Conecte-se conosco

Cinema

‘Todas as Melodias’ de um ícone da música na 24ª Mostra de Cinema de Tiradentes

Publicado

em

Todas as Melodias

Todas as Melodias” abre em silêncio, apenas a imagem de um palco escuro e Luiz Melodia dançando na frente de um holofote, como que indicando que o homem Luiz Melodia é o foco aqui, e não necessariamente a sua música. Languidamente um poema é lido, e então uma série extensa de cantores, artistas e celebridades se seguem interpretando, comentado e louvando Luiz.

Além de ser um icônico cantor e compositor, Luiz Melodia é a inspiração não só de milhões de brasileiros e centenas de artistas, mas também da sua família e amigos. Um homem profundamente marcado tanto pelo seu trabalho quanto pela herança cultural de uma sociedade que simultaneamente o admira mas o repudiava.

Tematicamente, é notável que “Todas as Melodias” trata frequentemente da visão e experiências que terceiros tinham de e com Luiz Melodia. Mesmo sendo um documentário póstumo, o filme trata o músico com uma nuance e intimidade impressionantes. Ao trazer a sua viúva, familiares e amigos e imagens de acervo para a montagem, o diretor Marco Abujamra acaba remontando a um vínculo afetivo que não existe com a audiência, mas que é potencializado por uma nostalgia e admiração naturais.

Falta de som

Outro aspecto técnico interessante é a falta de som já mencionada em alguns momentos mais espontâneos de Luiz; nem sempre ele cantava ou tocava um instrumento, e isso não significa que ele tenha sido menos músico. É fácil ter um pré conceito formado do artista que vive essa personagem ligada 24 horas por dia, mas em quase todos os momentos as pessoas estão desconectadas do seu papel performático. O Luiz dos palcos era uma pessoa, o Luiz com a esposa era outra, mas ambos eram Luiz Melodia. 

“Todas as Melodias” não tenta camuflar o homem por detrás do véu como um santo perfeito. Porém, justamente mostra como ele era visto por outros. Além de ser um documentário instigante sobre um excelente cantor, “Todas as Melodias” é um amontoado de ótimas interpretações por outros bons cantores e uma forma de conhecer melhor o finado e eterno Luiz Melodia.

Por fim, está no ar na 24ª Mostra de Cinema de Tiradentes.

Ademais, leia mais:

Cine África | Em setembro estreia nova temporada do festival de filmes africanos
Fronteiras | Cine África traz a diretora Apolline Traoré de Burkina Faso
Enfim, Literatura africana | Conheça o projeto da livraria online com obras sobre África

Cinema

Nenhum saber para trás: os perigos das epistemologias únicas, com Cida Bento e Daniel Munduruku | Assista aqui

Veja o filme que aborda ações afirmativas e o racismo na ciência num diálogo contundente

Publicado

em

Nenhum saber para trás: os perigos das epistemologias únicas | com Cida Bento e Daniel Munduruku

Na última quinta-feira (23), fomos convidados para o evento de lançamento do curta-metragem Nenhum saber para trás: os perigos das epistemologias únicas | com Cida Bento e Daniel Munduruku. Aconteceu no Museu da República, no Rio de Janeiro.

Após a exibição um relevante debate ocorreu. Com mediação de Thales Vieira, estiveram presentes Raika Moisés, gestora de divulgação científica do Instituto Serrapilheira; Luiz Augusto Campos, professor de Sociologia da UERJ e Carol Canegal, coordenadora de pesquisas no Observatório da Branquitude. Ynaê Lopes dos Santos e outros que estavam na plateia também acrescentaram reflexões sobre epistemicídio.

Futura série?

O filme é belo e necessário e mereceria virar uma série. A direção de Fábio Gregório é sensível, cria uma aura de terror, utilizando o cenário, e ao mesmo tempo de força, pelos personagens que se encontram e são iluminados como verdadeiros baluartes de um saber ancestral. Além disso, a direção de fotografia de Yago Nauan favorece a imponência daqueles sábios.

O roteiro de Aline Vieira, com argumento de Thales Vieira, é o fio condutor para os protagonistas brilharem. Cida Bento e Daniel Munduruku, uma mulher negra e um homem indígena, dialogam sobre o não-pertencimento naquele lugar, o prédio da São Francisco, Faculdade de Direito da USP. Um lugar opressor para negros, pobres e indígenas.

Jacinta

As falas de ambos são cheias de sabedoria e realidade, e é tudo verdade. Jacinta Maria de Santana, mulher negra que teve seu corpo embalsamado, exposto como curiosidade científica e usado em trotes estudantis no Largo São Francisco, é um dos exemplos citados. Obra de Amâncio de Carvalho, responsável por colocar o corpo ali e que é nome de rua e de uma sala na USP.

Aliás, esse filme vem de uma nova geração de conteúdo audiovisual voltado para um combate antirracista. É o tipo de trabalho para ser mostrado em escolas, como, por exemplo, o filme Rio, Negro.

Por fim, a parceria entre Alma Preta e o Observatório da Branquitude resultaram em uma obra pontual para o entendimento e a mudança da cultura brasileira.

Em seguida, assista Nenhum saber para trás:

Por último, leia mais:

Fé e Fúria | Documentário inédito estreia no Canal Brasil no novo Dia Nacional do Candomblé

Andança – Os Encontros e as Memórias de Beth Carvalho | Crítica (viventeandante.com)

Yoga De Rua | Enfim, conheça o extraordinário na simplicidade (viventeandante.com)

Continue lendo
Anúncio
Anúncio

Cultura

Crítica

Séries

Literatura

Música

Anúncio

Tendências