A turnê de despedida do Planet Hemp, batizada de A Última Ponta, terá um novo endereço para sua parada final no Rio de Janeiro: o grupo sobe ao palco da Fundição Progresso no dia 13 de dezembro. A mudança, feita a pedido dos próprios músicos e dos fãs, leva o show para o coração da Lapa, um lugar que remete às origens da banda na cidade.
A apresentação é a última chance de ver a formação completa em uma performance definitiva, celebrando uma história de mais de três décadas de resistência e música que moldou a contracultura brasileira.
Uma jornada pela contracultura
A banda surgiu em 1992, com a amizade entre Marcelo D2 e Skunk, que se encontravam no Catete para conversar sobre música. Após a morte de Skunk em 1994, BNegão assumiu os vocais e consolidou a formação que se tornaria histórica.
O Planet Hemp se destacou pela fusão inédita entre rap, rock, psicodelia, hardcore e ragga, com uma postura antissistema e letras combativas que questionavam as estruturas conservadoras. Esse discurso, propositalmente subversivo, rendeu à banda um espaço de respeito na cena musical e política, abordando temas como a legalização da maconha, a violência policial e a liberdade de expressão, em uma época em que esses assuntos eram tabu.
Do underground ao mainstream
O Planet Hemp tem uma trajetória singular: de banda underground a um dos nomes mais relevantes do cenário musical brasileiro. O álbum de estreia, Usuário (1995), rapidamente se tornou um clássico, com sucessos como Legalize Já e Mantenha o Respeito. Em 1997, o grupo foi preso sob a acusação de “apologia às drogas”, um episódio que gerou grande repercussão, mobilizou artistas e intelectuais, e transformou a banda em um símbolo nacional de resistência cultural. Longe de enfraquecê-los, a prisão fortaleceu sua base de fãs e acendeu o debate sobre os limites da arte e da censura no Brasil.
Em seguida, veio o álbum Os Cães Ladram Mas a Caravana Não Pára (1997), com faixas ainda mais incisivas. Após um hiato, o retorno com JARDINEIROS (2022) provou que o grupo se mantém relevante, unindo a fúria política de sempre a uma produção contemporânea. O disco rendeu dois prêmios GRAMMY Latino em 2023, nas categorias “Melhor Álbum de Rock ou Música Alternativa em Língua Portuguesa” e “Melhor Interpretação Urbana em Língua Portuguesa”, com a faixa DISTOPIA. O grupo, atualmente, é formado por Marcelo D2, BNegão, Formigão, Nobru, Pedro Garcia e Daniel Ganjaman.

O fim de uma era: ‘A Última Ponta’
A turnê A Última Ponta marca o encerramento de um ciclo consagrado. A expressão que batiza a turnê é um verso da música Queimando Tudo, do álbum de 1997, e representa o sentimento de comunidade e as afirmações políticas que a banda manteve ao longo de sua história.
Para a performance na Fundição Progresso, os fãs podem esperar um espetáculo grandioso. Marcelo D2 e BNegão já adiantaram que o show será uma oportunidade de revisitar músicas que não entraram no repertório de apresentações anteriores e de ter convidados especiais que fizeram parte da história do Planet Hemp. É a despedida de um grupo que serviu de influência na música e no discurso político, deixando um legado que atravessa gerações.
Serviço
Show: Planet Hemp – A Última Ponta
Data: 13 de dezembro de 2025
Abertura dos Portões: 21h
Local: Fundição Progresso – Rua dos Arcos, 24, Lapa, Rio de Janeiro
Classificação etária: Entrada e permanência de crianças/adolescentes de 05 a 15 anos de idade, acompanhados dos pais ou responsáveis, e de 16 a 17 anos, desacompanhados dos pais ou responsáveis legais.
Ingressos: Venda geral a partir de 27 de agosto no site eventim.com.br
*Os ingressos já adquiridos para a data anterior continuam válidos.
Valores:
PISTA: R$ 312,50 (meia) | R$ 375,00 (social) | R$ 625,00 (inteira)
FRISA ESQUERDA: R$ 247,50 (meia) | R$ 297,00 (social) | R$ 495,00 (inteira)
FRISA DIREITA: R$ 247,50 (meia) | R$ 297,00 (social) | R$ 495,00 (inteira)



