Dirigido por Joe Carnahan, Shadow Force segue a onda de filmes de ação sobre família, porém, um roteiro fraco e uma decupagem confusa, tira seu potencial
Desde muito antes de Sr. e Sra. Smith (2005, Doug Liman), casais de agentes secretos que protegem a família, sempre atraíram o público, afinal, a noção de família é um dos laços amorosos mais poderosos que existem na humanidade, grandes franquias como Velozes e Furiosos se fortaleceram e chegaram à 10 filmes com base no conceito de: família acima de tudo. Após tantas produções com esta premissa, e outras que serão lançadas este ano como Família a Prova de Balas (2025, Edward Drake), o conceito se desgastou, porém, isto não impede novas produções como Shadow Force, tentarem um espaço no holofote.
Confira abaixo o trailer de Shadow Force e continue lendo a crítica
Omar Sy e Kerry Washignton interpretam Isaac e Kyrah, dois ex membros de uma equipe de atiradores de elite. Após decidirem começar uma família, ambos abandonam a equipe apelidada de Shadow Force, entrando em conflito com seus antigos colegas e por seu ex chefe, Jack Cinder, interpretado pelo rei dos vilões de filmes de ação: Mark Strong.

Kerry Washington como Kyrah em Shadow Force.- Foto por: Juan Pablo Gutierrez
Apesar de um capaz elenco, e uma premissa que consegue atrair público com facilidade, Shadow Force não consegue prender a atenção do espectador por conta, principalmente, de seu roteiro genérico e vazio, apresentando 4 localidades mundiais, em 3 continentes diferentes, somente no primeiro ato. Apesar do coração estar no lugar certo e compreendermos os objetivos em conjunto de Isaac e Kyrah, que gira em torno de proteger a própria família, seus objetivos individuais não ficam claros em nenhum momento, o que fragiliza sua estrutura como protagonistas.
Shadow Force faz sequências de ação grandiosas que atraem o olhar do público, porém, apesar de bem coreografadas, apresentam uma decupagem confusa e truncada, não apresentando suavidade nenhuma em seus movimentos, e com uma edição arrastada que joga contra a própria produção, fazendo um filme de uma hora e 40, aparentar ter bem mais.
Shadow Force é o filme ideal para desligar a cabeça, afinal, não inova narrativamente e segue todos os clichês de filmes de gênero, incluindo o amigo que na verdade é antagonista, e o vilão indestrutível que não morre de modo nenhum, e uma estrutura narrativa acompanhada por fracos diálogos que variam do cringe ao óbvio, trazendo risos ao espectador por meio de situações e falas absurdas, ou extremamente batidas e pouco originais.

Kerry Washignton e Omar Sy em cena de Shadow Force- Divulgação Oficial
Beirando entre o brega e o cafona, sem meio termo, os diálogos arrastam a produção a ponto de em pleno clímax do terceiro ato, os protagonistas interrompem a perseguição para discutir quem é o melhor atirador de ambos, mais irritando o espectador do que qualquer coisa, afinal, neste momento, após uma corrida absurda de lanchas e momentos que testam a crença do público, já perdemos o interesse em qualquer coisa que esteja acontecendo.
Em quesito técnico, Shadow Force também não se destaca, apesar de um interessante design de som para representar a surdez de Isaac, que não é utilizado em toda a sua potência, a cinematografia varia entre escuridão em excesso, ou claridade em excesso, tendo como pano de fundo um design de produção que não aparenta ser realista, tornando até a bagunça, algo arrumado demais.
Apesar de ir na onda de diversos filmes de sucesso, Shadow Force entretém os fãs do gênero de ação, podendo ser um filme divertido para uma “noitada entre amigos”, que buscam uma produção leve para rir e se divertir, porém, não apresenta uma força dramática suficientemente grande para ser lembrado daqui a um ano, talvez até mesmo daqui a um mês.
Shadow Force é uma distribuição Paris Filmes e estreia nos cinemas nacionais no dia 10 de Julho de 2025.
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