Na última quinta-feira, 10, o filme Serra das Almas, do cineasta Lírio Ferreira, teve sua estreia mundial na Première Brasil do Festival do Rio.
O longa se passa em Pernambuco e conta a história de uma jornalista com um iminente furo de reportagem e um roubo de joias. O encontro desses caminhos desencadeia uma onda de eventos para os envolvidos, trazendo à tona o passado, os sonhos para o futuro e o consequente presente dos personagens.
Diversidade de gêneros e atuações impecáveis
Com uma narrativa sensível, cenas de ação eletrizantes e até mesmo terror, Serra das Almas apresenta uma diversidade de gêneros que conversam muito bem entre si.
É importante destacar a brilhante atuação de Ravel Andrade, David Santos e Julia Stockler, além das cenas em que a câmera foca bem próxima aos rostos dos personagens o que, segundo o próprio cineasta do título, cria “uma intimidade que os mesmos não queriam ter, mas foram, compulsoriamente, sujeitos à ela“.
O filme ainda causa uma interessante confusão de sentimentos no público, fazendo com que ora torcemos para determinados personagens e ora para seus inimigos, destacando assim a complexidade do ser humano, seus desejos, ações e interações.
Trazendo uma produção detalhista e marcante, Serra das Almas envereda pelo psicológico, social, político e pelas relações humanas, o que lhe confere excelência. Além disso, a trama não-linear dá um ar de caos, mas que vai se amarrando no decorrer e no fim do filme, culminando em um clímax macabro e que passa uma sensação paradoxal de pena e vingança.
Serra das Almas é dirigido por Lírio Ferreira, com produção da Urso Filmes em associação com a Carnaval Filmes.