhas, descartam a ideia de um livro simplório, se bem que nenhum livro é simplório, afinal são deles que adquirimos a maior riqueza da vida, o saber. Então posso dizer que temos um livro corpulento, que inclusive serve como um excelente presente de aniversário, de natal ou dia das crianças, afinal estamos em outubro e nada mais justo que incentivar a leitura dos pequenos. Mais que isso, aproximar-se, contar histórias, criar enlaces, que ficarão para a vida, na memória de cada criança.

O livro é mesmo um mimo, visita às estações do ano, permeia na escola, festa, praia, além de mencionar as frutas, tudo isso para falar sobre o amor.

Embora a autora tenha livros que abordem as relações étnicas-raciais, no livro Isto é Amor! Ela trouxe a ilustração de personagens negros somente, a história é aquela que todos conhecemos, ou quase todos, afinal falamos de um Brasil precário, em reconstrução, nem todas as crianças têm acesso à escola, alimentação sadia e infelizmente aos direitos que as cercam, os que estão no Estatuto da criança.

O livro faz entender o amor em amamentar, e tudo aquilo que nos leva a infância, como bolos, a presença da avó, banhos de mangueira, tudo simples e que cabe no bolso de qualquer pai e mãe. Isso é importante, não cria uma ilusão que para o amor é preciso tanto, o impossível para alguns pais. O que torna a leitura democrática. Curti bastante esse cuidado!

Esse livro foi criada para crianças negras? Já que as brancas não estão nas ilustrações? Claro que não! Eis aí um excelente momento de interatividade da criança e aquele que está lendo para elas, se for o caso.

Durante a contação de histórias, com crianças com síndrome de Down e autistas, em nenhum momento elas fizeram comentários, me fazendo perceber, que o racismo é coisa de adulto mesmo!

Caso as crianças questionassem, eu colaria fotos deles, da avó deles, ou abriria espaço para eles criarem os seus autorretratos, ao lado dos personagens, porque o que vale mesmo é que eles entendam que viverão em uma sociedade miscigenada, onde os direitos obrigatoriamente devem ser os mesmos para todos.

A saber, Sonia Rosa é carioca, mestre em Relações Étnicos-Raciais pelo Cefet/RJ, pedagoga, professora e contadora de histórias. Sua obra literária é repleta de personagens negros em protagonismo. Em 2020 comemora 25 anos de carreira, com mais de 50 títulos, sendo o primeiro “O Menino Nito”. Já recebeu alguns prêmios pela FNLIJ, inclusive o Altamente Recomendável. Alguns dos seus livros “visitaram” o Catálogo da Feira de Bolonha – maior evento de Literatura Infantil do mundo. Tem livros editados na França, países africanos de língua francesa, Itália, Galícia, México, Canadá e Estados Unidos. Dez bibliotecas levam o seu nome.

Para comprar: https://www.nialiteratura.com.br/product-page/isto-%C3%A9-amor

Por fim, leia mais:

Paty Lopes e o Livro Infantil: Meu Amigo Down

Paty Lopes e o Livro Infantil: O dia em que descobri o que é o Axé

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